A ativista estadunidense Assata Shakur, ex-integrante dos Panteras Negras e fundadora do Exército da Libertação Negra, morreu, na última quinta-feira (25), aos 78 anos, em Havana, onde vivia em exílio desde os anos 1980. O anúncio foi feito na noite desta sexta-feira (26) pelo Ministério das Relações Exteriores de Cuba, que atribuiu a morte a problemas de saúde relacionados à idade. Familiares da ativista também confirmaram o falecimento.
Shakur nasceu em Nova Iorque, no dia 16 de julho de 1947. Ela iniciou a militância política ainda na universidade. No final da década de 1960, ingressou nos Panteras Negras. Ao longo da atuação política, participou da criação de clínicas comunitárias e programas de alfabetização, além de se aprofundar nos ideais do socialismo africano e nas discussões sobre raça e classe social.
Em 1970, tornou-se uma das lideranças do Exército da Libertação Negra, grupo de guerrilha urbana que rapidamente entrou na mira do FBI, o serviço de inteligência dos Estados Unidos. Após uma emboscada policial em 1973, foi presa e condenada à prisão perpétua. Shakur foi condenada por supostamente ter assassinado um policial durante esta abordagem. Ela relatou, depois, em publicações autobiográficas, as diversas violências que sofreu ao longo do encarceramento.
Em 1979, ela conseguiu fugir da prisão. Para isso, ela contou com apoio dos militantes do Panteras Negras. Após a fuga, Shakur recebeu asilo político de Cuba, que a acolheu nas últimas décadas. Desde então, os Estados Unidos pediam sua extradição.
Assata Shakur, além da atuação política, também era escritora e poetisa.