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OPINIÃO

Artigo | Elas (TRANS)formaram a nova cena musical

Como combate ao conservadorismo, floresce a arte com seus próprios discursos intelectuais e de luta por igualdade social

08.mar.2021 às 13h33
Porto Alegre
Danilo Nunes

Majur, uma das tantas cantoras e compositoras trans que estão cada vez mais em evidência nas mídias e no mercado fonográfico - Mídia Ninja

Na última década a música brasileira ficou mais diversa, abrindo espaço para aquelas e aqueles que viviam apenas em guetos entoando suas canções e buscando suas mais puras formas de expressão.

Antes mesmo da pandemia e de toda a ressignificação e reestruturação do trabalho e dos meios de comunicação, o Brasil já vinha apontando para uma desconstrução cultural de hábitos, costumes e expressões que eram reproduzidas assim como nos foram ensinadas. Termos como LGBT, LGBTQI+, Mulheres e Homens Trans, Cis, entre tantos outros se incorporaram em nosso cotidiano, estabelecendo novas formas e significados para as relações sociais.

Com tudo isso, vamos convivendo dentro do sistema que exala o seu conservadorismo, trazendo sua herança da opressão colonial com discursos machistas, misóginos, transfóbicos, além de ataques e atentados contra corpos que rompem com os padrões determinados “corretos” por uma sociedade ocidental que prega o conceito religioso e monoteísta da família tradicional. Por conta disso, no Brasil, aumentam a cada dia as dificuldades nas relações, causando a divisão de classes e seres humanos a partir da cor da pele, gênero, crenças, condições econômicas e sociais, nos levando a beira de um colapso civil.

Nesse cenário e como arma de combate ao conservadorismo, floresce a arte com seus próprios discursos intelectuais e bandeiras de luta por igualdade social, trazendo a nossa própria primavera. A música e suas melodias sempre presentes na vida do ser humano e capaz de contar histórias, retratar e reviver em nossas memórias momentos de dores e amores, de tristeza e alegria, de luta, está em processo de ressignificação.

É justamente nesse contexto que trago à tona figuras tão importantes da música nesse momento. Quero aqui falar das cantoras e compositoras trans que estão cada vez mais em evidência nas mídias e no mercado fonográfico. Para isso, abordarei o tema por meio da história de quatro artistas.

Começo falando da maravilhosa cantora e compositora Liniker. Nascida em Araraquara, a artista negra que trabalha no gênero musical do soul e da black music em decorrência da influência que recebeu na adolescência onde escutava samba, samba rock e o próprio soul, vem se destacando cada vez mais por sua interpretação e pela precisão e beleza de sua voz, além dos temas abordados em suas canções, seja no formato solo ou com sua banda Liniker e os Caramelows, formada em 2015.

Com a banda, Liniker alcançou milhões de visualizações na internet, lançando na sequência, a partir de um financiamento coletivo, o álbum Remonta que ganhou projeção na imprensa internacional. Liniker até hoje é uma forte comunicadora e uma artista com características únicas, além de sua identidade musical que a torna inconfundível. Seu trabalho e sucesso tornou-se inspiração para muitas.

Indubitavelmente essas grandes musicistas trans cumprem o ofício da arte ao compreender, por suas próprias vidas e necessidades que, além da melodia, harmonia, canto e composições, existe um conteúdo, uma experiência absorvida por suas próprias vidas e obstáculo encontrados no caminho.

Lina Pereira, mais conhecida como Linn da Quebrada é atriz e cantora nascida na periferia de São Paulo, na Zona Leste. Foi criada no Interior de São Paulo, onde passou a infância e a adolescência nas cidades de Votuporanga e São José do Rio Preto. Foi envolvida por sua família na religião testemunha de Jeová, que a fez questionar se estava certa ou errada ser gay. Enfrentou diversos preconceitos, mas seguiu firme com sua fidelidade a si mesma.

Abandonou tudo, retornando a São Paulo e seguindo sua carreira artística. Sempre deixou explícito em seu trabalho todo o ativismo que a faz carregar a bandeira de luta pelos direitos civis da comunidade LGBT e da comunidade negra. Assumiu sua transexualidade, modificando apenas sua identidade de gênero, assim como seu nome no registro civil. A primeira canção de sucesso da artista foi Enviadescer que lançou em 2016. A canção obteve tanto sucesso que Linn se lançou, definitivamente, na carreira musical, produzindo na sequência as músicas Talento, Bixa Preta e Mulher, ovacionadas pela crítica e pelo público. A artista embarcou em diversas turnês, sendo inclusive homenageada por Liniker.

A cantora e compositora Baiana Majur, que acaba de participar do show e filme AmarElo com o rapper Emicida e a grande artista Pablo Vittar, está cada vez mais em evidência. Nascida em Salvador, a cantora e compositora viu o próprio pai abandonar a família quando estava com seus três anos de idade. Junto com a mãe, passou a ser catadora, até embarcar na música.

Vem lançando diversos singles e videoclipes solos, inclusive na pandemia produziu a distância e lançou Andarilho. Majur se identifica como trans não binária, mas amplia suas composições sem limitá-las apenas ao tema. Apresenta-se do jeito que é, e isso já mostra sua resistência dentro do sistema.

A artista transexual e negra Rosa Luz, que viveu toda sua vida em conflito com seu próprio corpo até se aceitar e entender mulher, é mais uma das talentosas artistas trans. Viveu diversos preconceitos, o que não é novidade no país em que estamos. A rapper buscou o que quis, o que desejava: a Música. Assim, lançou a canção Quebrada Combativa, que ganhou grande repercussão na internet, o que a levou criar seu próprio canal no Youtube, chamado O Barraco da Rosa, com mais de 15 mil seguidores. Aborda o tema de sua própria realidade como mulher trans, negra e periférica.

Escolhi essas quatro mulheres trans, entendendo que posso citar dezenas, centenas e milhares como Nat Maat, As Baías, Pablo Vittar, entre tantas outras com talentos incríveis. O que vemos em comum em todas elas é justamente o que vemos em comum em todos os corpos trans no Brasil: o desrespeito e o preconceito, além de agressões e atentados contra esses corpos que devem ser defendidos e protegidos por direito. Basta! É hora de liberdade e isso não quer dizer bagunça, mas LIBERDADE!

Essas mulheres trans, negras e artistas só contribuem para a arte com seus talentos e nós apreciamos suas composições, vozes e lutas. São pessoas que merecem o nosso respeito e admiração.

Se existe alguma dúvida em que lado da História ficaremos? Estaremos infinitas vezes ao lado de nossas trans, mas jamais ao lado das religiões com regras e crenças inventadas por vocês, fascistas!

* Danilo Nunes é músico, ator, historiador e pesquisador de Cultura Popular Brasileira e Latino-americana.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.


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Editado por: Marcelo Ferreira
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