Em ritmo acelerado de internações por covid-19, o Rio grande do Sul se aproxima da lotação total dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta segunda-feira (8), o índice de ocupação alcançou a marca de 99,3% em todo o estado. Dos 2.197 leitos, 2.181 estão ocupados.
Entre as sete macrorregiões estaduais, três já estão com mais pacientes do que leitos: Serra, Vales e Metropolitana. Já as macrorregiões Norte, Missioneira e Centro-Oeste estão com mais de 90% dos leitos ocupados. Apenas a Sul apresenta maior números de vagas, com 80% dos leitos SUS ocupados.
O estado segue, pela segunda semana consecutiva, com sua capacidade total de leitos extrapolada. Às 18h, desta segunda-feira (08), a ocupação geral estava em 103,8%, sendo 3.160 pacientes em 3.044 leitos de UTI. Dos internados 2.225 (70,4%) têm diagnóstico positivo para a doença e mais 170 (5.4%) estão sob suspeita. A rede privada mantém taxas de superlotação, com 115,6% de ocupação.
185 aguardam por UTI na Capital
Porto Alegre voltou a extrapolar sua capacidade hospitalar, registrando ocupação de 109,83%. Os hospitais de Clínicas de Porto Alegre, Moinhos de Vento, Complexo Hospitalar Santa Casa, São Lucas, Mãe de Deus, Ernesto Dornelles, Divina Providência, Vila Nova, Independência e Femina estão acima de 100% da sua capacidade. Dos 1.050 pacientes em cuidados intensivos na Capital, 740 têm covid-19 confirmada, novo recorde de internados desde o início da pandemia. Além disso, 71 tem suspeita da doença e 185 positivados aguardam na emergência por leitos.
Além da ocupação de leitos, a situação dos respiradores também começa ameaçar a Capital. Conforme alertou o médico infectologista Alexandre Zavascki, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), em seu perfil no Twitter, na tarde deste sábado (6), o hospital estava sem ventiladores suficientes para atender os pacientes de covid-19.
“Colapso total da saúde no RS! HCPA sem ventiladores. Como outros hospitais, improvisando ventilação com carrinhos de anestesia. Anestesistas e cirurgiões dando apoio nas UTIs improvisadas. E não param de chegar doentes muito graves! O negacionismo provocará um massacre no estado”, afirmou.
RS multará quem se recusar a usar máscara / Fabiana Reinholz
Medidas mais restritivas
Devido à gravidade da pandemia no estado, o RS segue em bandeira preta pelo menos até o dia 21 de março. Na sexta-feira (5), o governo do estado publicou novas mudanças no território gaúcho.
“As novas medidas atendem à necessidade de evitar que as normas de isolamento social possam ser burladas, de modo injusto para boa parte do varejo, por meio da venda de produtos em geral por estabelecimentos que têm a autorização para abrir apenas em razão da comercialização de produtos essenciais”, explicou o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa.
De acordo com o novo decreto, os estabelecimentos ficam proibidos de prestar um serviço ou comercializar produtos não essenciais. Em supermercados, os itens não essenciais não poderão ficar expostos nas prateleiras, e não podem ser comercializados presencialmente. Podem continuar sendo vendidos por tele-entrega. São considerados essenciais os bens relacionados à alimentação, à saúde e à higiene da população.
Além disso haverá fiscalização do uso de máscara e multa de R$ 2 mil caso a pessoa abordada se recuse a colocar a máscara imediatamente. Se houver a abordagem e a máscara for imediatamente colocada, a pessoa receberá uma advertência.
:: Veja como ficam as novas regras no estado ::
RS tem mais 691 mil infectados
De acordo Secretaria Estadual da Saúde (SES), o Rio Grande do Sul registrou, nesta segunda-feira, 113 óbitos, elevando para 13.562 o número de vidas perdidas no território gaúcho em função da doença. A taxa de mortalidade está em 119,2 a cada 100 mil habitantes, com a letalidade em 2%.
O estado também registra 691.405 infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, com a confirmação de 2.726 novos casos pela SES. Dos infectados até o momento, 640.770 (93%) são considerados recuperados e 37.011 (5%) estão em acompanhamento.
De acordo com a SES, os óbitos foram registrados em Caxias do Sul e Sapiranga (6); Porto Alegre, Passo Fundo, Gravataí, Alvorada, Venâncio Aires e Estância Velha (4); Erechim, Viamão, Canela (3). Outras diversas cidades registraram pelo menos dois óbitos ou um, hoje. Dos 497 municípios gaúchos, somente 45 não têm registro de vítimas fatais.
Perfil dos infectados
Dos casos confirmados da doença no estado, 54% são mulheres (369.951) e 46% (321.454) homens. A maioria dos casos compreende pessoas de 30 a 39 anos (154.441 casos). Já em relação à raça, a predominância é de pessoas declaradas brancas, com 523.504, seguido de não informados (107.541), pretos (26.806), pardos (25.742), amarelos (6.187) e indígenas (1.625).
No estado, 27.664 profissionais da saúde foram diagnosticados com a doença, assim como 12.265 imigrantes e 1.191 pessoas privadas de liberdade.
Vacinação
O governo do estado recebeu, até o momento, 1.098.400 doses da vacina contra a covid-19. Conforme balanço do governo estadual, já foram distribuídas 1.066.423 vacinas referentes à 1ª dose e a 2ª dose. Até as 18h de hoje, 682.068 pessoas foram imunizadas, sendo 547.066 com a primeira dose e 135.002 com a segunda dose.
Para coibir que pessoas fora dos grupos prioritários da campanha de vacinação contra a covid-19 sejam vacinados indevidamente, a Secretaria da Saúde e o Ministério Público do Estado lançaram um formulário para denúncias de possíveis “fura-filas” da vacina. O formulário pode ser acessado aqui.
No Brasil, já foram vacinados 8.327.115 pessoas com a primeira dose e 2.776.873 com a segunda, totalizando 11.103.988 doses aplicadas, de acordo com a plataforma CoronavirusBot.
Brasil tem mais de 266 mil mortes
O Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) registrou, em boletim publicado hoje (8), 987 óbitos e 32.321 infectados em todo o país. Com isso, o Brasil já soma 266.398 mortes e 11.051.665 contaminados pelo novo coronavírus.
Neste domingo (7), pela primeira vez, desde o início da pandemia o país registrou mais de 1 mil óbitos em um domingo.
O que é coronavírus?
É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a OMS, em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns até a crises mais graves como as provocadas pela síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.
Como ajudar a quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Como tirar dúvidas?
A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 – Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].
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