Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Artigo

Artigo | Brasil – para onde caminhamos?

Estamos entregues como povo e nação ao que de pior se afirmou na história política do país nos últimos anos

29.dez.2020 às 14h09
Porto Alegre
Roberto E. Zwetsch

Em menos de um ano de pandemia, o Brasil se aproxima dos 200 mil falecidos, segundo especialistas, mortes que poderiam ter sido evitadas com medidas sanitárias rígidas. - Nelson Almeida / AFP

Eliane Brum, uma de nossas mais corajosas jornalistas e que vive hoje em Altamira, PA, publicou em 2019 o livro Brasil – construtor de ruínas (Porto Alegre: Arquipélago), no qual descreve em capítulos contundentes o que este país tem feito com a Amazônia e seu povo nas últimas décadas. Ao ler certas páginas a gente fica a ponto de chorar, tamanha a desfaçatez, a brutalidade e a violência com que empresas e instituições públicas se esforçam na sanha destruidora que nos acossa por todos os lados. E as ruínas daí resultantes dão testemunho de uma injustiça que se tornou estrutural.

Neste final de 2020, o ano que não vai terminar, pois a covid-19 continuará a cobrar vidas e a se espalhar por mais alguns milhões de pessoas nos próximos meses, pensei que outro livro deve ser escrito por quem tem o dom, a capacidade e a firmeza de Eliane Brum: Brasil – campo de concentração e extermínio. E por quê? Bem, porque é disso que se trata efetivamente.

A vida está muito difícil para todas as pessoas, nós incluídos (sou do grupo de risco). Mas o que temos diante de nós não é apenas a explosão de uma pandemia e a sua persistência por meses a fio. Não é só a tristeza de ver que – apesar de todo o esforço gigantesco e solidário de centenas de equipes de saúde pública espalhadas pelo país – milhares de pessoas continuam a morrer – e continuarão – , enquanto outros milhões de pessoas serão infectadas e nada de consistente se faz para conter o avanço da pandemia. Uma das nossas desgraças é a frieza da população que não colabora com o repetido e necessário distanciamento social, uso correto de máscara e outros cuidados. Entendo que para muita gente é muito difícil, pois a fome ataca de todos os lados, mas o desprezo pelo cuidado coletivo terá um preço alto neste pobre país.

O fato mais grave, porém, é que o governo federal, as autoridades do Ministério da Saúde, do Ministério da Economia, do Ministério das Mulheres e outros órgãos públicos federais, isto é, autoridades que têm a responsabilidade direta de avaliar o desastre e agir para contê-lo ou minimizá-lo, a começar pelo presidente da República, nada fazem. A esse despropósito chegamos. Estamos entregues como povo e nação ao que de pior se afirmou na história política do país nos últimos anos. Estamos entregues a verdadeiras forças de morte, à necropolítica, como o formulou o filósofo camaronês Achille Mbembe.

Isto significa que o Brasil se transformou em muito pouco tempo num campo de concentração e extermínio de sua população, principalmente dos setores e comunidades mais vulneráveis e frágeis humanamente falando. E o pior: Judiciário e Legislativo nada fazem para conter a virulência dessa política. Tergiversam, se omitem, postergam decisões inadiáveis. Tal situação não é algo irracional, pelo contrário, ela responde a uma outra racionalidade, a uma razão genocida que se impôs ao conjunto da sociedade como política de Estado, por mais paradoxal que isto pareça. Este é o ponto. O país está preso a uma lógica da morte, do extermínio em massa, algo que já aconteceu em vários países de forma recorrente. Ninguém em sã consciência pode negar este fato brutal. E sabemos que a afirmação ultrapassa evidentemente a pandemia, pois temos muitas outras pandemias em curso, como a destruição ambiental da Amazônia e do Pantanal, a morte assustadora de jovens negros, de mulheres (feminicídio), de indígenas, de quilombolas, de gente pobre todos os dias.

Quando este povo – que hoje é comparado a uma boiada – vai se levantar? Quando deixará de ser massa de manobra de uma perversão clinicamente planejada para matar e não para salvar vidas? O desafio está posto e o tempo urge. Aliás, não temos mais tempo para retomar a defesa da vida e da nossa gente. Está esgotado o tempo regulamentar.

INTERDIÇÃO JÁ!

* Pastor luterano, doutor em Teologia, professor associado do PPG de Faculdades EST, São Leopoldo, RS. Este texto indignado, infelizmente, é um protesto silencioso de alguém que se sente impotente, mas não pode se calar (dezembro de 2020).

Editado por: Katia Marko
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Soberania nacional

Lula se fortalece após tarifaço de Trump, e bolsonarismo cava própria cova, avalia cientista político

Artigo

Venezuela: pés fincados no território e coletivização do poder

SIM, EU POSSO

Pernambucanos participam de último encontro preparatório para dar aulas de alfabetização nas periferias

PESQUISA DATAFOLHA

Maioria dos brasileiros vê Trump errado sobre caso Bolsonaro e nega perseguição a ex-presidente

ALERTA DE FRAUDE

Conab denuncia golpe no RS para extorquir vítimas da enchente

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.