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Início Direitos Direitos Humanos

DO LADO DE DENTRO

Revista feita por mulheres privadas de liberdade será lançada em Rio Piracicaba (MG)

Essa será a terceira edição da revista “A estrela”, pela primeira vez só com mulheres

09.mar.2017 às 18h38
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h38
Belo Horizonte
Redação
A publicação foi realizada por 20 mulheres que cumprem pena na Apac de Rio Piracicaba

A publicação foi realizada por 20 mulheres que cumprem pena na Apac de Rio Piracicaba - A publicação foi realizada por 20 mulheres que cumprem pena na Apac de Rio Piracicaba

Em sua terceira edição, a revista “A Estrela” chegou, pela primeira vez, a uma unidade prisional feminina, a Apac de Rio Piracicaba, na região do Vale do Rio Doce. A publicação foi realizada por 20 mulheres que cumprem pena na unidade. Elas são as responsáveis pelos textos e fotos das 32 páginas da edição. O evento de lançamento ocorre na sexta (10) às 18h, na sede da Apac.

“Pela primeira vez contamos com uma turma de mulheres. Elas que acabam abandonadas pelos companheiros que antes já visitaram sob chuva ou sob sol em outros presídios. Elas que se preocupam com os filhos do lado de fora e sabem que são negligenciados por toda a sociedade como elas foram e ainda são. Elas que um dia foram violentadas, agredidas, negadas. E ainda são”, destacam a jornalista Natália Martino e o fotógrafo Leo Drumond, idealizadores do projeto, no editorial que abre a terceira edição da revista.

Durante o curso, as participantes da Apac Feminina de Rio Piracicaba participaram de aulas teóricas, práticas monitoradas, discussão de pautas e tempo para produção de conteúdo dentro da unidade prisional.

“Em outros trabalhos do Projeto Voz, tivemos a oportunidade de ir a unidades carcerárias femininas e ficou evidente para nós que a prisão tem impactos diferentes em suas vidas e nas vidas de suas famílias”, destaca Natália. Segundo ela, em um sistema carcerário feito por homens e para homens, as mulheres costumam passar por privações maiores e, ainda, sofrem mais com o abandono dos familiares.,

Apac Feminina de Rio Piracicaba

A Apac Feminina foi fundada em 19 de fevereiro de 2008 e recebe condenadas da Região do Médio Piracicaba e outras cidades e disponibiliza de 46 vagas, divididas em regimes semiaberto e fechado. O método Apac baseia-se na valorização humana, buscando oferecer aos condenados condições de recuperação,. Busca também, em uma perspectiva mais ampla, a proteção da sociedade, a promoção da justiça e o socorro das vítimas.

A revista

O nome é uma homenagem ao periódico homônimo que circulou na década de 1940. A Estrela era produzido na Penitenciária Central do Distrito Federal e publicava artigos feitos por detentos ao lado de textos escritos por grandes expoentes do direito penal no período. Um editorial de 1944 resume bem o perfil da publicação: "Quem melhor do que o próprio encarcerado poderá indicar aquilo de que mais carece? Para que legislar, decretar; para que conferências penitenciárias se àquele mais fundamentalmente visado por essas medidas é recusado o direito de falar, e quando os seus mais justos anseios devem ser recalcados?".

As publicações

A revista e a publicação digital A Estrela contam com conteúdo exclusivamente produzido pelos detentos. São ensaios fotográficos, textos em diversos formatos e vídeos. Nas duas primeiras edições, produzidas na Associação de Proteção ao Condenado (Apac) de Itaúna e de São João del Rei (MG), os participantes desenharam a logomarca da revista, que será revista em cada um dos números seguintes, de acordo com os talentos de desenho dos recuperandos. Todos são incentivados a se expressar com qualquer recurso artístico que desejarem, como ilustrações e composições musicais. Para conferir o que foi feito nos números já produzidos, basta acessar o material aqui.

Confira duas matérias inéditas produzidas pelas detentas:

Matéria: Superlotação

Título: Faltam prisões ou sobram presos?

A Lei de Drogas, de 2006, acaba com a prisão de usuários e aumenta a pena para traficantes. Mas o que define um traficante*?

A quantidade de drogas apreendida?

A classe social? A aparência física?

E se ele estiver de terno? Pode ser enquadrado como traficante?

Os antecedentes criminais?

Mas e se ele sua dívida com a Justiça já estiver paga?

É justo condená-lo pelo que fez no passado?

Os familiares dos presos podem ser testemunhas da defesa?

Não? São suspeitos?

E os policiais que prenderam não são suspeitos para serem testemunhas da acusação?

Um ex-traficante pode viver uma vida honesta?

Será que é possível mudar de vida?

E se ele te pedisse emprego, você daria?

Será que prender vendedor de “dolinha”* vai acabar com o tráfico?

* A lei não define diferenças objetivas entre usuários e traficantes. Desde a sua publicação, o número de suspeitos enquadrados no tráfico subiu em mais de 300%.

* pequenas quantidades de maconha

Texto: Amanda Gualberto – recuperanda da Apac Feminina de Rio Piracicaba (MG)

 

Matéria: Abandono

Título: Homem não marcha com mulher

Minha vida era de ostentação. Fazia o que queria, não precisava me preocupar com nada, principalmente com dinheiro. Mas eu marchava com ele. Por um ano eu fui ao presídio todo fim de semana, não faltei a nenhuma visita íntima. Era sol ou chuva, eu estava lá. Eu usufruía de uma boa vida enquanto ele estava preso, é verdade, mas nunca deixei que faltasse nada para ele. Nem mesmo drogas ou celulares. Não deixava faltar nada mesmo, para tudo eu dava um jeito.

Até que essa “vida boa” me rendeu uma sentença alta. 17 anos e seis meses. Ele me mandava cartas. Eram cheias de mentiras, mas eu acreditava. Por isso foi um choque quando a amante dele acabou presa no mesmo lugar que eu estava há cinco meses. Ela rodou levando drogas para ele no presídio. Meu chão desabou. Não acreditava que ele teria coragem de fazer isso comigo. Doeu muito, muito mesmo.

Como se não bastasse eu estar presa, ele ainda teve que esfregar a amante na minha cara. Eu queria esganá-la. Não tive essa oportunidade, ela não estava na mesma cela que eu. O que eu fiz foi escrever uma carta para ele terminando tudo. O abusado me respondeu assim: “não fica assim, amor, quando eu sair te explico tudo e você vai entender”. Entender o que?

Foi assim que acabou um casamento de dez anos.

Texto: Raquel Eleny dos Reis com a colaboração de Eloisa Aparecida Batista, Franciele Aparecida Moreira e Shirlene de Fátima Soares. Todas recuperandas da Apac Feminina de Rio Piracicaba (MG)

(com informações do Projeto Voz)

Editado por: Joana Tavares
Tags: mulheres
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