A Universidade Federal do Paraná (UFPR) se tornou o novo alvo da extrema-direita de Curitiba com o apoio de vereadores. A faculdade foi invadida por policiais militares que dispararam balas de borracha e gás de pimenta contra estudantes que protestavam contra a realização de uma palestra que atacaria o STF e pedia anistia aos golpistas do 8 de janeiro. Após isso, na Câmara Municipal de Curitiba, parte dos vereadores aprovaram uma moção de apoio à ação da PM. Não satisfeitos, também aprovaram no último 22 de setembro uma moção contra os estudantes feridos.
Os ataques à universidade pública estão sendo promovidos pelo vereador de Curitiba Guilherme Kilter (Novo) e pelo advogado e bolsonarista Jeffrey Chiquini. No domingo (21), eles promoveram um ato na escadaria do prédio da Santos Andrade criticando a liberdade de cátedra em um evento que reuniu 200 pessoas. Paralelamente a isso, o vereador apresentou duas moções: uma defendendo a ação da PM e aprovada no último dia 17 de setembro e a outra atacando os estudantes que foram feridos. Essa aprovada por 17 votos contra 7.
De acordo com Kilter, que promoveu o conflito, a moção é contra os atos violentos dos militantes de extrema-esquerda que impediram a palestra. “Os palestrantes foram impedidos por militantes de acessar a sala designada para o evento, em evidente violação à liberdade de ir e vir em um prédio público. Além disso, após não conseguirem acessar a sala, foram mantidos presos dentro de uma sala da administração, junto de professores da Universidade, mediante violência e graves ameaças à integridade física”, diz a moção.
Por outro lado, segundo informações da própria direção da Faculdade de Direito, o evento já havia sido cancelado algumas horas antes do protesto dos estudantes. Porém, os participantes da palestra vereador de Curitiba Guilherme Kilter (Novo) e do advogado e bolsonarista Jeffrey Chiquini insistiram em entrar no prédio, mesmo sendo orientados presencialmente pelo vice-diretor da Faculdade de Direito a não entrarem para evitar conflitos maiores.
Vereadoras do PT repudiam moções
Contrária à moção, a vereadora Giorgia Prates (PT) apresentou vídeo mostrando a ação violenta do poder público. “O extremista que buscou a confusão não foram os manifestantes. Ninguém mais aguenta o extremismo que coloca os outros em risco para ganhar like”, disse.
Já Vanda de Assis (PT) argumentou que é uma vergonha a Câmara aprovar moção contra as vítimas. “Ontem (21), milhares de pessoas foram às ruas de Curitiba contra a PEC da blindagem e contra a anistia. Hoje (22), um vereador tentou atacar os estudantes da UFPR com uma moção de repúdio. Mas a nossa força é maior que qualquer tentativa de intimidação: a universidade é nossa, a democracia é nossa e a juventude não se cala!”, argumentou.
Apoio à PM
“A pronta e eficaz intervenção da Polícia Militar foi fundamental para restabelecer a segurança, preservar a integridade das pessoas envolvidas e evitar uma possível tragédia. Foi justamente essa intervenção imediata que protegeu os representantes públicos e garantiu que o incidente não se transformasse em um cenário de fatalidade ou terror”, diz a moção de apoio à PM que deixou diversos estudantes feridos.
Favoráveis a moção
Guilherme Kilter (Novo)
Rodrigo Marcial (Novo)
Andressa Bianchessi (União)
Bruno Rossi (Agir)
Bruno Secco (PMB)
Carlise Kwiatkowski (PL)
Da Costa (União)
Delegada Tathiana Guzella (União)
Fernando Klinger (PL)
Indiara Barbosa (Novo)
João Bettega (União)
Meri Martins (Republicanos)
Olimpio Araujo Junior (PL)
Pier Petruzziello (PP)
Renan Ceschin (Pode)
Tiago Zeglin (MDB)