Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Opinião

Artigo | Seis meses de governo Bolsonaro: hora de analisar a que vieram

A pouca certeza que se tem é a de termos que conviver com um governo do improviso

04.jul.2019 às 11h00
Belo Horizonte (MG)
Paulo Roberto Bretas
A economia brasileira segue com baixos índices de competitividade e uma mão de obra de baixa qualificação

A economia brasileira segue com baixos índices de competitividade e uma mão de obra de baixa qualificação - Foto: Isac Nóbrega/PR/Fotos Públicas

Após quase seis meses de governo, mesmo representando apenas uma amostra de 12,5% do seu tempo total de quatro anos de mandato, não se pode esperar boas coisas para o futuro do Brasil, mesmo com "Deus acima de todos". O país desejado pelos brasileiros, inclusive por nós, economistas, é um país com desenvolvimento econômico; com distribuição de renda e consumo ao alcance das pessoas; cuidados adequados com as crianças, adolescentes e idosos; justiça social e tributária; além de uma democracia forte e respeitada. Este país, desafortunadamente, está longe de acontecer nos próximos anos.
A pouca certeza que se tem é a de termos que conviver com um governo do improviso, alicerçado em ideologias fundamentalistas cristãs, situado à direita no espectro político, envolto num conservadorismo radical, quase medieval, que muitas vezes expressa sua ignorância e estupidez como quem advoga as falsas verdades do pensamento único. Seus pilares são suportados por ampla gama de militares da reserva – alguns já arrependidos ao verificar a “queimação” do nome da instituição, evangélicos radicais e alguns seguidores do Professor Olavo de Carvalho, que ocupam alguns dos mais importantes cargos da República. Mesmo com esta base de apoio derivada do processo eleitoral, o presidente não constrói nenhuma estabilidade administrativa, na medida em que ministros e dirigentes de estatais seguem sendo trocados todos os meses, pelos mais inusitados e imaginários motivos.
Verdades científicas vêm sendo negadas continuadamente pelos novos expoentes da República. Muitos dos participantes agem e se expressam sem compromisso com a verdade, ou mesmo com respeito às divergências inerentes à busca da verdade. Atuam com desprezo às instituições democráticas e com impaciência em relação às diferenças. Fica claro um desejo íntimo autoritário de poder governar por decretos, em continuar em guerra eleitoral com os opositores e com os demais poderes da República.
As conexões com ideologias que advogam combater a violência com mais violência, traduzidas pelo incondicional apoio à liberação de armas, transfere as políticas de segurança da esfera pública para a esfera privada – a lógica é que cada qual se proteja com suas armas, como puder. Bandido bom é bandido morto, desde que a direita armada eleja esses bandidos.
Algumas das conquistas civilizatórias da humanidade no campo da igualdade de gêneros, da justiça do trabalho, da participação social, da garantia dos direitos sociais e do respeito ao meio ambiente estão sendo revistas para pior. Minorias são tratadas a ferro e fogo, indígenas e quilombolas que o digam.
No âmbito da política ambiental Bolsonaro prometeu abrir a Floresta Amazônica para a mineração, acabar com a demarcação de terras indígenas e enfraquecer as agências de proteção ambientais, além de desqualificar as discussões sobre o aquecimento global. O presidente do Brasil que sempre foi reconhecido como uma liderança mundial, pela importância do país, hoje fica isolado nos encontros internacionais muito pelo seu descaso com o meio ambiente.
A política externa, capitaneada pelo Ministro Ernesto Araújo é alvo de críticas internacionais pelo alinhamento absoluto aos Estados Unidos e a Israel, colocando em risco anos de construção de uma diplomacia mais neutra e ameaçando a balança comercial do Brasil, dependente de vendas para Países Árabes, Europa e China. Não são poucos os diplomatas que vêm a público manifestar vergonha em relação ao que está acontecendo no campo das relações internacionais.
No campo da economia, até o momento não se conseguiu fazer com que tenhamos mais crescimento, com mais empregos. A cada nova divulgação das projeções do PIB de 2019 a taxa vem mais reduzida. A dedução que se faz dos indicadores de mercado é de uma tremenda estagnação com viés de crescimento zero, ou negativo.
A inflação segue bastante comportada, na faixa dos 4,0%, e o Banco Central insiste em não reduzir a taxa básica de juros, se esquecendo que sua missão deveria ir além do controle da inflação ajudando na recuperação da economia. Se os juros seguirem altos, o Governo seguirá rolando a dívida pública a custos elevados, os empresários não terão crédito barato e os consumidores fugirão das compras parceladas.
A economia brasileira segue com baixos índices de competitividade e uma mão de obra de baixa qualificação. O desenvolvimento do país depende da incorporação de novas tecnologias aos negócios. Para tanto é preciso haver crédito e incentivos. O crescimento econômico depende de investimentos, que tragam mais empregos e aumentem a produtividade. O crescimento tão almejado por toda a sociedade depende da ampliação do consumo e de uma maior confiança de empresários e trabalhadores. Precisa antes esgotar a capacidade ociosa da economia para que o empresário volte a investir.
Os investimentos públicos e privados seguem extremamente baixos em relação ao PIB. O consumo das famílias continua bastante tímido. O crédito na ponta segue dificultado por juros elevados, alimentados pelo combustível da especulação. Os impostos seguem altos para padrões internacionais, o crescimento da relação dívida/PIB vai chegando aos 80%. Os desentendimentos com o Congresso Nacional e as mais altas cortes do país têm sido constantes.
Para um governo adepto da livre iniciativa e do pouco intervencionismo do Estado, este tem sido muito pouco afeito para abrir mais a economia brasileira à concorrência. Um, governo que faz pouco para desburocratizar suas relações com a sociedade, faz muito pouco para simplificar impostos e taxas, reduzindo suas alíquotas. Afinal, que espécie de liberalismo é este? Qual é o plano de voo do Governo nos ajustes microeconômicos?
Que ninguém venha dizer que a Reforma da Previdência resolverá os problemas do país, Nem mesmo reduzirá os gastos públicos, no curto prazo. A Previdência Social precisa mesmo é retomar seu lugar no cenário brasileiro de combate aos históricos desníveis de renda do país. O atual governo só consegue enxergá-la pela ótica das despesas. Se aprovada uma reforma, já se pode definir quem pagará boa parte da conta: o povo pobre e humilde, ganhador de até um salário-mínimo. São 67 milhões de brasileiros, que sobrevivem com um salário-mínimo por mês. Destes, algo em torno de 23 milhões são aposentados e 44 milhões estão em atividade.
A confiança dos chamados agentes econômicos, que já esteve alta no início do ano, vem caindo a cada mês. A sociedade vai se cansando de um governo que segue se equilibrando em meio a tentativas e erros. Talvez mais erros do que tentativas.
Enquanto o governo naufraga, as desigualdades sociais se ampliam no país, com nível de desemprego elevado, trabalho informal substituindo o formal e a renda média dos brasileiros em queda. Mais e mais pessoas vão dando adeus à classe média. O Brasil vai voltando ao mapa da fome, enquanto a renda se concentra nas mãos de uma elite rentista e retrógrada. Num cenário como este qual o futuro para a maioria dos brasileiros? Que futuro tem este governo?
Paulo Roberto Bretas é economista, presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais.

Editado por: Elis Almeida
Tags: bolsonarogoverno
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Repercussão

Câmara autoriza licença para Zambelli; deputada é considerada foragida

Reconhecimento

Lula recebe título de doutor ‘honoris causa’ em universidade ‘herdeira de Maio de 68’ na França

Pedido de absolvição

STF julga recurso de Carla Zambelli para anular condenação

IMPOSTO

Revisão do IOF pode destravar combate a privilégios, mas levar a cortes sociais

MESADA

Bolsonaro diz que deu R$ 2 milhões para custear filho que está nos EUA

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.