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Caso Miguel

Artigo | “As escravas Joana” de ontem e hoje

Neste texto, vamos dialogar com o conto “A escrava”, de Maria Firmina dos Reis e refletir sobre o momento atual

08.jun.2020 às 18h38
Recife (PE)
Maria Fernanda dos Santos Alencar e Rafael Bezerra da Silva Farias

Morte de Miguel motivou protestos por justiça em Pernambuco - PH Reinaux

Em 2020, Maria Firmina dos Reis, educadora, compositora, escritora e intelectual completará 198 anos de nascimento. Nascida em 11 de novembro de 1822, no Maranhão, ela foi uma das precursoras do movimento literário afro no Brasil e autora de várias obras importantes para a literatura Afro-Brasileira como, por exemplo, o romance Úrsula (1859). Neste texto, vamos dialogar com o conto “A escrava”, de sua autoria, publicado na Revista Maranhense em 1887, que aborda a fuga dos escravizados, ocorrida no século XIX, no Brasil.

O Conto apresenta a história de Joana, negra escravizada, que deve dois de dois de seus três filhos vendidos, ficando apenas com um deles, Gabriel. Nesse contexto, Maria Firmina dos Reis procura trazer a voz subalternizada, por meio da literatura, que conta a narrativa do ponto de vista da escravidão por afrodescendentes. Procura contar a historia, expressar o direito ao pensar e do sentir, que ainda é negado. “A escrava”, publicado meses antes da abolição, mostra como a escravidão tem classe, etnia e gênero; ou seja, como o patriarcado foi crucial para a opressão da escrava, abusada em todo contexto social.

Quem são as Joanas de hoje que perdem seus filhos para o poder do sistema capitalista, burguês, conservador, racista, implantado atualmente? Quem são os negros e negras de hoje e que histórias e lutas trazem em suas narrativas que muitos teimam em calar, em tornar invisíveis? Após a abolição, a população negra foi submetida à pauperização, sendo jogada à margem da sociedade brasileira, para sobreviver nas favelas desprovidas de todo o direito social que pudesse fazê-la cidadã e pertencente a uma sociedade. Reforçado o racismo estrutural, a população negra afrobrasileira sofre, ainda, um genocídio.

Quantas “Joanas” não têm negado direito de estar com seus filhos? Como foi o caso recente, em Pernambuco, da mãe de Miguel Otávio Santana da Silva, que levou seu filho de cinco anos para o trabalho porque não tinha com quem deixá-lo. Miguel estava sem creche, sem escola, sem Estado que o pudesse cuidar. Quantas "Joanas", na representação das trabalhadoras, terão seus filhos mortos um sistema de produção capitalista e por uma burguesia que mata com seu racismo, segregando e desprezando pessoas negras? As vidas de negros e negras importam!

O sistema de produção capitalista, o desprezo, o racismo e a ausência de um Estado que possa proteger os trabalhadores, conduzem Miguel, João Pedro, Ágatha e tantos outros à morte. A vida de Miguel valia uma fiança de 20 mil. A liberdade de quem pode pagar pelo poder. Valor que os negros escravizados poderiam valer no período da escravidão. 

É nesse processo de caos politico, social e humano que a literatura se apresenta como um caminho para refletir sobre a sociedade de ontem e hoje, na perspectiva de um povo que, ainda escravizado, não reconhecido por um olhar branco eurocêntrico, possa empreender resistências, lutas e narrativas não contadas. 

*Rafael Bezerra da Silva é membro do Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Educação do Campo e Quilombola (GEPECQ/CAA-UFPE). 
** Maria Fernanda dos Santos Alencar é professora da UFPE e coordenadora do GEPECQ/CAA-UFPE.
 

Editado por: Marcos Barbosa
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