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TRABALHO

Novos tempos modernos e a precarização do mundo do trabalho atual

Para Ricardo Antunes, vivemos “uma escravidão digital” com cada vez mais “flexibilização do mercado de trabalho”

18.jun.2019 às 15h16
Porto Alegre (RS)
Fabiana Reinholz
“O flagelo do desemprego é tão grande que você pega qualquer coisa e depois vai reclamar”, diz o sociólogo e professor da Unicamp

“O flagelo do desemprego é tão grande que você pega qualquer coisa e depois vai reclamar”, diz o sociólogo e professor da Unicamp - Fotos: Gustavo Diehl / UFRGS

Uma superprodução racionalizada e organizada numa linha de montagem é o cenário que abre o longa-metragem Tempos Modernos, de 1936, uma crítica de Charles Chaplin ao fordismo, ao sistema capitalista. Do Século XX, o “século” do automóvel, da produção individualizada, do consumo destrutivo, da fetichização do operário e da operária no mundo da produção, aos tempos atuais do mundo do trabalho, que se configura como “privilégio da servidão” por meio de precarizações, terceirizações, desregulamentações, assédio e contratos intermitentes, foram temas abordados pelo sociólogo e professor Ricardo Antunes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em conferência realizada nesta segunda-feira (17), no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre (RS).

Ao abrir sua fala, o professor traçou um paralelo entre a Revolução Industrial e as realidades atuais. Se a Revolução Industrial se configurou como transformação capitalista da indústria, dos anos 1960 até os dias atuais a realidade do mundo do trabalho é marcada pela transformação estrutural profunda no universo de serviços. “Em 73, chegamos a um ponto culminante de um período do capitalismo que foi marcado por ciclos expansão – crise – expansão. Chegamos a um ponto alto e, a partir dai, [veio] uma tendência declinante profundamente destrutiva, e é dela que estamos nos entendendo ou desentendendo”, aponta.

De acordo com Antunes, inicia-se então, a era da devastação social do trabalho e se encera a era das conciliações, “o que significa demolir tudo que no século XX foi construído em termos de direito do trabalho”. Ao trazer esse contexto para a realidade brasileira, o professor cita, como exemplo, o que aconteceu após o impeachment da presidenta Dilma. “Vimos o Temer fazer em dois anos o que vem se tentado desde o Collor, a terceirização total, ou quase total. A terceirização no setor público que está praticamente liberada, só faltou ao Temer a reforma da Previdência. O resultado é que nós temos uma corrosão crescente do sistema de proteção do trabalho”.

Precariado legal

Casa cheia para assistir á conferência na UFRGS 

“O flagelo do desemprego é tão grande que você pega qualquer coisa e depois vai reclamar”, aponta Antunes. Segundo ele, em um cenário de hegemonia financeira e impulsão de mecanismo informacional-digital que não para de se expandir, há um número incalculável de trabalhadores e trabalhadoras que se encontra em situações cada vez mais instáveis e precárias, cuja resultante não é outra senão o aumento do subemprego e do desemprego.

“Temos no Brasil hoje mais de 14 milhões de desempregados, se incluirmos o desemprego por desalento chegamos a 20 milhões, se incluirmos subempregos e subutilizações, os chamados bicos, 30 milhões quando nossa população economicamente ativa é um pouco mais de 100 milhões de pessoas, dados oficiais, ou seja, os dados reais são superiores a isso”, aponta.

Na nova configuração do mundo do trabalho, o setor de serviços antes desprezado pelo capitalismo passa a ser, no fim do século XX e início do século XXI , um setor espetacularmente disponível para sua transformação, altamente gerador de lucro, de valor e mais valia, aponta o sociólogo. “Isso alterou profundamente a saúde, a educação, a previdência, a telefonia, o transporte público, o cárcere. Tudo no setor público que possa ser objeto de lucro ou de geração de valor passou a ser objeto de cobiça dos capitais. Isso fez com que houvesse uma ampliação monumental de trabalhadoras e trabalhadores que sem emprego, ou com menor emprego na indústria, ou com menor emprego na agricultura, migrassem para o serviço”, exemplifica.

De acordo com professor, o setor de serviço é o que mais emprega no mundo inteiro hoje, resultando cada vez mais em trabalhos intermitentes e desprovidos de direitos. Ele cita, por exemplo, modalidades como, “contratos de zero hora”, em que o trabalhador está à disposição de uma empresa e recebe quando acionado; as atividades são realizadas por meio de aplicativos digitais, e, além da desobrigação de direitos, a empresa não é dona das ferramentas de trabalho do trabalhador, como no caso de Uber, iFood etc; e a mistificação do empreendedorismo. “No Brasil, hoje, para cinco milhões e meio, seis milhões de pessoas, se não fossem essas plataformas, o desemprego seria mair”. Em relação ao empreendedorismo, Antunes aponta que o empreendedor é, ao mesmo tempo, um burguês e um proletário de si próprio. “Nunca vi a mídia apresentar o caso de um empreendedor que se arrebentou, que é a maioria esmagadora. De cada 50, cinco conseguem desenvolver seu negócio, e 45 se arrebentam. Nunca vi o depoimento sobre os empreendedores que se arrebentaram, isso porque ela virou uma ideologia poderosa”, repara.

Para sociólogo, há uma "uberização do trabalho" descente no mundo 

Movidos por essa lógica que é destrutiva, frisa o professor, expande-se em escala global o que pode-se denominar “Uberização do trabalho”, que se tornou o elixir do novo mundo empresarial. Ainda de acordo com ele, para ler o século 21 eu não posso ler o século 18. “Podemos presenciar o crescimento exponencial da era da escravidão digital. O mundo do trabalho está destroçado e precisa ser reinventado”, finaliza.

Presenças

O evento foi realizado pela Comissão Interna de Supervisão do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos (CIS) da UFRGS, que foi representada na coordenação da mesa por Ângela Fernandes da Silva. Também compuseram a mesa representantes de entidades de trabalhadores: Bernadete Menezes, integrante da Coordenação Geral do Sindicato dos Técnicos Administrativos da UFRGS, UFCSPA e IFRS (ASSUFRGS); Guilherme Câmara, representante do Sindicato Nacional dos Docentes Das Instituições De Ensino Superior (Andes/RS); Luciani Paz Comerlatto, da Comissão Permanente de Pessoal Docente – CPPD/UFRGS.

Confira aqui a palestra completa

Editado por: Marcelo Ferreira
Tags: desempregoempregoporto alegretrabalho
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