O prefeito Rafael Greca (PSD) sentiu. Não gostou nada da crítica do deputado estadual e candidato a prefeito Ney Leprevost (União Brasil) sobre o corte de árvores na capital. Mandou indireta e tudo mais. Disse que está replantando as árvores em outro local. Mas é aí que mora o problema. Especialistas alertam que a remoção pode gerar ilhas de calor.
Greca e sua gestão, aliás, são alvos desta mesma crítica fora do período eleitoral. O deputado estadual Goura e o federal Tadeu Veneri já denunciaram o problema. Confira neste FIO DA MEADA DO FEED DO MANOLO.
Em plena eleição, o deputado estadual Ney Leprevost decidiu agir contra o corte de árvores. Ele acionou o Ministério Público do Paraná citando a derrubada de 300 árvores na Arthur Bernardes. Trata-se da remodelação da linha Inter II.
Segundo o deputado, a “ação é potencialmente criminosa por parte da Prefeitura de Curitiba, visando o imediato cessamento dos cortes com a devida responsabilização legal”.
Greca não gostou nadinha. E disparou: “Em nossa gestão, não caímos no discurso vazio de quem não quer o avanço da cidade em 5 anos, nossa gestão plantou 550 mil árvores — um feito que começou com o Desafio das 100 Mil Árvores, mas que superou todas as expectativas”.
Mas, prefeito, o que se está questionando é a falta de política para o meio ambiente em toda a cidade. E que o corte de árvores agrava o calor na região. É por aí que questiona o deputado estadual e candidato a vice-prefeito, Goura. “Obras para melhorar a mobilidade urbana são fundamentais, mas é imprescindível evitar cortes desnecessários de árvores adultas e outras ações que vão acelerar ainda mais as mudanças climáticas”, comparou.
A polêmica dos cortes de árvores não começou na eleição. O deputado federal Tadeu Veneri (PT) já havia questionado sobre o tema nos cortes na Avenida Vitor Ferreira do Amaral, onde também passa o Inter II. O assunto está sob análise na promotoria do meio ambiente.
“A Victor Ferreira perdeu mais de 200 árvores, algumas com mais de 50 anos de vida. A Prefeitura de Curitiba, que sabia desde 2019 que faria a supressão e teria que plantar árvores novas, sendo 4 para cada 1 suprimida, está plantando pequenas árvores que daqui 60 anos vão ter o tamanho das retiradas da Victor”, diz.
E como a gente já falou aqui, a retirada de árvores cria bolsões de calor, segundo especialistas. A árvore, no local, faz controle de clima, da umidade relativa do ar e colabora no controle da poluição dos carros. Será que, portanto, é suficiente arrancar daqui e replantar muito mais ali?