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Bibliotecas comunitárias resistem e florescem nas periferias de Fortaleza

Mais que acesso a livros, os espaços fortalecem a organização comunitária e a solidariedade

24.set.2025 às 12h11
Atualizado em 26.set.2025 às 14h05
Fortaleza (CE)
Geovanni Carvalho
Bibliotecas comunitárias resistem e florescem nas periferias de Fortaleza

O coletivo Viva a Palavra surge como resultado de vários círculos de cultura e fóruns de escuta realizados na Serrinha, em 2014.Foto: Biblioteca Viva a Palavra


Em meio ao avanço das tecnologias digitais e ao hábito cada vez mais consolidado de consumir informações pelas telas, um movimento segue se fortalecendo no Ceará: o das bibliotecas comunitárias. Espalhadas por bairros periféricos de Fortaleza e por cidades do interior, essas iniciativas se consolidam como espaços de resistência cultural e social, reinventando o modo de viver a leitura e o conhecimento em comunidades historicamente afastadas de políticas públicas efetivas de educação e cultura.

Claudiana de Alencar, cenopoeta e mediadora de leituras na Biblioteca Comunitária Viva Palavra, destaca que as bibliotecas populares ou comunitárias de iniciativa popular constituem um movimento de resistência e são espaços de esperança dentro das periferias. “A gente sabe que, nas grandes cidades, principalmente, os centros de cultura normalmente são em bairros nobres e de elite, e as bibliotecas comunitárias quebram essa lógica excludente criada pelo sistema capitalista”, afirma.

Alencar aponta ainda que a biblioteca comunitária é, muitas vezes, a alma do bairro, pois são nesses espaços que crianças, jovens, adultos e idosos encontram cultura, onde a arte e a educação podem coexistir com a profissionalização.


Criada em 2016, inicialmente de forma itinerante, a Biblioteca Viva Palavra acompanhava as contações de histórias promovidas pelo coletivo Viva Palavra, na comunidade Guaribal, na Serrinha, bairro da periferia de Fortaleza. A ideia de um lugar fixo para a biblioteca foi germinando a partir da vontade de moradores e moradoras do território, com oficinas de mediação de leituras realizadas pelo coletivo na Escola Giuliana Galli, em 2019. No entanto, somente em 2020, de forma online – em decorrência da covid-19 – foi lançada a ideia de instalar uma biblioteca na Praça da Cruz Grande, local onde também eram realizados saraus.


Com essas sementes lançadas e cultivadas em muitas mãos, são as mulheres moradoras da Serrinha, participantes dos movimentos populares no bairro, que dão início à biblioteca comunitária em uma casa física, que passa a funcionar como um espaço cultural, artístico e educativo da comunidade. Hoje, a Biblioteca Comunitária Viva Palavra faz parte do Movimento Biblioteca Nazaria Urgente, constituído por 12 bibliotecas de iniciativa popular da periferia de Fortaleza, que lutam por recursos para dar sustentabilidade a esses espaços de transformação social.

O acesso à cultura e ao conhecimento tem permitido que moradores do bairro Serrinha, em Fortaleza, reescrevam suas histórias e superem os desafios da desigualdade social. Foto: Biblioteca Viva a Palavra

Construídas muitas vezes a partir da mobilização de moradores, coletivos culturais e lideranças locais, as bibliotecas comunitárias extrapolam a função tradicional de empréstimo de livros e se transformam em centros de convivência, de articulação política e de afirmação identitária, cumprindo papel importante nos territórios onde a ausência do Estado é sentida cotidianamente.

Em relação ao modelo de funcionamento, o mediador de leituras Talles Azigon ressalta que esses espaços podem assumir uma variedade de formatos e métodos, mas, no geral, devem ser construídos com e para a comunidade, partindo do ponto de vista da compreensão dos desejos e potencialidades do território. “A biblioteca tem todo o poder de ser um vetor de desenvolvimento, transformação, difusão de conhecimento e ambiente de socialização”, garante.

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Um movimento de resistência

Questionados pelo BdF Ceará sobre os principais desafios e obstáculos em construir e coordenar bibliotecas comunitárias, Alencar e Azigon asseguram que o subsídio financeiro é o maior deles. Para Alencar, a sustentabilidade econômica tem se colocado como fator crucial para a existência e manutenção do espaço. Segundo ela, “essas bibliotecas dependem, em grande parte, do voluntariado de jovens, crianças e artistas comunitários que dedicam um pouco do seu tempo e da sua arte”.

Alencar destaca, no entanto, que a vida cotidiana faz com que muitos desses jovens precisem se submeter a subempregos para sobreviver. “Se houvesse financiamento direto para as bibliotecas, esses jovens poderiam receber pelo trabalho que já realizam como gestores culturais, produtores, mediadores de leitura. Assim, poderiam viver da própria arte e da cultura que constroem diariamente. Esse é um dos maiores desafios: o financiamento das bibliotecas comunitárias”, aponta.

Por outro lado, além da sustentabilidade econômica, Azigon aponta outro desafio: o enraizamento comunitário. Para ele, recurso sem o trabalho de enraizamento não é nada. Por isso, acredita que o maior desafio é conquistar a relevância da biblioteca dentro da comunidade, fator crucial para a longevidade do espaço que busca promover o acesso à leitura e à cultura.

O florescimento na era digital

Num cenário em que a internet e as redes sociais parecem dominar todas as formas de sociabilidade, pode soar contraditório que bibliotecas comunitárias continuem florescendo. No entanto, é justamente na era digital que esses espaços reafirmam sua importância.

Alencar ressalta que, em meio ao avanço tecnológico, é fundamental explicar a permanência e o funcionamento das bibliotecas comunitárias, sobretudo em como esses espaços furam a bolha da literatura e funcionam também como territórios de formação de base, dando oportunidade para que moradores reflitam durante as atividades sobre seus problemas e fortaleçam sua organização social.

Ela destaca também que as bibliotecas comunitárias não ignoram o digital. Muitas delas incorporam tecnologias, promovem oficinas de mídias sociais, utilizam blogs e perfis em redes para divulgar suas atividades. No entanto, acredita que o uso exacerbado das telas pode afetar as relações humanas, levando ao isolamento social e à individualização, além do aumento das doenças psicológicas.

“Apesar da sensação de proximidade que as redes sociais oferecem, trata-se de uma experiência superficial, atravessada por ideologias que estimulam a espetacularização da felicidade, a falsa sensação de bem-estar e a disseminação de desinformação. Esse processo contribui para a alienação política e cultural”, assegura.

A biblioteca é muito mais do que um espaço de leitura, e pulsa com vida através de saraus, ações musicais e atividades educativas. Foto: Biblioteca Viva a Palavra

Nesse cenário, o trabalho das bibliotecas comunitárias torna-se ainda mais urgente, pois representam espaços de afeto, coletividade e resistência, que fazem oposição ao individualismo promovido pelo mundo digital. A experiência do cursinho popular realizado na Biblioteca Comunitária Viva Palavra é exemplo de coletividade e resistência, mostrando como o método de aprendizagem cooperativa pode ser aplicado no dia a dia dos jovens que acessam a universidade e retornam para atuar como agentes culturais, professores do cursinho ou colaboradores dos movimentos comunitários, fortalecendo assim a coletividade.

Por fim, Alencar destaca que as bibliotecas comunitárias como a Viva Palavra podem ser consideradas potencialmente revolucionárias, pois, ao mesmo tempo em que garantem o acesso à leitura, fortalecem o compromisso social, resistem ao isolamento digital e constroem caminhos de transformação cultural e política por meio da palavra.

Como acessar?

A Biblioteca Comunitária Viva Palavra fica localizada na Rua Benjamin Tranco, nº 596 – Serrinha. Para quem deseja fazer uso do espaço, assim como integrar as atividades realizadas pela biblioteca, é necessário fazer o cadastro na biblioteca por meio da página oficial do Instagram, em @vivapalavra. Além disso, a biblioteca segue em funcionamento durante a semana, das 9h30 às 12h e das 14h às 17h.

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Editado por: Camila Garcia
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