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Violência

Vítima de torturas, mulher foge de cativeiro em que foi mantida por um ano no Paraná

O agressor, marido da vítima, foi preso em flagrante por tortura, lesão corporal, ameaça, sequestro e cárcere privado

06.jul.2021 às 10h28
Curitiba (PR)
Bruna Bandeira

Especial do portal Catarinas, Um vírus e duas guerras: traz um retrato da violência contra a mulher no estado do RS - Felipe Carneiro

Cabelos raspados, feridas mal cicatrizadas, língua com marcas de ferimentos, cortes feitos com faca por toda a extensão do rosto. Após ser mantida por um ano em cativeiro pelo seu marido, onde era sistematicamente submetida a torturas físicas e psicológica, *V. L. conseguiu fugir na noite do último dia 23 de junho, em Toledo (PR). Permaneceu escondida até amanhecer, quando procurou a Delegacia da Mulher.

Casada há 13 anos com O agressor, com quem tem um filho de 12 anos, a mulher relatou em depoimento uma rotina de muita violência e humilhação. O agressor foi preso em flagrante pelos crimes de submeter alguém sob sua guarda à tortura, lesão corporal, ameaça, sequestro e cárcere privado. Ele foi encaminhado à carceragem da Cadeia Pública de Toledo. A vítima está abrigada em lugar seguro e sigiloso com o filho.

Leia também: Nenhum direito a menos! Nenhuma mulher a menos!

A vítima, o agressor e o filho de 12 anos viviam em uma residência alugada no Jardim Gisele, em Toledo. V. L. relata que o marido sempre foi agressivo, mas a violência se limitava a tapas no rosto.

Em junho de 2020, no entanto, o homem passou a ficar muito agressivo e a questionar a vítima sobre relacionamentos anteriores. “Se ela não desse as respostas que ele queria ouvir, ele ficava muito agressivo e lhe dizia coisas como ‘essa resposta não fecha com minha investigação’, ‘isso não bate com o que eu estou investigando, não está certo’, e perguntava de novo”, detalha o boletim de ocorrência.

Pela casa, V. L. era obrigada a escrever vários lembretes, a partir de frases ditadas pelo marido, entre elas: “Se eu mentir para o meu marido, eu vou fazer 100 cortes com a faca quente no meu rosto”, “se eu não contar a verdade para meu marido eu vou furar a minha língua com pregos”.

Além dos lembretes, o agressor mantinha um caderno de regras, entre elas, uma lista de palavras que não poderiam ser ditas pela mulher. Caso ela infringisse alguma destas regras, era castigada.

::Uma mulher é morta a cada nove horas durante a pandemia no Brasil::

A polícia apreendeu o caderno de regras. Nas seis páginas que constam nos autos do inquérito policial aparecem palavras como: você acha; talvez; não sei; pode ser; que dor; não aguento mais; olha só meu rosto; afeto; amigo; oportunidade. As regras também incluíam a proibição de gritos de dor, bem como comentários sobre o corpo. Ela também era proibida de falar palavras que terminassem com a letra “i”.

Além de agredi-la, ele a obrigava a se autolesionar. “A vítima tem muitos hematomas que, segundo ela, são de agressões antigas e algumas que ela mesma teve que fazer, como por exemplo: ela teve que cortar a própria orelha, ela teve que furar a própria língua com pregos”, detalha o boletim.

A vítima relatou que era impedida de ir ao hospital e se curava com receitas caseiras. Entre as lesões feitas por ele, além de lhe raspar o cabelo, o agressor chegou a lhe quebrar o nariz com socos. Socos dados com toalha úmida enrolada na mão e que lhe deixaram as orelhas inchadas. Ele também a agredia com cabo de vassoura.

Segundo a vítima, o agressor a mantinha vigiada através de duas câmeras de segurança. Ela conta ainda que o filho do casal foi manipulado pelo pai e, na noite em que fugiu, ela chegou a levar um tapa no rosto do próprio filho.

Coletivos feministas acompanham vítima

A Associação Tenda Mariellas, organização pela defesa ampla e universal das mulheres, acompanha a vítima desde sua fuga. Através do coletivo, a vítima já teve acesso a atendimento médico e psicológico, bem como a um lugar seguro para estar com seu filho. O menino também já foi encaminhado para acompanhamento do Conselho Tutelar.

Nesta segunda-feira (05), o coletivo, acompanhado pelo Coletivo Juntas, esteve em audiência com o prefeito de Toledo, Beto Lunitti, e com a Secretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Jennifer Teixeira, para informar sobre a situação e exigir atendimento imediato ao caso. Os dois coletivos também apresentaram exigências de implementação e ampliação de políticas públicas voltadas para mulheres.

Entre as exigências para o caso concreto, estavam: a concessão de aluguel social em local seguro e sigiloso, bem como auxílio emergencial para mãe e filho, atendimento médico e hospitalar emergencial para ambos, além de tratamento psiquiátrico e psicológico. Ainda, diante do quadro de alienação parental sofrido pela criança, exigiram que em todo o atendimento dado à mãe e ao filho fosse trabalhada a restituição e fortalecimento dos vínculos familiares.

::Coletivo denuncia violência da Lei de Alienação Parental contra mulheres e crianças::

Para o município, foi pontuada a importância de campanhas de prevenção, bem como de atendimento humanizado e imediato a mulheres vítimas de violência.

Entre as exigências feitas junto ao Poder Executivo, esteve a ampliação do atendimento da Delegacia da Mulher, com plantão 24 horas, criação de Casa de Abrigo para acolhimento de mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade e violência, realização de capacitação dos servidores públicos para acolhimento e encaminhamento de mulheres, reuniões com associações de comerciantes para inclusão de estabelecimentos comerciais na divulgação de campanhas contra a violência doméstica, e grupo de trabalho intersetorial entre as secretarias para fortalecimento das campanhas de prevenção e atendimento.

A Prefeitura de Toledo afirmou comprometimento com as pautas e as exigências apresentadas, com a promessa de que este não será tratado como caso isolado, e que haverá trabalho contínuo para avançar nas políticas públicas para as mulheres. Os coletivos afirmam que irão acompanhar e cobrar o cumprimento do compromisso realizado.

*Foram usadas iniciais fictícias para proteger a identidade da vítima.

Editado por: Lia Bianchini
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