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Artigo | A sina da civilização incompleta

"Se vier o impeachment, Bolsonaro cairá não pela perversidade do seu projeto, mas porque cruzou a linha da corrupção"

01.jul.2021 às 11h00
Santa Maria
Renato Souza
Carreata pró-impeachment de Bolsonaro em janeiro deste ano, em Brasilia (DF)

Carreata pró-impeachment de Bolsonaro em janeiro deste ano, em Brasilia (DF) - Ricardo Stuckert

A CPI da COVID chega ao núcleo da corrupção do governo Bolsonaro. Tudo parece fechar, o governo procrastinava a compra de vacinas e investia em medicamentos sem eficácia comprovada, no fundo no fundo, para viabilizar um mega esquema de propina.

Chegar a este ponto, é claro, tem vários aspectos positivos. Primeiro, permite poupar recursos públicos desviados pela corrupção; segundo, desarticula parte de uma estratégia urdida pelo Centrão para subordinar governo após governo; terceiro, desmascara a última farsa do bolsonarismo, o discurso anticorrupção, comprovando com requintes de vergonha alheia, que todo o moralista é no fundo um hipócrita; e quarto, pode ser a bala de prata para dar cabo a este antigoverno, que está matando o povo de covid e de fome, levando todos os nossos direitos embora, e entregando o patrimônio público de várias gerações na bacia das almas.

Mas, há uma coisa muito ruim nisso tudo: mais uma vez reiteramos a corrupção como o grande amálgama da opinião pública, e como o álibi final, parece que o único efetivo, para destituir governos ou projetos políticos. A propina das vacinas de agora é o Fiat Elba que derrubou o Collor, ou o Triplex que nunca foi do Lula, mas que o tirou da eleição de 2018.

A decepção com isso tudo é que parece que a opinião pública, a mídia e a própria classe política não se movem nem se comovem com mais de 500 mil mortos por covid – 400 mil dos quais frutos exclusivamente da inépcia governamental no combate à pandemia -, nem com todas as outras atrocidades que têm sido praticadas ou patrocinadas pelo antigoverno, como o desmatamento ilegal, a volta do Brasil ao mapa da fome, a explosão da violência policial, a ocupação de terras indígenas por garimpeiros, a destruição da legislação ambiental, o fim dos direitos trabalhistas e das aposentadorias, a venda criminosa de estatais a preço de fim de feira, a intervenção nas universidades, o abandono da ciência e tecnologia, a perseguição aos educadores, o sucateamento do SUS, das políticas de saúde pública e de segurança alimentar, enfim, a deterioração total de conquistas históricas civilizacionais que foram sendo construídas por aqui há décadas.

Nada disso importa, mas se mexerem no meu dinheiro, no dinheiro público, aí não, aí a casa cai.

Esta postura da sociedade brasileira, da mídia e da própria classe política, que no fundo reforça o mesmo moralismo hipócrita que elegeu Bolsonaro, despolitiza ao invés de politizar as pessoas. Se agora o impeachment vier a acontecer, ele cairá não pela perversidade do seu projeto político, não pelo acúmulo descomunal de crimes contra a saúde pública que cometeu durante a pandemia, mas porque cruzou a linha da corrupção, esta linha fantasiosa que no imaginário do brasileiro médio separa os bons dos maus, os benignos dos ímpios, os de Deus dos do Diabo. E assim, por decepcionar exatamente aqueles que creram na pureza do seu caráter é que Bolsonaro cai em desgraça.

Ou seja, mesmo que o resultado seja bom ou menos pior – derrubar Bolsonaro do trono -, voltamos à estaca zero, temos mais do mesmo. Será mais uma cabeça a rolar pelos supostos mesmos motivos, pelo atentado à “moralidade pública”, igualando assim o inigualável, e jogando para trás desta cortina de fumaça toda a desgraça que vem a ser este projeto autoritário, entreguista e miliciano de poder.

Confesso que isso é desanimador. Para mim, enquanto a CPI combatia o negacionismo prestava um enorme serviço político à consciência cidadã. Mas, desgraçadamente, a corrupção parece ser o nosso Rubicão, e também nosso espantalho. Então, caímos mais uma vez no lugar comum, ídolos de pés de barro voltarão ao pó e novos arautos da moralidade se erguerão como heróis. É a nossa sina de civilização incompleta.

De minha parte, mesmo comemorando a sua ruína, preferia que Bolsonaro fosse abatido pela rejeição total ao seu projeto político, e não por ser mais um corrupto entregue à claque para satisfazer o circo humano do nosso moralismo hipócrita e burguês.

* Renato Souza, professor Titular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), formado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Pelotas (1992), mestrado em Economia Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1996) e doutorado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2004).

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Katia Marko
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