O jornalista Mauro Ramos, correspondente do Brasil de Fato na China, analisou a estratégia nacional de Revitalização Rural em uma reportagem especial para a CGTN (disponível em inglês e espanhol). A produção detalha a aplicação dessas políticas na região de Xinjiang, considerada um exemplo relevante para outros territórios, como a América Latina.
A Revitalização Rural é uma política nacional que dá continuidade à bem-sucedida campanha de erradicação da extrema pobreza na China, concluída em 2020. Na visita a Xinjiang, o correspondente visitou diferentes experiências de Revitalização, como a da vila Sigong, na prefeitura autônoma cazaque de Ili, que se voltou para a produção de lavanda e ao turismo rural.
“O mais interessante é que se trata de uma política que integra os camponeses locais, os líderes da comunidade e empresas ou investidores. O objetivo não é apenas diversificar as atividades comerciais, mas também incentivar a produção orgânica”, detalhou o jornalista do Brasil de Fato em participação posterior no programa China 24.
Outro destaque entre as experiências de revitalização é a produção orgânica da fruta Goji, frequente em projetos na região. A estratégia reúne investidores privados, lideranças do Partido Comunista da China (PCCh) e governos locais, diversificando produtos finais e aumentando a renda dos camponeses.
Lições para o Sul Global
Nas participações, Ramos enfatizou a relevância de se estudar a experiência chinesa. “Nós deveríamos prestar mais atenção a esse tipo de processo, porque a China tem muito a inspirar, especialmente no que diz respeito às políticas de combate à pobreza e redução da desigualdade”, defendeu.
O correspondente também ressaltou a importância da presença de cobertura diretamente no país, que permite compreender as políticas chinesas além das narrativas históricas ocidentais. “Por muitos anos, temos ouvido falar da China por meio de opiniões de especialistas do Norte global. O que estamos tentando fazer aqui é entender a China ouvindo cidadãos, sejam especialistas, integrantes de governo, assim como o povo em geral”, concluiu.