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Opinião

Artigo | Liberação de posse e porte de armas, ontem e hoje

Os novos coronéis poderão adquirir caríssimas armas de fogo e atirar contra cidadãos de classes inferiores

17.jun.2019 às 18h18
Belo Horizonte (MG)
Antônio de Paiva Moura
Coronel Saruê, personagem da telenovela Velho Chico, da TV Globo

Coronel Saruê, personagem da telenovela Velho Chico, da TV Globo - Foto: Reprodução

Logo após a Independência do Brasil (1822) houve alguns conflitos internos; lutas entre facções nas diversas regiões, como rebelião em Pernambuco, Cisplatina no Nordeste e outros motins. Em face disso, o artigo 145 da Constituição de 1824 dizia que “Todos os brasileiros são obrigados a pegar em armas, para sustentar a Independência, a integridade do Império e defende-lo dos inimigos externos e internos”. Em 1831, no período regencial foi criada a Guarda Nacional com esse mesmo objetivo, mas na forma de recrutar o pessoal que a compunha, visava proteger as oligarquias regionais.

Sua organização se baseava nas elites políticas locais, como grandes fazendeiros e comerciantes. Todo município tinha uma legião da Guarda Nacional. O posto maior de comando era do coronel, geralmente grande fazendeiro escolhido pelo juiz de paz municipal. Os demais postos, capitães, majores, cabos e guardas eram escolhidos pelas câmaras municipais. Como as câmaras municipais eram controladas pelos coronéis e, por isso, os subalternos das legiões acabavam sendo guarda-costas dos coronéis. A figura do cabo permanece na memória coletiva como aquela figura que leva no cabresto o eleitor para votar no coronel, tendo ficado conhecida como “cabo eleitoral”.

As literaturas historiográfica, ficcional e cinematográfica contribuíram enormemente com o esclarecimento dos abusos de poder dos legionários legais e dos corpos de jagunços dos coronéis que matavam por empreitada ou para provar fidelidade a estes. Para tornar permanente aquele status quo desenvolveu-se uma cultura no entorno das fazendas e das pequenas cidades.

As legiões da Guarda Nacional criaram bandas de música de caráter marcial, contribuindo para a militarização ideológica da sociedade. Os dois primeiros presidentes da República foram militares. Rui Barbosa concorreu eleição com o oitavo presidente, o marechal Hermes da Fonseca. Perdeu a eleição, mas deixou a marca da campanha civilista. A música brasileira refletiu esse caráter militarista, no gosto pelas marchas carnavalescas e juninas, bem como o cultivo da música caipira no passado e hoje a chamada sertaneja.  

Mas a Guarda Nacional foi extinta em 1922, substituída pelas polícias militares estaduais. Na primeira metade do século XX, essas polícias travaram lutas contra os bandos de cangaceiro, em Minas Gerais e no Nordeste. Os cangaceiros tentavam destruir o poderio dos latifundiários que impediam a sobrevivência de pequenos agricultores.

Os proprietários urbanos e rurais, então chamados “homens bons”, não consideravam os afro-brasileiros, índios e brancos sem posses, como cidadãos e, portanto, excluídos da pátria. Os ricos apropriaram-se dos símbolos nacionais, como o hino e a bandeira. Os que contrariavam os interesses e as ideologias dos ricos eram considerados antipatriotas e por isso podiam ser assassinados. O verde-amarelismo era o escudo ideológico dos ricos.

Passados dois séculos da primeira Constituição brasileira, assume o poder executivo do Brasil um militar de nome Jair Bolsonaro. Traz no seu discurso o reforço da ideologia dos privilégios para os considerados “cidadãos de bem”, réplicas dos antigos “homens bons”.

A conceituação do que é ser cidadão de bem é enganosa e subjetiva. Um sujeito bem vestido, trafegando em carro do ano, mas que avança o sinal e dirige embriagado, na certeza de que não vai perder pontos na carteira; a madame de salto alto, esteticamente bem produzida, mas que estaciona seu carro em vaga reservada a deficiente físico; os novos coronéis do agronegócio que encharcam os produtos com agrotóxicos ilícitos, na certeza de que os órgãos fiscalizadores estão proibidos de atuar; os donos de mineradoras que têm a garantia de lucros ilícitos, com sacrifício de vidas humanas e prejuízos para a sociedade.  Enfim, terão porte de armas, aquelas pessoas que já são aquinhoadas com o poder conferido pelo status econômico. Estes, sim, poderão adquirir caríssimas armas de fogo e atirar contra cidadãos de classes inferiores.

Antônio de Paiva Moura é autor do livro “Violência no mundo, ontem e hoje”. FUNDAC-BH, 2009.

Editado por: Elis Almeida
Tags: armas
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