O continente latino-americano está em ebulição.
Revoltas massivas e populares são vistas, recentemente, no Haiti, Equador, Chile, Costa Rica, em manifestações contra a redução de direitos sociais, contra o chamado modelo econômico neoliberal.
Soma-se a esse cenário turbulento o fato de que, no dia 9 de novembro, ocorreu um golpe de Estado na Bolívia, com uso de ameaça do exército contra o presidente eleito, Evo Morales, que se exilou do país. A população resiste, sobretudo nas regiões de La Paz e Cochabamba.
Diante desses fatos, o Comitê Latino-americano de solidariedade com os povos de luta e o Comitê Unificado, que reúne ativistas, organizações, movimentos populares, organiza no dia 21 de novembro (quinta), às 18h, na praça Rui Barbosa, um ato de “Solidariedade à Bolívia e aos povos da América Latina em luta”.
Aproveita o fato de que o ato de solidariedade realizado em São Paulo, no domingo, reuniu cerca de 10 mil pessoas.
Panfletagem, exibição de vídeos com imagens da resistência popular em cada país, e uma aula pública com informações para a população serão exibidas no dia.
Repressão brutal
A repressão é forte. No Chile, mais de 200 manifestantes tiveram um dos olhos ferido ou arrancado devido à repressão dos chamados carabineros, a polícia ostensiva chilena.
Javier Guerrero, artista plástico equatoriano radicado em Curitiba há trinta anos, é um dos organizadores do evento e afirma que a repressão contra os manifestantes é inaceitável.
“É um ato de selvageria e crueldade o que estamos vendo no Chile. No Chile estão marcando as pessoas para sempre, como gado, deixando marcas em seus corpos e cegando as pessoas. Na Bolívia pessoas estão sendo mortas com balas atiradas contra o crânio delas. Usam drogas para fortalecer os agentes de repressão. Exibiremos imagens exibiremos no ato do dia 21 para mostrar essas crueldades”, denuncia.