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Início Bem viver Cultura

REPORTAGEM EM SÉRIE

A Venezuela vista por dentro

Integrante da brigada de solidariedade ao país verifica um cenário diferente do apresentado pela mídia comercial

15.nov.2019 às 18h53
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h53
Caracas (Venezuela)
Pedro Carrano
Nossa brigada de solidariedade com o país, composta por seis militantes de diferentes organizações políticas e movimentos populares

Nossa brigada de solidariedade com o país, composta por seis militantes de diferentes organizações políticas e movimentos populares - Divulgação

Onde Chávez repousa

No dia 6 de outubro, em Caracas, capital da Venezuela, chegamos às 16h20 no quartel 4F, conhecido como “Montanha”, que já estava para fechar os seus portões, porque exatamente às 16h25, todos os dias, jovens soldados e milicianos prestam homenagem neste local onde repousam os restos mortais de Hugo Chávez, tenente-coronel que governou a Venezuela entre 1999 e 2013, venceu três eleições e sofreu uma tentativa direta de golpe de Estado em 2002.

Nossa brigada de solidariedade com o país, composta por seis militantes de diferentes organizações políticas e movimentos populares – em tempos de bloqueio econômico e risco de uma intervenção ameaçada por Trump -, teve a sorte de acompanhar essa cerimônia, graças à compreensão de uma miliciana que cuida do espaço há 17 anos.

Sorriso no rosto, a velha senhora fez questão de nos acompanhar pelo quartel e pelo museu com a história do presidente.

Ali foi o meu único arrependimento da viagem: embora tenha anotado cada informação, nem sempre na correria tomei o nome das pessoas desse povo otimista e cálido.

Na mesma semana, o levante da população no Equador ganhava repercussão em todo o continente. Os canais públicos venezuelanos divulgavam na TV aberta por 24 horas o que acontecia naquele país, explicando os detalhes das manifestações, que seguiriam seguiriam no Chile, já aconteciam no Haiti, e marcariam as eleições de Uruguai, Argentina, além da resistência na Bolívia. Nossa América Latina está em chamas. Em meio ao questionamento do neoliberalismo em todo o continente, a Venezuela segue como experiência consolidada de alternativa este modelo.

Mesmo debaixo de uma chuva leve, jovens milicianos fizeram um disparo de pólvora dentro de um antigo canhão no quartel 4F. O horário se deve ao momento da morte de Chávez, em 2013. No texto do cerimonial, os militares reforçam o caráter do processo que resume os princípios da revolução desencadeada por ele: popular, socialista, anti-imperialista, bolivariana e chavista.

Por enquanto

Este local foi onde Chávez comandou, no dia 4 de fevereiro de 1992, a tentativa de insurreição contra o governo neoliberal de Carlos Andrés Pérez, golpe de Estado na época fracassado, mas que projetou como liderança nacional o jovem militar que andava com livros de Guevara entre as mãos.

Durante a estadia em Caracas, me perguntaram sobre o Brasil, eu disse que contribuía na Vigília Lula Livre, em Curitiba, e muita gente respondeu que também na época da prisão de Chávez, que durou dois anos, houve o acompanhamento diante do presídio. O estopim para a comoção popular foi a mensagem que Chávez negociou para entrar ao vivo em cadeia nacional de televisão e desmobilizar o movimento. Porém, a mensagem foi enfática:

– “Por enquanto, lamentavelmente, os objetivos que nos colocamos não conseguimos lograr”, diria, em cadeia nacional.

A capital pode ser vista do alto do bairro 23 de Enero, onde fica o quartel, na região muito conhecida pela organização popular, pelo combate em defesa de Chávez, contra o golpe de 2002, organizado por empresários do ramo petroleiro. Esta região de Caracas é marcada pelo apoio e participação da população local no processo bolivariano.

Momento diferente

Chovia. Como choveu no dia 4 de outubro de 2012, no último discurso de Chávez antes de ser debilitado pelo câncer, em episódio relembrado neste dia.

Era uma forma de iniciar a volta a um país onde eu estive em fevereiro de 2006, também no espaço pequeno de duas semanas, mas intenso de experiências. De lá para cá, o país passou do auge da entrada de renda petroleira até a crise no preço mundial que impactou o país.

Particularmente, notei nuances diferentes na fala das pessoas que encontramos. Se antes era comum ouvir o princípio de que havia recursos e, diante disso, o povo deveria se organizar, hoje muitas vezes o tom é de: “Devido às dificuldades, vamos nos organizar e produzir”.

Embora o país tenha passado por 25 eleições, entre plebiscitos e consultas à população, a mídia empresarial brasileira adotou a terminologia de “ditadura” para caracterizar a Venezuela. CBN, Band News, Globo e Folha não usam a mesma referência a regimes como a Arábia Saudita.

Muitos amigos perguntam, mas a ideia e o senso comum gerados pela mídia empresarial não batem com a realidade. Não há a situação de caos, pobreza, violência extrema tão anunciadas pela mídia. A situação do país é de relativa estabilidade, apesar dos fortes conflitos dos anos 2014 a 2018. Há lojas e mercados abertos. O abastecimento de alimentos se dá hoje pelos Comitês Locais de Abastecimento e Produção (Clap), rompendo o controle de alimentos e mercadorias exercidos pelo grupo Polar, que detém 60% da distribuição do país.

Boas livrarias oferecem livros baratíssimos e de qualidade de autores venezuelanos, latino-americanos, impressos pela fundação de arte do governo.

Entre os analistas com quem conversamos, prevalece a classificação do momento como o de uma guerra econômica contra o país. Apontam que a falta de produtos atingiu justamente aqueles mais importantes para a população: 

“Essa guerra tem um nome e apelido, uma guerra também contra as mulheres, quando faltam anticoncepcionais, fraldas, leite. Agora temos o povo organizado dentro da concepção de poder de Chávez. Estamos resistindo, mas também dando batalha”, afirma o vice-ministro de Comunicação, Willian Castilho.

Em comum entre os períodos de 2006 e 2019, está a mesma conscientização típica de um processo marcado por agressões externas e por uma tentativa da oposição interna desestabilizar um país a partir de sua sociedade civil. Porém, os ataques violentos da oposição não foram capazes de alterar o sistema de poder.

– Como está a situação do país?

Um vendedor de frutas numa barraquinha na rua opina:

– Melhor.

– Melhor que antes?

– Sim, já passou o tempo da fome.

*Militante da organização Consulta Popular e coordenador do jornal Brasil de Fato Paraná. Essa série contém três reportagens e também foi publicada no site https://nocaute.blog.br/ 

Editado por: Redação
Tags: estados unidosvenezuela
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