Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Cidades

Acesso à água

Sabesp penaliza mais periferias ao reduzir pressão d’água; especialistas defendem alternativas

Empresa poderia implementar campanha de conscientização do uso da água em vez de aumentar o tempo de redução da pressão

23.set.2025 às 14h33
São Paulo (SP)
Caroline Oliveira

A Sabesp foi privatizada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em julho de 2024 - Foto: Sabesp

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) anunciou o aumento do tempo de redução da pressão da água de oito para 10 horas a partir desta segunda-feira (22) na Região Metropolitana. 

Desde o dia 27 de agosto, a redução ocorria das 21h às 5h. Agora, diante da falta de chuvas e do baixo nível dos reservatórios, passa a funcionar das 19h às 5h, após uma recomendação da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp). 

O governo declarou que a redução de pressão iniciada em 27 de agosto superou a meta de quatro metros cúbicos por segundo, suficiente para abastecer mais de 800 mil pessoas durante um mês. “A medida evitou uma queda maior do nível dos mananciais. No entanto, diante dos eventos climáticos e cenário de chuvas abaixo do esperado, foi preciso ampliar o período para a recuperação dos reservatórios”, afirma o governo.

A Sabesp, privatizada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em julho de 2024, informou que a medida é preventiva e temporária a fim de mitigar “perdas e evitar vazamentos, preservando, assim, os reservatórios que abastecem a região”. A empresa disse ainda que pode faltar água durante o período noturno, mas que o restabelecimento deve ocorrer pela manhã. 

Impactos para a população

Segundo Amauri Pollachi, membro do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas) e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (CBH-AT), a medida deve penalizar de forma mais acentuada áreas das periferias de São Paulo, que sofrem com lacunas de regularização no abastecimento de água e já passam por uma redução de pressão “praticamente contínua” por parte de Sabesp. 

Pollachi explica que “se existem moradias localizadas no alto de um morro, torna-se muito difícil garantir, conforme as exigências da agência reguladora, que essas residências recebam um MCA de pressão, o que, na prática, equivale a uma pressão quase nula, extremamente baixa. É extremamente difícil garantir isso”. MCA é a sigla para Metro de Coluna d’Água, que é uma unidade de medida utilizada em sistemas hidráulicos, em que um MCA corresponde à pressão exercida por uma coluna de água que está em queda de um metro de altura.

Na prática, “a retomada do abastecimento para essas moradias vai ser muito mais difícil. Pode ser que muita gente sequer receba água durante o dia ou vai receber durante quatro ou cinco horas”. 

“Quando a falta de água atinge as pessoas da periferia, que é onde o problema normalmente ocorre, o impacto é muito maior do que em bairros como Pinheiros ou Vila Madalena. Nesses locais, os edifícios e condomínios possuem caixas d’água, algumas delas enormes, capazes de garantir por até três dias sem abastecimento. O problema é para o pessoal que vive na periferia, que sai de casa às cinco horas da manhã, sem água, e volta às sete horas da noite, sem água”, conclui.

O especialista também afirma que a redução da pressão abre a possibilidade de vazamento de esgoto para a rede de água tratada. Isso porque quando a pressão da rede está dentro do padrão, a própria água presente na tubulação exerce uma força que impede a entrada de agentes externos, como o esgoto, mesmo que existam pequenos vazamentos. 

Porém, se a pressão cai ao mínimo e a tubulação fica seca, essa barreira natural deixa de existir. Nesse caso, qualquer fissura ou falha na rede pode permitir que o esgoto entre no encanamento. Assim, quando o abastecimento é retomado, em vez de fornecer água totalmente potável, a rede pode acabar distribuindo água contaminada para dentro das moradias.

De forma estrutural, Pollachi defende que a privatização da Sabesp dificultou o controle sanitário da rede de distribuição. “O que precisa haver é uma supervisão rigorosa de controle sanitário, mas a Sabesp saiu de cerca de 12 mil funcionários, em 2023, para 6 mil hoje. A privatização piorou muito. Algumas das pessoas com experiência de décadas e salários altos foram convidadas a aderir aos planos de demissão voluntária. No lugar, ficaram pessoas sem experiência, ou pior, foi feita a terceirização indiscriminada”, afirma. 

“Na Sabesp, por exemplo, funções ligadas ao tratamento de água exigem longo período de preparação. Um operador de estação de tratamento precisa passar, no mínimo, por seis meses de treinamento supervisionado antes de começar a tomar decisões. E, mesmo assim, só é considerado plenamente capacitado após cerca de um ano de experiência prática”, acrescenta.

Medidas alternativas

A estratégia de reduzir a pressão da água devido ao baixo nível dos reservatórios é adotada pelo governo desde 2014, quando o estado enfrentou a pior crise hídrica de sua história. As represas da Grande São Paulo dependem do período chuvoso, entre outubro e março, para formar o estoque anual, já que de abril a setembro a chuva é escassa. Nos últimos dois verões, porém, a precipitação foi insuficiente para recuperar os reservatórios. 

Em 2022, foram acumulados aproximadamente 715 bilhões de litros, mas, desde então, os reservatórios registraram perdas seguidas: 323 milhões na seca de 2023, 617 milhões em 2024 e outros 380 milhões na estiagem atual. O cenário de baixa dos mananciais, portanto, é previsível, e outras medidas, que não a redução da pressão de água, já foram adotadas de forma eficiente. 

Para Pollachi, a redução “deveria ser tomada muito mais adiante, e a primeira medida poderia ser o incentivo à diminuição do consumo de água, que já foi aplicado durante a crise hídrica de 2014″.

Naquele período, os usuários que conseguiram reduzir o consumo mensal em 20% ou mais em relação à média registrada entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014 foram beneficiados com um desconto de 30% na tarifa. Para reduções entre 15% e 20%, o desconto foi de 20%, e para diminuições entre 10% e 15%, a redução chegou a 10%.

“Isso foi aplicado há 10 anos com extraordinário sucesso. Reduziu cerca de 20% o consumo de água na região metropolitana de São Paulo. Poupou muita água nos mananciais, e a população se engajou de uma forma extraordinária em reduzir consumo, tanto que isso permaneceu ao longo do tempo”, diz Pollachi. “O consumo médio por moradia foi reduzido em 15% e se manteve assim até praticamente dois anos atrás.”

Em um segundo momento, após as bonificações e campanhas de conscientização, o especialista defende uma sobretaxa às contas de água de usuários com altos índices de consumo.

Na mesma linha, Rene Vicente, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), afirma que uma campanha de uso racional de água já deveria estar em andamento “não só para os moradores, como também para os grandes consumidores, como os shopping centers e as indústrias”.

O relatório “Conjuntura dos Recursos Hídricos” da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), publicado no ano passado com dados de 2023, mostra que a irrigação é, historicamente, o setor que mais consome água no país, seguido por abastecimento urbano e indústria. Em São Paulo, especificamente, há uma alta demanda para abastecimento urbano. 

“Esse é um custo que toda a sociedade tem que pagar. Não dá para jogar a culpa somente nos trabalhadores, que chegam cansados e vão fazer as tarefas de casa. Claro que todos carregam a sua parte na responsabilidade social em relação ao manejo dos recursos hídricos, mas nós temos que olhar principalmente para grandes indústrias, que consomem grande parte da água”, diz.

A longo prazo, Vicente defende maiores investimentos no saneamento básico e na limpeza dos mananciais. “Hoje nós estamos vendo o rio Tietê com uma lama escura, ainda poluído. Mas esse rio teria condições de fornecer água para o consumo humano. Nesse caso, teríamos que cobrar também das grandes indústrias que poluem esse rio”, afirma o dirigente do Sintaema. 

O Brasil de Fato questionou a Sabesp sobre os pontos abordados na reportagem. Em nota, a companhia informou que a decisão de ampliar a redução de pressão foi uma orientação da Arsesp para a Região Metropolitana de São Paulo. “A redução de pressão é uma medida preventiva e temporária com o objetivo de preservar os níveis dos mananciais. A Companhia reitera que os imóveis que possuem caixa-d’água com tamanho adequado para seu padrão de consumo, como previsto no Decreto Estadual 12.342/78, não devem sentir os efeitos. Consumidores sem caixa-d’água, que moram em pontos mais altos ou distantes do sistema, podem sentir mais a redução da pressão”.

Em outro trecho, afirma que “desde o início da redução da pressão, em agosto, já foram economizados 7,26 bilhões de litros de água – volume suficiente para abastecer por um mês uma cidade do porte de São Bernardo do Campo. A estratégia já se mostrou eficaz em outras ocasiões: durante a crise hídrica de 2014/2015, foi responsável por 33% da água economizada nos mananciais, e em 2021 ajudou a evitar medidas mais restritivas”.

Por fim, a Sabesp informa que “tem investido fortemente em inovação e eficiência operacional para reduzir perdas e melhorar o atendimento à população. Entre as iniciativas estão o uso de inteligência artificial e imagens de satélite para identificar vazamentos. Como resultado desses investimentos, a Companhia reduziu em 18% o número de reclamações de falta de água no segundo trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024”.

Editado por: Maria Teresa Cruz
  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • Rússia
    • Cuba
    • EUA
    • China
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.