O deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT-SP) afirma que, caso não haja avanços na negociação entre os trabalhadores da saúde de São Paulo e o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), a paralisação de 48 horas que será retomada a partir desta quarta-feira (1º) pode se transformar em uma greve por tempo indeterminado em hospitais estaduais, autarquias e unidades como o Hospital das Clínicas em São Paulo, Ribeirão Preto e Botucatu.
A categoria reivindica o pagamento da bonificação por resultados, prometida pela gestão estadual para o dia 5 de setembro, e a correção do vale-alimentação, que hoje é de apenas R$12 por dia. “Você não consegue, hoje, comer uma refeição, se alimentar para atender a população do Estado de São Paulo com apenas R$12”, critica Marcolino em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.
“Caso não seja garantido o pagamento dessas duas negociações que já foram feitas, pode ser que haja uma greve por tempo indeterminado no setor da saúde. Nós estamos falando de uma greve que vai ser feita em todos os hospitais estaduais, mais as autarquias, mais as estruturas do HC no estado como um todo”, avisa o parlamentar.
Marcolino também denuncia a política de terceirização da saúde pelo governo estadual. “Cada hospital que tem sido entregue em São Paulo, ou hospitais que eram públicos, ele [Tarcísio] está transformando em organização social. O governo está desmontando a estrutura de saúde do estado”, lamenta.
Além dos benefícios, a luta dos trabalhadores é por melhores condições de trabalho e a realização de concursos públicos. “Essa é uma greve justa, porque quem não cumpriu o acordo firmado foi o governo do estado de São Paulo”, conclui o deputado.
Descumprimento de acordos
A retomada da greve reflete o descumprimento de acordos firmados diretamente com o governo de Tarcísio de Freitas. Segundo o deputado Luiz Cláudio Marcolino, os compromissos foram assumidos em uma mesa de negociação realizada em julho, mas não foram cumpridos até setembro.
“Foi uma negociação que envolveu a alta cúpula do governo Tarcísio no estado de São Paulo. O descumprimento de um acordo feito é um desrespeito à categoria. É uma quebra de acordo”, declara.
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