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Opinião

Artigo | O POP do Agro

Clipe “Colonão”, de Adson e Alana, ressalta as ditas maravilhas do agro, como a pulverização de veneno e o machismo

13.abr.2021 às 11h20
Porto Alegre
Clarisse Chiappini e Zadi Zaro

Nosso país é o segundo em concentração de terra no mundo - Divulgação

Há cerca de um mês foi lançado o clipe “Colonão”, de Adson e Alana. Eles cantam as maravilhas do agro. Festejam a pulverização de veneno. Afirmam que agora as "novinhas" não querem mais o playboy da cidade porque descobriram que a colheitadeira do agroboy vale mais que uma Ferrari.

Esse clipe ilustra vários elementos do agrobusiness. Seja sua lógica fortemente machista, seja a crença de que a produtividade deve ser alcançada a qualquer custo. Reafirmar a figura da "novinha", jovem precocemente sexualizada, reforça a cultura do estupro. O Brasil tem uma média de 4 meninas, de até 13 anos, violentadas por hora. Contribui para banalizar uma dinâmica social que leva a que aproximadamente 500 mil crianças e adolescentes sejam exploradas sexualmente todos os anos.

Mas há outros elementos presentes ao clipe que precisam ser realçados. Beleza? Então senta que lá vem história.

“Era Uma Vez um grupo de senhores que, muito destemidos, lançaram-se ao mundo em busca de levar a boa nova da civilização aos povos do mundo…”

Aqui acaba o conto de fadas e tem início um processo que nos acompanha nos últimos 521 anos por meio de contínuas e renovadas formas de dominação de nossos territórios e corpos, incorporados e constantemente subordinados ao modo de produção capitalista. Uma realidade que constitui uma forma de acumulação primitiva, apresentada como moderna, tecnologicamente desenvolvida e altamente produtiva.

Lembram quando tínhamos que ler sobre as sesmarias e capitanias hereditárias na formação deste país? Era difícil entender por que precisávamos estudar isto na escola, não é mesmo?

Mas o mundo gira, às vezes capota, e com um pouco de sorte, aguçamos o olhar para a realidade e chegamos a vê-la criticamente. Com isto, entendemos que o Brasil colonial se reproduz cotidianamente. Revivemos o período agroexportador com a capa de moderno e avançado.

As grandes propriedades, voltadas para o monocultivo, produzem basicamente para a exportação que, graças à lei Kandir, pouco retorno trazem para o povo brasileiro, na medida em que contam com forte isenção de impostos.

Nosso país é o segundo em concentração de terra no mundo. Em números, isto significa que 1% dos proprietários concentram quase 50% de toda as terras agriculturáveis, enquanto as pequenas propriedades representam pouco mais de 2% do território rural. Não bastasse a desigualdade que por si só salta aos olhos com estes números, é preciso lembrar seus impactos.

Acrescente-se que os maiores danos ambientais são provocados pelo latifúndio especializado na monocultura, dado que a diversidade de cultivos reduz a necessidade de agrotóxicos. O foco é a economia de escala, pois a concorrência no comércio externo é via preço.

É fundamental ressaltar que é das pequenas propriedades que vem 65% dos alimentos postos em nossas mesas diariamente. Além disso, é nelas que são gerados entre 70% e 90% dos empregos rurais com carteira assinada.

Do ponto de vista da reprodução da vida, a lógica da grande propriedade e do agronegócio a ela associado, representa uma ameaça que significa a destruição de extensos biomas, por meio da grilagem de terra e da expulsão dos povos tradicionais das suas áreas de origem, com a ruptura de seus modos de vida.

Em virtude disso os setores populares atingidos, em especial as mulheres, têm resistido aos avanços dos grandes proprietários sobre seus territórios. A resposta dos latifundiários e grileiros a estas formas de resistência levam a números impressionantes confirmados pela Comissão Pastoral da Terra. O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de violência no campo.

Num país que figura entre os maiores consumidores de veneno no mundo, em que a fome é superior a 20% da população e o desemprego/desalento chega a 35%, fica fácil compreender a necessidade do agro se pintar de pop.

Por isso é urgente apoiar a luta contra o monopólio das transnacionais, pela demarcação das terras indígenas e quilombolas e pela Reforma Agrária nas mãos das mulheres.

Clarisse Chiapinni – 8M-Greve Internacional de Mulheres/POA

Zadi Zaro – Outras Amélias/Mulheres de Resistência e Luta

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Katia Marko
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