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Início Opinião

economia

Artigo | Más notícias para os apoiadores do suposto “bloqueio comercial chinês”

China foi responsável por mais da metade do superavit comercial brasileiro em 2019

06.abr.2020 às 18h04
Recife (PE)
Renan Montenegro

O embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming disse esperar posicionamento oficial do Brasil sobre os ataques de Weintraub - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma postagem estapafúrdia feita pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, no fim de semana colocou o Brasil em mais um imbróglio diplomático desnecessário com a China. Como não poderia deixar de ser, a Embaixada chinesa manifestou-se duramente em contrário, exigindo uma retratação oficial. Pouco depois, ganhou coro entre os bolsonaristas nas redes sociais uma campanha a favor do bloqueio comercial contra o gigante asiático. Obviamente, uma manifestação surreal e ingênua.

Em primeiro lugar, convém uma rápida observação nos números do nosso comércio internacional para termos uma ideia da relevância da China. Em 2019, as exportações brasileiras totalizaram cerca de US$ 223 bilhões. O ranking dos principais compradores foi o seguinte: China (US$ 62,8 bi), Estados Unidos (US$ 29,5), Holanda (US$ 10 bi) e Argentina (US$ 9,5 bi).


Exportações brasileiras / Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC)

Do lado das importações, desembolsamos pouco mais de US$ 177 bilhões. Os países que mais nos venderam foram China (US$ 35,7 bi), Estados Unidos (US$ 30 bi), Argentina (US$ 10,5 bi) e Alemanha (US$ 10,2 bi).


Importações brasileiras / Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC)

Como se pode ver, a China é responsável por cerca de 28% de todas as nossas exportações e 20% das importações. Salta aos olhos o fato de que o país lidera com muita folga o ranking das exportações brasileiras, comprando mais do que o dobro do segundo colocado, os Estados Unidos. Os chineses são, de longe, os maiores contribuidores para o saldo positivo da balança comercial brasileira, representando 58% do nosso superávit. Se retirássemos a China dos cálculos, em vez de um superávit de US$ 46 bilhões, o Brasil teria menos de US$ 20 bilhões. Em suma, um cenário hipotético sem a participação da China no comércio brasileiro seria catastrófico.

Ao observarmos os produtos que vendemos e compramos para os chineses, a situação ganha ares ainda mais dramáticos. Do lado das exportações, o Brasil envia para a China, basicamente, três commodities: soja, petróleo e minério de ferro. Juntas, elas representam 78% de tudo o que vendemos para lá. Pelo menos dois impactos importantes devem ser levados em conta a partir desse cenário: a concentração do superávit brasileiro nas unidades da federação que produzem essas mercadorias; e a capacidade de articulação política desses setores.


Exportações do Brasil para a China / Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC)

A conta é simples: estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais (exportadores de petróleo e minério de ferro, respectivamente), que já passam por uma situação financeira calamitosa, seriam duramente atingidos. Ademais, somente as vendas de soja para a China totalizaram mais de US$ 20 bilhões no ano passado, montante que escancara a importância do parceiro asiático para os barões do agronegócio (aliados do governo federal até agora), particularmente no Mato Grosso e no Rio Grande do Sul.

Do lado das importações, a paralisação do fluxo de mercadorias chinesas para o Brasil teria impacto direto no nosso já capenga setor industrial. Basta notar que as fábricas da Samsung e da Motorola no interior de São Paulo tiveram de paralisar suas linhas de produção ainda no início do ano, já que a China é responsável pela maioria esmagadora dos componentes eletrônicos que são vendidos mundo afora. Um eventual (e surreal, reforça-se) bloqueio implicaria em perdas financeiras não apenas para a área de tecnologia, mas para a indústria brasileira no conjunto, que precisaria importar máquinas e outros instrumentos a custos mais altos de outros lugares.


Importações do Brasil oriundas da China / Exportações do Brasil para a China

Por fim, é importante ter em mente que o relacionamento Brasil-China é muito maior que as querelas ideológicas sem sentido patrocinadas por integrantes e apoiadores do governo Bolsonaro. Não custa lembrar que os dois países estabeleceram relações diplomáticas em 1974, durante o governo de Geisel na ditadura militar, e que o primeiro presidente brasileiro a visitar a China foi o general João Figueiredo, em 1984. Em 1988, foi Sarney quem assinou um importante acordo de cooperação espacial que culminou numa bem-sucedida parceria para o lançamento de satélites. São diversos os exemplos do tipo.

Nas relações internacionais, o pragmatismo deve ser a tônica. Principalmente quando estamos falando de um país que é o principal parceiro comercial do Brasil há uma década. No fim do mês passado, o mal-estar nas relações bilaterais foi provocado pelo filho do presidente. Àquela altura, o vice Hamilton Mourão minimizou, dizendo que a declaração não representava o governo. “Se o sobrenome dele fosse Eduardo Bananinha não era problema nenhum”, disse. Agora, a situação é bem diferente. E temos muito a perder. A China, muito pouco.

* Renan Holanda Montenegro é doutor em Ciência Política e pesquisador associado do Instituto de Estudos da Ásia da UFPE.
 

Editado por: Marcos Barbosa
Tags: chinaeconomiapernambuco

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