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Descaso

Um mês depois de incêndio e desabamento em SP, famílias temem ser esquecidas

Queda do edifício Wilton Paes de Almeida deixou 630 pessoas na rua, 40 famílias continuam acampadas no local

01.jun.2018 às 09h41
São Paulo (SP)
Juliana Gonçalves
Moradores do prédio que desabou  vivem uma vida improvisada, sem espaço, sem higiene e sem privacidade no Largo do Paissandu

Moradores do prédio que desabou vivem uma vida improvisada, sem espaço, sem higiene e sem privacidade no Largo do Paissandu - Juliana Gonçalves

Cento e vinte anos é o prazo que a Secretaria Municipal de Habitação da cidade de São Paulo deve levar para zerar o atual déficit de moradia. Atualmente 360 mil famílias não têm onde morar.

As 630 pessoas entre adultos e crianças que ocupam o edifício Wilton Paes de Almeida fazem parte desse dado. Dessas, cerca de 40 famílias ainda aguardam ao relento no local do acidente, protegidas apenas por barracas, por uma posição definitiva da prefeitura e dos governos estadual e federal.

Osmar Silva Borges, coordenador da Frente de Luta por Moradia (FLM) acredita que o poder público está negligenciando o atendimento às famílias.

"Isso é uma decisão política. O prefeito já podia ter tomado posição junto com o governo do estado de unir força para resolver o problema, mas a gente percebe que não há vontade política de resolver essa situação", opina o coordenador do FLM.

As alternativas dadas aos moradores se restringiram a vagas em albergues e quem não tinha casa de parente ou outra ocupação para ir, foi ficando no Paissandu. Isso foi o que aconteceu com Carlos Alberto Braga, de 53 anos que morava sozinho na ocupação há 2 anos.

"Eles jogam a culpa em nós, porque não quisemos ir para qualquer tipo de abrigo, como você vai conviver num albergue com pessoas que você desconhece? Vão tapar o sol com a peneira, vai te colocar lá [no abrigo] e vai esquecer, ou seja eles querem tirar a gente da praça para dizer que fizeram algo e aí cai no esquecimento", acredita.

A reportagem esteve no local 7 dias após o desabamento e agora, trinta dias depois. Neste período, o acampamento mudou bastante. Não foi só a montanha de roupas em sacos que ficava no centro sumiu, mas o fluxo de pessoas no entorno diminui consideravelmente. As doações que ocorriam de maneira quase que frenética foram ficando mais esparsas e minguaram totalmente segundo os moradores acampados.

No entanto, os moradores são categóricos a afirmar que é um movimento de resistência e que só vão sair dali com a moradia definitiva garantida.

Em nota enviada à reportagem ontem, dia 31 de maio, a prefeitura afirma que 144 famílias vítimas do desabamento já começaram a receber o auxílio-moradia pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), do Governo do Estado. O valor de R$ 1.200 pago no primeiro mês pela CDHU, dá espaço nos meses seguintes aos R$400 pagos pela prefeitura.

Esse pagamento assistencial tem sido a principal aposta do poder público para desocupar a praça onde fica a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no entanto, o depoimento de um morador que está recebendo esse dinheiro mostra que essa medida não vai acabar com o acampamento.

O vendedor ambulante Adilson da Silva, 53 anos, entrevistado um mês atrás, falou de novo com a reportagem.  Neste período, Adilson recebeu os R$1.200 de auxílio-moradia.

"Você não consegue alugar nada e nem comprar nada com esse R$1.200. Todo mundo sabe que aqui [centro de SP] qualquer quitinete é acima de R$ 800 e qualquer proprietário que quer alugar quer três meses adiantado, isso já vai a R$ 2.400", lamenta

Enquanto esperam respostas do poder público, as famílias assistem a cozinha improvisada minguar. Alessandra Silva, 25 anos,  dona de casa que morava há um ano no prédio, conta que falta tempero, arroz, mistura na cozinha, mas é o sol, o frio e a chuva na rua que incomodam a jovem. Tudo que sobrou do apartamento que vivia cabe hoje dentro da sua barraca. Uma vida improvisada, sem espaço, sem higiene e sem privacidade.

"Ninguém quer ficar aqui, né? Todo mundo quer sair daqui e ter sua própria vida", afirma

Desde o início da ocupação um pedido simples dos moradores tem sido ignorado pela prefeitura: a disponibilização de banheiros químicos. Em conversa com a assessoria de imprensa da prefeitura, ela alegou que os banheiros ainda não chegaram por conta da greve dos caminhoneiros.  No entanto, a greve dos caminhoneiros, com os primeiros bloqueio de estradas, começou no dia 21 e o desabamento aconteceu no dia 1º.

Carlos Alberto pontua que para a Virada Cultura, que ocorreu entre os dias 19 e 20 de maio, a prefeitura rapidamente conseguiu disponibilizar banheiros químicos.

"Caminhões passaram aqui nesta avenida São João carregando banheiros químicos. A greve dos caminhoneiros foi agora recente, nós já estamos aqui faz um mês, lembra.

Reintegração

Osmar Silva Borges, da FLM, acredita que o desabamento do prédio e resistência dos moradores na praça do Paissandu trouxe a questão da moradia para o debate público, porém, porém o processo midiático ajudou na criminalização do movimento de moradia. 

"Acabou sendo uma repercussão geral mesmo, acabou de atingindo de forma que se aflorasse o problema da falta de moradia e ao mesmo tempo acabou estimulando a especulação imobiliária a provocar assim as reintegrações de posses", disse.

Ele cita como exemplo as reintegrações realizadas nas ocupações Conselheiro Carrão, localizada no bairro Bela Vista, Manoel Feio no Itaim Paulista, Vitorino Carmilo, na Santa Cecília e Chácara Conde II,  às margens das represas Billings e Guarapiranga, na zona Sul.

Editado por: Juca Guimaraes
Tags: incendioocupaçãoradioagência
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