O Rio Grande do Sul registrou 67 óbitos nas últimas 24 horas pela covid-19, conforme boletim da Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgado nesta quinta-feira (7). Com isso, já são 9.293 vidas perdidas no território gaúcho desde o início da pandemia.
O estado também já registra 470.138 infectados pela doença, com a confirmação de 4.986 novos casos pela SES. É o terceiro dia seguido com aproximadamente 5 mil novos casos registrados. Dos confirmados, 446.187 (95%) são considerados recuperados.
Porto Alegre é novamente a cidade com maior registro de óbitos (8), seguida por Canoas (6) e Novo Hamburgo (5). Na sequência, Caxias do Sul, Pelotas e Santa Cruz do Sul com 4 registros de mortes cada. Além destas, aparecem também as cidades de Santa Maria, Gravataí, Sapucaia do Sul, Vacaria, Taquari e Roque Gonzales, com 2 óbitos cada. Nenhuma outra cidade teve registro de mais de uma vítima fatal.
Dos 497 municípios gaúchos, apenas 86 não têm registro de vítimas fatais.
Pesquisadores da UFRGS identificam alterações moleculares na covid-19
Pesquisadores da Faculdade de Farmácia e do Instituto de Ciências Básicas da Saúde (ICBS) da UFRGS e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre identificaram na covid-19 alterações moleculares associadas a doenças neuropsiquiátricas, como depressão, alcoolismo e transtorno bipolar. Coordenado pelos professores Walter Beys da Silva e Lucélia Santi, da Faculdade de Farmácia, e André dos Santos, do ICBS, o estudo foi publicado no final de dezembro na revista Brain, Behavior & Immunity – Health.
Os autores identificaram, em amostras de pacientes com covid-19, alterações na expressão de genes que estão associadas a alcoolismo, autismo, depressão, distúrbios do sono, esquizofrenia, síndrome do pânico e transtorno bipolar. Os pesquisadores disponibilizaram, no trabalho, uma lista desses genes considerados marcadores para essas condições – vários deles considerados causadores dessas doenças. Leia a matéria completa.
Taxa de Ocupação de leitos esta acima dos 75% no estado
Às 18h de hoje, a ocupação em todo o estado estava em 76,9%, sendo 2.029 pacientes em 2.640 leitos de UTI. Na rede privada, a ocupação era de 88% e no Sistema Único de Saúde, 72,7%. Entre os internados, 868 (42,8%) têm covid-19 confirmada e 134 têm suspeita da doença.
Em Porto Alegre a taxa de ocupação das UTIs fechou o dia em 87,39%. Hospital Mãe de Deus, Moinhos de Vento e Cristo Redentor estão com lotação máxima. Ernesto Dornelles, Nossa Senhora da Conceição e Instituto de Cardiologia seguem com mais de 90% de seus leitos ocupados.
Entre os 686 pacientes internados na cidade, 278 têm covid-19 confirmada, 23 têm suspeita da doença e 9 estão na emergência aguardando UTI.
País ultrapassa a marca dos 200 mil mortos
Segundo o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass), o país atingiu a marca dos 200.498 óbitos decorrentes da covid-19, além de 7.961.673 de infectados. O Conass registrou, nas últimas 24h, 1.841 óbitos e 94.517 novos infectados em todo o país, no terceiro dia consecutivo com mais de 50 mil infectados e mil óbitos.
Para pesquisador gaúcho, verão apresentará estouro de contaminações
Para Pedro Hallal, o aumento de óbitos será o preço pago pelos brasileiros pela falta de uma política de combate à covid. Hallal é epidemiologista e atualmente reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), engajado em pesquisas para combater a pandemia no Brasil e no estado. Em entrevista para o Brasil de Fato RS, ele afirmou que o Brasil não tem política de enfrentamento à pandemia e que o governo federal está abandonando a população à própria sorte.
Hallal disse ainda que este comportamento tem feito aumentar as aglomerações, o que fará disparar o contágio da doença e levar ao colapso o sistema de saúde. Ele também criticou a liberação da importação de vacinas por clínicas particulares, lembrando que “o Brasil foi e ainda é referência mundial em políticas públicas de vacinação". Segundo ele, as perspectivas de aumento da doença são as piores possíveis, principalmente devido às novas mutações do vírus, a chegada do verão e as aglomerações nas praias do Litoral brasileiro.
“Na próxima semana aumentará muito o número de casos, duas semanas depois as internações vão lotar os hospitais e na terceira semana aumentarão os óbitos”, afirma Hallal.
O que é coronavírus?
É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a OMS, em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns até a crises mais graves como as provocadas pela síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.
Como ajudar a quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Como tirar dúvidas?
A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 – Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].
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