A greve dos professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) teve início nesta segunda-feira (22), após aprovação em assembleia geral da Associação dos Docentes (Aduepb). A paralisação é por tempo indeterminado e afeta os oito campi da instituição, localizados em Campina Grande, João Pessoa, Patos, Monteiro, Araruna, Guarabira, Catolé do Rocha e outros municípios.
Principais reivindicações dos docentes
Segundo a presidente da Aduepb, Elisabete Vale, a greve foi deflagrada por 70% da categoria e tem como pautas centrais o pagamento retroativo das progressões de carreira, estimado em mais de R$ 75 milhões; a recomposição do orçamento da universidade, conforme determina a Lei de Autonomia (nº 7.643/2004); a convocação de professores aprovados em concurso e a realização de novos certames. Outro ponto é a recomposição salarial das perdas acumuladas nos últimos quatro anos, calculadas em 22,9%.
Durante o primeiro dia de mobilização, Elisabete destacou a presença do comando de greve em diferentes campi e reforçou a necessidade de ampliar a adesão. “Hoje começa oficialmente a greve da UEPB, uma greve que atinge todos os centros. Parte do comando de greve está aqui na Central de Aulas, acompanhando o funcionamento, mas já verificamos que tudo está parado, com exceção das atividades que não podem ser suspensas por determinação legal. Outra parte do comando já segue em João Pessoa e em outros campi. O objetivo é dialogar com nossos pares, mostrar a importância e a justiça da nossa pauta e convocar todas e todos para fortalecer a luta. Quanto maior a adesão, mais rápido o governo e a reitoria terão de atender às nossas reivindicações”, declarou.
De acordo com o comando de greve, a paralisação afeta a rotina de todas as unidades da universidade, mas um percentual mínimo de 30% das atividades será mantido, especialmente em pesquisas e serviços que não podem ser interrompidos. Vale destacou que a adesão ampla da categoria demonstra a urgência da pauta. “Nossa greve é coletiva, justa e precisa da participação de todos. Quanto maior a mobilização, mais rápida será a resposta do governo”, afirmou.
Governo do Estado rebate críticas
Em nota oficial, o Governo da Paraíba afirmou que respeita a autonomia administrativa e financeira da UEPB e que os repasses para 2025 ultrapassam o valor previsto na Lei Orçamentária Anual. Enquanto o duodécimo estabelecido era de R$ 411,6 milhões, até o final do ano os recursos devem alcançar R$ 442,6 milhões. A gestão estadual ressaltou ainda que parte das demandas dos professores se refere a gestões anteriores e que a questão foi levada à Justiça, aguardando decisão para eventual pagamento.
Próximos passos e negociações
Uma reunião entre a reitoria da UEPB e representantes da Aduepb está marcada para a tarde desta segunda-feira (22), em Campina Grande. A expectativa é iniciar as negociações e avaliar a possibilidade de encaminhamentos para evitar o prolongamento da greve. Enquanto isso, a associação tenta agenda com o governador João Azevêdo, já que, até o momento, o diálogo tem ocorrido apenas com o secretário de ciência e tecnologia, Cláudio Furtado.
A UEPB conta atualmente com 790 professores efetivos e 393 temporários. Além de 18.770 alunos matriculados em cursos técnicos, de graduação e pós-graduação, a instituição tem papel estratégico na interiorização do ensino superior no estado.
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