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ENTREVISTA

“Em geral, o leitor hoje é um cínico”, diz Gregório Duvivier

O ator e apresentador compara a peça “Sísifo”, que encena em novembro em BH, e a atualidade brasileira

16.out.2019 às 16h54
Belo Horizonte (MG)
Rafaella Dotta
“Meu primeiro objetivo é fazer as pessoas rirem. Claro, o riso vem junto de uma reflexão sempre"

“Meu primeiro objetivo é fazer as pessoas rirem. Claro, o riso vem junto de uma reflexão sempre" - Wikimedia Commons

Gregório Duvivier vem a Belo Horizonte nos dias 1 e 2 de novembro encenar a peça Sísifo, mas antes de chegar já ganhou as “boas vindas”. O Colégio Loyola, que educa parte das crianças e adolescentes da elite de Belo Horizonte, cancelou uma prova de Língua Portuguesa por conter um texto de Gregório, crítico a Jair Bolsonaro.

Na entrevista, Gregório ressalta: “escola não é a la carte, não é como um restaurante que você pode pedir para a carne vir malpassada ou bem passada”. E, via Twitter, convidou: “Dia 1 estou indo a BH, se quiserem encontrar pra debater a crônica e a censura”. Pais, mães, ex-alunos e alunos do Colégio escreveram uma carta, que conta com 450 assinaturas, em defesa da liberdade de expressão dentro de sala de aula.

A situação tem um quê de semelhança com a peça “Sísifo”, uma parceria entre Vinicius Calderoni e Gregório Duvivier que já passou por Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. Nos dias 1 e 2 de novembro a peça chega a BH, no Teatro Sesiminas, parte do Festival Teatro em Movimento. Sísifo é um personagem da mitologia grega que, depois de inúmeras malandragens com Zeus e com Tanatos, é condenado a rolar uma pedra morro acima, eternamente. Nesta sociedade hiperconectada, a metáfora pode ser comparada a um GIF, ou à democracia brasileira.

Brasil de Fato – Por que você e Vinicius Calderoni escolheram o mito de Sísifo para a peça?

Gregório Duvivier – O mito diz muito sobre o ser humano, que, assim como Sísifo, parece condenado a tarefas árduas, como o trabalho repetitivo. Mas também porque o momento do Brasil nos dá a impressão que o esforço democrático que uma geração inteira fez está indo ladeira abaixo. Parece que todas as conquistas estão sendo desmontadas. A gente se engajou muito, nossos corpos, a ponto de pessoas serem presas, mas a maré virou e usou junho [manifestações de 2013]. Vira e mexe vejo gente falando que a ascensão de Bolsonaro começou em junho, mas era um movimento que não tinha nada a ver com a direita, era ‘não vai ter Copa’, ‘Fora Cabral’. Pelo menos o que eu vivi aqui no Rio não era de direita. Pra essa geração que viveu junho, a impressão que dá é que esse esforço foi em vão, e pior ainda, foi usado pela direita pra chegar ao poder. A situação é muito ruim e chega a ser literalmente deprimente.

Hoje, há uma tendência de as pessoas mais mobilizadas apontarem que a solução para os problemas políticos é mais e mais inserção nas redes sociais. A peça que você encena também fala disso, com personagens hiperconectados, dos selfies…

Temos um excesso de informação. Em geral, o leitor hoje é um cínico. Tem tanta informação em suas mãos, que as pessoas não pecam mais por ingenuidade, mas por cinismo. O mal dos nossos tempos é pensar que ‘tanto faz’. Bolsonaro ou Haddad, como diz o editorial do Estadão, é uma escolha difícil. Desculpe, não é bem assim. A gente perdeu o senso crítico e colocou tudo no mesmo saco. E esse cinismo é muito ruim para a democracia.

Qual seria o caminho o mais interessante?

O humor é um caminho, na minha profissão, pra falar com maior número de pessoas, pra se fazer pensar, pra se fazer refletir. Uma das maneiras de fazer a notícia chegar mais longe é com uma abordagem humorística. A mesma coisa penso para uma reflexão política sobre a democracia. Acho que a esquerda muitas vezes perde o humor, e é muito sisuda, muito séria, muito cheia de proibições. Desse jeito, se a esquerda assumir esse lugar do censor, a direita vai levar de lavada.

Sobre o Greg News, como você se sente imaginando que Lula e pessoas próximas a Bolsonaro, ou até mesmo ele assiste ao programa?

Eu tento fazer esse programa para que todo mundo assista. Não tento fazer só pra nossa bolha, e de fato tenho conseguido, com visualizações muito expressivas. O vídeo do Bolsonaro, por exemplo, teve mais de 40 milhões de visualizações só no Facebook. (Não dá pra dizer que é a nossa bolha, senão a gente tem uma bolha realmente muito grande risos). O programa tem chegado a lugares inesperados. Tem gente que diz ‘que legal o seu programa de Whatsapp’, achando que eu faço o programa pro Whatsapp porque ela recebeu assim. Isso é muito prazeroso.

E, se ajudar a pautar a discussão política, que Lula repense a causa ambiental, que Dilma repense Belo Monte, e Bolsonaro precisa nem dizer… repense todos os erros dele, se ajudar a reformular o PT e a esquerda em algum lugar, mesmo que modesto, eu vou ficar muito feliz. Mas minha pretensão é meramente cômica. Meu primeiro objetivo é fazer as pessoas rirem. Claro, o riso vem junto de uma reflexão sempre. O humor é uma coisa que se faz com o cérebro, e se ele vier acompanhado de mudanças no pensamento, um frescor, uma reflexão inusitada para o Brasil, fico feliz.

Você ficou surpreso com a repercussão do Greg News?

Toda vez fico surpreso. É um programa que fala de temas áridos: mudança climática, previdência, dados. Mas a gente consegue atingir uma quantidade surpreendente, um público que normalmente não se interessaria sobre o tema. Porque o brasileiro médio não clica pra assistir um vídeo sobre a previdência.

Por último, Gregório, o Colégio Loyola em BH anulou uma prova com um texto seu, pelo motivo de ser crítico a Bolsonaro. Como você viu essa situação?

Lamentável. A escola não é a la carte, não é como um restaurante que você pode pedir para a carne vir malpassada ou bem passada. Uma escola tem currículo, tem professores, tem liberdade de pensamento e confia nos seus professores. O que é lamentável nessa história não é a reclamação, é a escola cancelar uma prova por causa da reclamação de alguns pais, ao que parece bem menos numerosos que os que foram contra esse cancelamento. Me incomoda também a desculpa que o diretor da escola deu, péssima de que ‘ninguém ouviu o outro lado’.

Ele queria o que? Um texto falando bem de Bolsonaro? Então sempre que a escola um ponto de vista ela mostra o ponto de visto contrário? Quando ela mostra um texto de Joaquim Nabuco falando da escravidão ela mostra um texto de José de Alencar falando a favor da escravidão? Parece uma desculpa frouxa, fraca pra covardia e apavoramento dessa escola com o bolsonarismo. É uma pena, mas ao mesmo tempo a escola sobrevive, veja: 450 pessoas reclamaram. Mostra que a escola formou muita gente crítica. E essa é a função da escola, criar cidadão, e não criar gado. 
 

Editado por: Joana Tavares
Tags: bolsonaro
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