O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou neste sábado (27), em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que qualquer agressão contra seu país terá uma “resposta decisiva”. A declaração foi feita após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defender que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deveria derrubar qualquer aeronave russa que violasse o espaço aéreo da aliança.
“A Rússia foi praticamente acusada de planejar um ataque contra países da Otan e da União Europeia. A Rússia não tem, e nunca teve, tais intenções. Mas qualquer agressão contra meu país desencadeará uma resposta decisiva. Não deve haver dúvidas sobre isso”, disse Lavrov durante discurso na Assembleia Geral da ONU.
Nos últimos dias, governos da Otan disseram que caças e drones russos teriam ultrapassado o espaço aéreo europeu em diferentes ocasiões. Moscou nega as acusações e considera que elas fazem parte de uma campanha para tensionar ainda mais as relações entre Rússia e o bloco militar.
Trump defende derrubar aeronaves
Trump foi questionado nesta semana se apoiaria a derrubada de aeronaves russas em caso de violação do espaço aéreo da Otan. “Sim, acredito”, respondeu o presidente dos EUA. A fala reforçou a escalada de tensões, embora ele mantenha uma postura ambígua em relação a Moscou.
Neste sábado, Lavrov evitou críticas diretas ao presidente estadunidense e ressaltou a abertura para o diálogo. “No atual governo americano, vemos um desejo não apenas de contribuir para soluções realistas para a crise ucraniana, mas também de desenvolver uma cooperação pragmática sem assumir uma postura ideológica”, afirmou.
Sanções contra o Irã e críticas ao Ocidente
No mesmo discurso, Lavrov acusou as potências ocidentais de “sabotarem” a diplomacia com o Irã ao restabelecerem as sanções da ONU contra Teerã pelo programa nuclear. O chanceler russo condenou a rejeição, na sexta-feira (26), de um texto apresentado por Moscou e Pequim que buscava adiar a retomada das sanções.
Segundo Lavrov, a decisão “expôs a política do Ocidente de sabotar a busca de soluções construtivas”, recorrendo a “chantagens e pressão” para arrancar “concessões unilaterais” do Irã. Para ele, a medida compromete os esforços multilaterais por estabilidade no Oriente Médio.