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RELATO

Gaúcha que vive na China conta como está sua vida naquele país

Com recursos e isolamento, governo de Macau administra bem a pandemia de coronavírus, diz psicóloga brasileira

31.mar.2020 às 16h42
Porto Alegre
Walmaro Paz

Madalena vive em Macau, cidade chinesa que foi colônia portuguesa - Foto: Arquivo Pessoal

Madalena Zancan é uma psicóloga gaúcha que reside em Macau há cerca de dez anos. Foi para la acompanhando seu marido piloto quando a Varig quebrou, se divorciou alguns anos depois, mas continuou morando na China pois gostou muito do modo de vida daquele país. É natural de Santo Ângelo, morou desde sua adolescência em Porto Alegre e, por fim, foi para a China. Atua como psicóloga autônoma, mas deverá até o final o ano lecionar na Universidade Católica de Macau.

Madalena é minha prima e esta semana resolvi mandar-lhe uma mensagem perguntando como estavam as coisas na sua vida e lá onde ela tinha escolhido morar. Ela respondeu com um relato muito extenso sobre sua experiência, mas verídico, de fonte confiável e muito bem escrito.

Por isso resolvi reproduzi-lo na íntegra. Confira:

“Então, vamos lá. O governo de Macau foi nota 10, não brincou em serviço, e tem gerenciado a crise com pulsos de ferro. Vá bem que (1) somos o país mais rico do mundo, e temos reservas pra viver por 8 anos sem nenhuma arrecadação; (2) nosso território é minúsculo, em torno de 35 km quadrados; (3) a população é de 600 mil habitantes. Além dessas vantagens, a cultura aqui é coletivista, com alto índice de "power distance", ou seja, o povo respeita e acata ordens de autoridades.

Tivemos nosso primeiro caso dia 22 de janeiro. Dois dias depois, o governo determinou um lockdown – até porque começava o feriado do ano-novo chinês, e tudo estaria fechado de qualquer maneira. São três dias de feriado oficial, mas escolas e comércio geralmente fecham por 7 a 10 dias. Esse ano tudo fechou por duas semanas, com exceção de supermercados, farmácias e cassinos, e depois disso fecharam também os cassinos, que são basicamente o sustento do território. Ruas desertas, cidade quieta.

Houve corrida aos supermercados e farmácias. Máscaras e álcool gel sumiram das prateleiras no primeiro dia. Pra resolver isso, o governo comprou milhões de máscaras, e distribui quase gratuitamente aos residentes. Dez máscaras por US$ 1 a cada 10 dias por residente. A coisa é bem organizada e controlada, e todo mundo tem máscaras. O governo também garantiu o reabastecimento dos supermercados, e embora tivemos prateleiras ralas, não posso dizer que tenha faltado suprimentos a ninguém. A população também coopera imensamente, um traço bem coletivista que visa o bem-estar da comunidade e não o individual.

Naquela primeira onda, tivemos apenas 10 casos, sem nenhuma morte. Ficamos 40 dias sem nenhum caso novo, e agora estamos na segunda onda, quando muita gente que havia fugido pra Europa começou a voltar depois que o governo anunciou que as escolas devem reabrir em abril. Assim que apareceram os primeiros casos da segunda onda, todos importados, o governo decretou quarentena obrigatória de 14 dias para quem chegasse de fora. Já temos mais de 3 mil pessoas de quarentena, em hotéis pagos pelo governo. Meu ex-marido, que estava de férias no Brasil, chegou em Hong Kong agora pela manhã, e está aguardando transporte pra quarentena dele. Todos são testados no primeiro e no 11º dia. Isso nos dá uma certa tranquilidade porque o vírus não está circulando pelo território, embora tenha havido alguns poucos casos antes dessa medida ter sido implementada.

Para cada caso que se confirma, ou até mesmo que seja suspeito, o governo investiga todas a pessoas com quem esse caso teve contato, e coloca essas pessoas em isolamento e monitoramento, e também rastreia todos os passos dessas pessoas, onde estiveram, qual ônibus pegou, a que horas, etc., e informam a população. Se alguém achar que possa ter sido exposto, é só ir no hospital e será testado. Enfim, a coisa é levada muito a sério.

Eu estou em casa desde 24 de janeiro, só saio pra ir ao supermercado e pra buscar minhas máscaras a cada 10 dias, vez ou outra saio pra comer em restaurante porque tem horas que já não aguento mais minha comida! Tudo é feito online, aulas, reuniões, sessões com clientes, transações bancárias. Evidentemente, serviços essenciais nunca pararam. Tenho entrega de água, gás, e correio normalmente.

Depois de 4 semanas de tudo parado, a vida aos poucos retornou ao normal, mas como estamos com as fronteiras fechadas, portanto não temos turistas, está tudo mais calmo. As universidades voltam a ter aulas presenciais agora em abril, mas somente para alunos do último semestre que devem se formar em julho. Para entrar em prédios públicos é preciso preencher uma declaração online, dizendo se tem sintomas e onde esteve nos últimos 14 dias. Bancos não permitem a entrada de mais de 10 clientes por vez. As pessoas mantém distância em lugares públicos. Tudo é desinfetado, ônibus, trens, elevadores, portas e maçanetas. Todo mundo usa máscara, e quando se vê alguém sem máscara, pode apostar que é estrangeiro – e isso causa imenso desconforto entre as pessoas.

O governo também está ajudando residentes com a antecipação do pagamento de subsídios e programas já existentes, e com a criação de novos. Também isentou todo mundo de pagar água e luz até maio, e cortou impostos. Ontem o governo anunciou a liberação do equivalente a 5 bilhões de reais para ajudar empresas e residentes em dificuldade. Mais uma vez, é fácil quando se tem recursos. Enfim, estamos bem amparados. Só o tal do isolamento que é chato demais. Mas como dizia Darwin, sobrevive quem melhor se adapta às mudanças e circunstâncias. Abraço pra vocês.”

 

Editado por: Marcelo Ferreira
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