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Veneno na Mesa

Dia 3 de dezembro lembra a luta global contra os agrotóxicos

Tragédia de Bophal, que matou cerca de 15 mil pessoas na Índia, completa 36 anos

03.dez.2020 às 19h26
Porto Alegre
Vicente Giesel Hollas

Data simboliza a busca por um modelo de produção que preserve a biodiversidade e a interação harmônica entre o ser humano e a natureza - Getty Images

No dia 3 de dezembro de 1984, houve o vazamento de 40 toneladas de Isocianato de Metilo (MIC) de uma fábrica de agrotóxicos da Union Corbide (atual Dow Chemical) em Bophal, na Índia, que matou 8 mil pessoas nos 3 primeiros dias e deixou mais de 150 mil com intoxicações graves. Hoje, também em memória dos mortos e feridos em Bophal, o dia marca a luta por uma agricultura sustentável, sem a utilização de agroquímicos. A data simboliza a busca por um modelo de produção que preserve a biodiversidade e a interação harmônica entre o ser humano e a natureza.

Segundo o engenheiro agrônomo, membro da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e do Movimento Ciência Cidadã Leonardo Melgarejo, a utilização de produtos químicos na agricultura não aumenta a quantidade de alimentos e, em situações de ataques de insetos e aparições de doenças, há outras formas de prevenção. “Por exemplo, com a ampliação no número e com a redução no tamanho das lavouras, o uso de venenos já se reduziria muito. Lavouras menores podem permitir o controle de danos, identificando problemas potenciais antes que eles cresçam, fazendo tratamentos curativos, focados nos problemas iniciais, evitando o uso preventivo em toda a área, como é quase regra geral nos grandes monocultivos.”

“É possível plantar sem veneno”

De acordo com o agrônomo, existem bons exemplos de produção agroecológica nas mais variadas culturas, como: algodão, soja, cana, eucalipto, feijão, batata, mandioca e arroz, e, com a realização da reforma agrária e uma política de apoio à agroecologia, existe a possibilidade de transformação de áreas que atualmente são dependentes de agrotóxicos em lavouras sustentáveis, pautadas nos princípios agroecológicos. Um grande problema, como salienta Melgarejo, é que o agronegócio, nos moldes como se estabeleceu, se tornou dependente da utilização de venenos, ao tornar os insetos mais resistentes a sua aplicação e possibilitar o surgimento de plantas indesejáveis de difícil controle, “comprometendo a fertilidade do solo e inviabilizando agricultores de pequeno porte”.

Sobre a importância do debate permanente acerca do combate ao uso dos agrotóxicos, Melgarejo frisa que a pauta é essencial. “Existem questões de saúde, relacionadas a impactos sobre o sistema imunológico e à proliferação de doenças entre humanos e outros animais. Existem os impactos sobre o ambiente, com a contaminação dos solos e das águas. Existem alterações ecossistêmicas.” O agrônomo enfatiza que a suspensão do uso de agrotóxicos é o grande objetivo a ser perseguido, mas que, sem dúvida, isso exigiria planejamento e políticas públicas para uma mudança gradual.

Quando indagado sobre a postura do governo federal diante da pauta, ele afirmou que o mesmo integra as redes de interesses do agronegócio, que é dependente dos agrotóxicos. Melgarejo cita que o futuro está comprometido pelos equívocos do presente, agravados pela postura do atual governo e que o voto é muito importante para mudar o cenário. “Para mudar isso precisamos de redes de mídia independente. Precisamos de debates e da circulação de informações desalienantes. Precisamos de organizações populares que construam uma democracia participativa, apoiada por uma ciência independente. Precisamos reconstruir a noção de soberania nacional, com base em visão de longo prazo.”

Uso de agrotóxico é um problema de saúde pública

Para o membro da coordenação da Articulação em Agroecologia do Vale do Rio Pardo (AAVRP) João Paulo Reis Costa, a conscientização sobre os problemas da utilização de agrotóxicos envolve uma estratégia de saúde pública. Ele frisa que é papel da Articulação debater o tema e denunciar as práticas que ocorrem no país, sobretudo nos últimos 10 anos, com ações voltadas ao favorecimento do uso dos produtos, desde as isenções fiscais até o atrelamento dos mesmos em políticas públicas, como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Reis Costa salienta que toda a cadeia produtiva vinculada à utilização de agrotóxicos é, sem dúvida, um problema muito grave. “Hoje nós temos um rol de pesquisas muito eficientes relacionando agrotóxicos com doenças crônicas e com questões comportamentais também, e a gente vem fazendo esse debate para sensibilizar a população urbana em relação à saúde pública: saúde de quem produz, saúde de quem comercializa e a saúde de quem consome.” Para a AAVRP, a agroecologia é, antes de tudo, a oferta de alimentos que garantam uma condição boa de saúde.

Sobre o trabalho de conscientização acerca dos males do agrotóxico, Reis Costa enfatiza que é uma tarefa muito delicada, realizada a longo prazo. A Articulação tem feito atividades neste sentido por meio do uso de canais de comunicação, de redes sociais e de contatos com jornalistas. “Dentro dos nossos limites a gente busca tornar as pessoas cada vez mais informadas a respeito dos agrotóxicos, dos seus malefícios, das relações que se faz hoje entre agrotóxicos e doenças crônicas”. Ele também comenta sobre a tentativa das grandes corporações, com alto capital financeiro, em difundir a ideia de que a produção agropecuária e o consumo de alimentos só são viáveis dentro da perspectiva do agrotóxico, o que dificulta o trabalho de desconstrução, realizado por entidades como a AAVRP e tantas outras, que são, de forma constante, atacadas pelo ramo do agronegócio.

Articulação promove seminários anuais

Com relação as atividades desenvolvidas no Vale do Rio Pardo, Reis Costa aponta que, desde a fundação da AAVRP em 2013, e com a participação de 22 entidades parceiras, foram promovidos seminários anuais de agroecologia na região, bem como a Semana dos Alimentos Orgânicos, que conta com o desenvolvimento de diversas atividades sobre o tema (realizada de forma virtual neste ano). Ele ainda pontua que a Articulação conseguiu construir um curso de Bacharelado em Agroecologia, por meio da parceria entre a Associação Gaúcha Pró Escolas Famílias Agrícolas (AGEFA) e a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), de onde nasceu uma especialização em Agroecologia e Produção Orgânica, também na UERGS. O membro da coordenação da AAVRP conclui citando que são promovidos todo ano 4 Encontros de Sementes Crioulas, que viabilizam a partilha de conhecimentos diversos sobre o tema, sempre na luta contra a utilização dos agrotóxicos.

O dia 3 de dezembro, que traz na memória os mortos e feridos em Bophal em 1984, simboliza a batalha de diversas entidades e organizações contra a utilização de agroquímicos. A data marca a constante busca por uma agricultura que preze pela saúde, desde as famílias agricultoras até os consumidores, com uma produção livre de agrotóxicos, que são, de forma comprovada, causadores de inúmeras doenças, físicas e mentais, em quem aplica e em quem consome os produtos contaminados. Por isso, devemos valorizar pessoas e trabalhos como o de Leonardo Melgarejo e João Paulo Reis Costa, assim como de entidades, a exemplo da AAVRP, que lutam de forma constante contra a aplicação destes produtos. 


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Editado por: Katia Marko
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