A Bancada Ativista (PSOL), mandato coletivo que reúne nove co-deputados e co-deputadas estaduais, entrará na Justiça e no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para cassar o mandato do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP).
O motivo é a divulgação feita por Garcia de um dossiê com informações pessoais de manifestantes que teriam saído às ruas em manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro no último domingo (31).
No documento, acessado pelo Brasil de Fato, aparecem fotos, nome completo, documentos como RG e CPF, endereço e o número de celular de diversos manifestantes que se declaram, nas redes sociais, como “antifascistas”.
Em alguns casos, são informados os locais que a pessoa frequenta, como restaurantes, o emprego ou bares.
Paula Aparecida, uma das co-deputadas da Bancada Ativista, confirma que o pedido de anulação do mandato de Garcia já está sendo formulado.
“Estamos com o compromisso de garantir essa cassação, para isso nos dividimos em conversas com o PT, PDT, Rede e vários outros partidos. Mas também, estamos tentando fazer com que não seja uma mobilização dos deputados, mas que tenha um apoio das vítimas", afirma.
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Em suas redes sociais, Garcia divulgou um vídeo afirmando que os manifestantes que estão no dossiê produzido por seu gabinete são “criminosos”.
“Nós precisamos montar uma rede de combate a esses terroristas que existem aqui no nosso Brasil”, afirmou o bolsonarista, que atacou também outros parlamentares.
“Todos os deputados que batem no peito e dizem ‘eu sou antifa’ devem ser investigados, porque dizer que é ‘antifa’ é o mesmo que dizer que é terrorista, que destrói patrimônio público, taca rojão em policial militar e preparo coquetel molotov.”
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Nesta quinta-feira (4), Garcia pediu que seus seguidores continuem mandando informações sobre antifascistas, para que o dossiê seja “sempre atualizado”. Ainda de acordo com o deputado, o documento será entregue à Polícia Federal (PF).
Para Aparecida, o deputado volta a incidir em um crime pelo qual já é investigado: produção de notícias falsas. “Ele está usando o gabinete da Alesp para produzir uma grande fake news, dizendo que antifascistas são terroristas. Qualquer coisa que hoje aconteça com qualquer uma das milhares de pessoas que estão na lista, se alguém morrer, é responsabilidade dele.”
Investigações
Douglas Garcia é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por utilizar o seu gabinete na Alesp para propagação de Fake News. No dia 27 de maio, agentes da Polícia Federal foram até o gabinete do deputado bolsonarista para cumprir um mandato de busca e apreensão e levaram seus computadores para perícia. O deputado estadual Gil Diniz, também do do PSL, é alvo do mesmo processo.
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De acordo com o portal G1, o Ministério Público de São Paulo também está investigando Douglas Garcia e funcionários de seu gabinete por usarem a estrutura na Alesp para propagar notícias falsas contra adversários políticos.
