Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Internacional

América Latina

Retorno do MAS abre caminho para apuração dos crimes do governo golpista da Bolívia

Conheça as acusações contra Jeanine Áñez e os ministros que assumiram o país interinamente após o golpe de 2019

11.nov.2020 às 09h23
Florianópolis (SC) e Caracas (Venezuela)
Daniel Giovanaz e Michele de Mello

Jeanine Áñez [centro] é um dos principais alvos e sequer compareceu à posse de Arce no domingo - AFP PHOTO / BOLIVIAN PRESIDENCY

O retorno do Movimento ao Socialismo (MAS) ao governo do Estado Plurinacional da Bolívia deve abrir caminho para o julgamento de integrantes do alto escalão do governo de facto, que vigorou entre 12 de novembro de 2019 e 7 de novembro de 2020.

No discurso de posse, no último domingo (8), o presidente eleito Luis Arce criticou as perseguições jurídicas e os massacres comandados pelo governo da presidenta autoproclamada Jeanine Áñez.

Jeanine Áñez e vários dos ministros que assumiram cargos após o golpe contra Evo Morales (MAS) são acusados de violência, corrupção e ataques à democracia boliviana desde o golpe do ano passado. Eles também responderão a processos por envolvimento em compras superfaturadas de equipamentos para combater a pandemia e utilização o aparato do Estado para benefício próprio.

O Brasil de Fato reuniu processos em andamento e casos em que já há sinalização do Parlamento pela abertura de investigação. Confira:

Jeanine Áñez

A ex-presidenta interina deve ser investigada pelos massacres de Senkata e Sacaba, que deixaram 26 vítimas fatais em novembro de 2019, logo após o golpe.

Além de não lamentar publicamente o ocorrido, ela promulgou o Decreto Supremo (DS) 4078, para tornar imunes os membros das Forças Armadas, de forma que os autores dos massacres não pudessem ser investigados, julgados e condenados.

No último dia 30 de outubro, a Assembleia Legislativa Plurinacional da Bolívia aprovou um relatório que recomenda o julgamento de Áñez “pelos crimes de resoluções contrárias à Constituição e às leis, violação de deveres, genocídio, homicídio, lesões graves, lesões seguidas de morte, associação criminosa, privação liberdade e desaparecimento forçado de pessoas.” 

Além dos ministros citados abaixo, devem ser investigados pelos mesmos crimes Karen Longaric, ex-chanceler, Jerjes Justiniano, ex-ministro da Presidência, José Luis Parada, ex-ministro da Economia, Álvaro Guzmán, ex-ministro da Energia, Yerko Nuñez, ex-ministro da Presidência além de Williams Kaliman, ex-comandante em chefe das Forças Armadas.

Segundo o relatório, haveria indícios da participação ou conhecimento de todos eles nos massacres ocorridos após o golpe contra Evo Morales.

Sobre os crimes contra a democracia, a ex-presidenta interina deve ser investigada pelo descumprimento da promessa que convocar eleições em até 90 dias. Embora a pandemia tenha sido utilizada como justificativa em dois adiamentos do calendário eleitoral, se o prazo inicial fosse cumprido, o pleito poderia ocorrer antes mesmo do primeiro caso de coronavírus na Bolívia.

Áñez pode ainda ser implicada em qualquer dos processos mencionados a seguir, uma vez que se comprove seu conhecimento e anuência em delitos praticados por ministros durante sua gestão.


Trabalhadores protestam contra Jeanine Áñez, em agosto, por não cumprir a promessa de convocar eleições no primeiro semestre / AFP

Marcelo Navajas

A compra superfaturada de respiradores durante a pandemia levou à prisão preventiva do ex-ministro de Saúde, Marcelo Navajas, em maio.

Foram 170 respiradores artificiais adquiridos da fabricante espanhola GPAInnova, que indicou que o valor unitário era de US$ 6,5 mil, enquanto os documentos oficiais registraram um desembolso de US$ 28 mil por equipamento – uma diferença de cerca de R$ 845 mil, ao todo.

A aquisição foi financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e o caso segue sendo investigado pelo Ministério Público boliviano. 

Arturo Murillo 

Ex-ministro de Governo durante o governo golpista, Murillo é considerado um representante da ala mais conservadora e violenta da direita boliviana. Durante a gestão dele, o gasto com armamento passou de US$ 850 mil para US$ 15 milhões, um salto de 1.664%.

O ex-ministro foi acusado de comprar gás lacrimogêneo com um valor quase três vezes superior à média do mercado, desviando o equivalente a R$ 28 milhões.

O pedido foi efetuado em junho, junto ao ministério de Defesa, comandado por Fernando López, que também é investigado. A empresa Bravo Tacticals Solutions, com sede em Miami, nos Estados Unidos, foi contratada no lugar da brasileira Condor e vendia os cartuchos de munição não letal por 270 pesos bolivianos, quando o mesmo produto era oferecido pela contratada anterior a 116 pesos bolivianos – o equivalente a R$ 90.

A Bravo Solutions pertence a um empresário boliviano de La Paz que havia declarado falência em novembro de 2019 e atua irregularmente no setor. 

Murillo se negou a comparecer aos tribunais para prestar depoimento, por isso foi destituído, no dia 21 de outubro, depois de uma moção de censura aprovada pela Assembleia Legislativa Plurinacional.

O procurador de La Paz emitiu um alerta imigratório contra Murillo e López, na última quinta-feira (5), para impedir que os dois deixem o país.

O processo penal permanece aberto sob as acusações de uso indevido de influências, negociações incompatíveis com o exercício das funções, contratos lesivos ao Estado e incumprimento de deveres. 

Também em outubro, o ex-ministro de Governo foi acusado de abuso de poder ao destituir, supostamente de maneira arbitrária, o diretor da Unidade de Investigações Financeiras, Ramiro Rivas.

Rivas acusou Murillo de acobertar casos de corrupção na pasta e pressionar a Unidade de Investigações Financeiras (UIF) a investigar pessoas vinculadas ao MAS, como o atual presidente e ex-ministro de Economia Luis Arce. 

Meios de comunicação bolivianos apontam que Murillo fugiu para o Panamá, passando pelo Brasil. No entanto, até o momento, autoridades do país não confirmaram a fuga. Tanto Murillo quanto López não compareceram ao pronunciamento final de Áñez com seu gabinete.

Branko Marinkovic 

Na última semana, a Fundação Terra divulgou um comunicado denunciando a interferência do ex-ministro de Economia e Finanças, Branko Marinkovic, para garantir a concessão de terras a seu favor no estado de Santa Cruz, que faz fronteira com o Brasil.

Segundo a organização não governamental, 33,4 mil hectares foram concedidos pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (INRA) à família Marinkovic no estado.

A decisão do INRA tem como favorecidos duas propriedades agrárias: 12,4 mil hectares para a Empresa Agropecuária Laguna Corazón, na região de Guarayos, e outros 21 mil hectares para a Empresa Tierras Bajas del Este, em Chiquitos.

A Laguna Corazón situa-se em um território indígena guarayo. Em 2005, os moradores já haviam acusado a empresa dos Marinkovic de impedir o acesso a fontes de água.

O caso chegou ao Tribunal Agrário Nacional, que deu veredito favorável aos povos originários, devolvendo 12 mil hectares de terra que não tinham documentação comprovada pela família. A mesma porção de terra, durante o governo Áñez, foi entregue novamente à propriedade privada.

"Este caso tem uma dupla conotação, porque são propriedades com vício de nulidade, que superam o limite máximo de 5 mil hectares estabelecido pelo artigo 398 da Constituição", ressalta a Fundação Terra no documento. 

A lei de Recondução Comunitária da Reforma Agrária, aprovada em 2006 pelo ex-presidente Evo Morales, proíbe a existência de propriedades maiores que 5 mil hectares que não cumpram com a função social da terra. 

A Fundação ainda acusa a gestão de Áñez de atuar em benefício do agronegócio e de tráfico de terras, por meio de concessões com informações ocultas pelo INRA. 

A família Marinkovic nega a acusação e afirma que a Fundação Terra tenta "ganhar favores políticos do MAS com uma falsa denúncia."


Multidão acompanhou a cerimônia de posse de Luis Arce no último domingo, na capital La Paz / JORGE BERNAL / AFP

Branko Marinkovic é boliviano de origem croata, foi presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz em 2007 e é um dos líderes da oposição na região. Entre as ideias defendidas pelo bloco, estão, por exemplo, a separação da região que compreende os estados de Santa Cruz, Beni, Pando, Tarija e Chuquisaca, com forte presença do agronegócio e maior população branca em relação ao altiplano, majoritariamente indígena, mineiro e cocaleiro.

Em 2009, o Comitê realizou atos violentos e tentou tomar a sede do INRA no estado de Pando, como parte do plano separatista.  

Marinkovic foi acusado de terrorismo e abandonou o país para evitar o processo judicial, retornando em janeiro de 2020 para comandar o ministério de Planejamento da gestão de Áñez. Em setembro, após a renúncia de Oscar Ortiz, ele assumiu o ministério de Economia e Finanças. 

Luis Fernando López

Além da compra de gás lacrimogêneo com preço superior à média do mercado, investigada pelo Ministério Público de La Paz, o ex-ministro da Defesa também responderá por abuso de poder e perseguição política nos massacres de Senkata e Sacaba.

O ex-oficial do exército assumiu o cargo afirmando "não ser político, mas um cidadão interessado em usar sua experiência para ajudar a reconstruir o país". Depois de deixar a vida militar e antes de assumir o Ministério de Economia e Finanças, López foi gerente de transnacionais como Lowe e Mcann Erickson, trabalhando com marcas como Coca-Cola, BMW, Unilever, Huawei, Cinemark e Copa Airlines.

Editado por: Leandro Melito
Tags: bolíviagolpegolpistas
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Desigualdade

Governo Milei comemora queda da inflação enquanto povo sofre com demissões e renda em queda

DISPUTA DE NARRATIVA

Acnur afirma que Venezuela tem 6 milhões de refugiados e Caracas responde: ‘máfia a serviço da Usaid’

Ataques a imigrantes

Trump culpa imigrantes por crise econômica para encobrir bilionários, diz editora de projeto internacional

CINEMA

Santa Cruz valoriza memória e mantém olhos no mercado com festival

POLÍTICA EXTERNA

Lula quer mais conectividade aérea, marítima e terrestre entre Brasil e Caribe

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.