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Início Bem viver Cultura

DESIGUALDADE

Mulheres tem dificuldade no mercado de trabalho, mais desemprego e menor salário

De acordo com o DIEESE, os números e a realidade se apresentam de formas diferentes para os homens e para as mulheres

05.mar.2020 às 12h07
Recife (PE)
Rani de Mendonça

Pesquisa do DIEESE expões dados da desigualdade no mercado de trabalho - DIEESE

Terça-feira, 5h30 da manhã Rosália acorda. Às 6h já está terminando de tomar 0 café da manhã que preparou para ela, a filha, a neta e o esposo. Antes sair para o ponto de ônibus, a diarista ajusta alguma outra coisa que tenha ficado de pendência do dia anterior, algumas vezes que lava alguns pratos e outras vezes estende ou lava roupas e segue para a missão do dia. 1h20 depois que acordou, Rosália consegue sair do bairro de Peixinhos, em Olinda e se acomodar em um ônibus que vai deixa-la no bairro do Espinheiro, local em que vai trabalhar especificamente neste dia. Rosália começa a trabalhar na limpeza do local geralmente às 7h30, sem hora para acabar. Na terça-feira é assim, mas o local de trabalho de Rosália muda todos os dias. Ela faz faxina em várias casas do Recife, todo dia uma diferente. “Eu saio quando termino de fazer toda a limpeza, então depende muito. Tem dia que consigo voltar para casa 17h, 18h. Mas, teve vezes de sair da faxina às 21h”, conta.
Em uma outra parte do Recife, Sheyla Santos, técnica em edificações recém demitida de uma construtora, acorda sob a angústia de como fará para voltar a algum posto de trabalho. Sheyla trabalhava até setembro do ano passado como coordenadora de produção e foi desligada sob o argumento de crise econômica no setor da construção civil. De lá para cá, ela tem convivido com dificuldades práticas para voltar ao mercado de trabalho. “É muito desesperador ser uma mulher negra, mãe de três filhas, que vive de aluguel, sem perspectiva de emprego. Além de conviver com a escassez das vagas, convivemos com os rótulos de gênero, porque as pessoas julgam pelo gênero e não pela capacidade. Recentemente fui a uma entrevista e eles quando disse que tinha três filhos, me perguntaram “com quem você vai deixar suas filhas?”. Essas coisas são perguntadas aos homens?”, questiona.

Rosália de Oliveira, 50, e Sheyla traduzem a realidade bastante comum entre as mulheres no Brasil. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do segundo trimestre de 2019, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação é de 11,8%, o que representa quase 12,5 milhões de pessoas. Outro dado relevante é que 93,8 milhões de pessoas estão dentro do que é classificada como população ocupada, segmento que cresceu 0,5% em relação ao trimestre anterior. Sem carteira assinada e nenhum vínculo empregatício de fato, as pessoas prestam serviços sem seguro, sem férias e sem possibilidade de aposentadoria.

Jackeline Natal, supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), atribui este fenômeno a uma série de fatores que têm acontecido no país. “Depois de dois anos de recessão e três anos de baixo crescimento econômico, somado a um governo de cunho liberal, que está reduzindo o tamanho das políticas sociais e da distribuição de renda, que está rompendo com o pacto do salário mínimo e que advoga um discurso de que é melhor ter trabalho do que direitos, que também é reafirmado pelo conjunto dos empresários, temos uma alteração no patamar do desemprego, embora entre 2018 e 2019 tenha reduzido 0,6%, segundo o IBGE, o que aumenta o é nível de ocupação por conta própria. Ou seja, as pessoas deixam de ser asseguradas socialmente e passam a ter responsabilidade pelos ônus e bônus dos riscos do seu trabalho”, reitera.
Ainda segundo as análises do DIEESE, o mercado de trabalho é estruturalmente desigual. Os números e a realidade se apresentam de formas diferentes para os homens e para as mulheres. “Mesmo nos momentos de crescimento econômico, quando se tem o aumento da renda de trabalho, da formalização, o que chamamos de momento de estruturação, o mercado mantém sua estrutura de desigualdade. Sistematicamente as mulheres têm maiores dificuldades de inserção, maiores taxas de desemprego e menor rendimento. Se recortarmos por gênero e raça, as mulheres negras ocupam as posições mais precárias e de menor rendimento no mercado de trabalho”, reflete Jackeline.
Esses números distinguem também quando as mulheres ocupam a mesma função, mas ganham menos. No Brasil, o rendimento mensal médio das mulheres em 2016 foi 22% menor do que os dos homens. Enquanto os homens ganham em média R$ 2.495, as mulheres recebem R$ 1958. Na taxa de desemprego, ainda segundo a PNAD, as mulheres totalizam 13% e os homens 9% de desocupação total, o que implica dizer que é sem trabalho formal ou informal. Dessas, 37% das mulheres desocupadas estavam procurando emprego há mais de um ano e 10% da lista total de desocupadas são as responsáveis financeiras pelo domicílio, ou seja, são elas as chefes de famílias, enquanto os homens ocupam 5% deste percentual.
O único índice que as mulheres passam na frente disparadamente dos homens é quando faz o recorte do trabalho não remunerado, sobretudo os afazeres domésticos. Nessa estatística, as mulheres gastam 95% mais tempo em tarefas domésticas dos que os homens. Em média, as mulheres trabalham 541 horas a mais por ano, o equivalente a 68 dias de trabalho (considerando uma jornada de 8 horas/dia).

Editado por: Monyse Ravena
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