O aumento dos casos de Covid-19 e a pressão da sociedade com relação às medidas de combate à pandemia têm feito com que autoridades públicas adotem medidas extremas em suas redes sociais, censurando ou bloqueando as vozes de críticos. Na transferência do debate público para o ambiente virtual, a atitude revela caráter autoritário e falta de transparência de gestores.
O jornalista Rogério Galindo, do Plural, e o deputado estadual Goura (PDT) foram bloqueados pela secretária de saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, e pelo presidente Jair Bolsonaro. Goura “comemorou” o bloqueio e Galindo quis saber se mais alguém havia sido excluído de suas “redes pessoais” pela secretária. O jornalista Manoel Ramires, do Porém, é bloqueado pelo governador Ratinho Junior. Para ele, além de autoritária, a medida é infantil.
Por outro lado, o ministro da Saúde, General Pazzuelo, elevou o nível de censura. Em reunião com epidemiologistas sobre a vacinação contra a Covid-19, ele não permitiu que eles usassem a palavra para evitar críticas, autorizando apenas comentários por papel e evitando mencionar qualquer assunto que fosse mais espinhoso.