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Artigo | Gastronomia brasileira embranquece a História. Até quando?

Há um pouco de Borba Gato em nós e não tardará para que sejamos incendiados por labaredas dos próprios fogões

25.jul.2021 às 11h21
São Paulo
Max Jaques

O nome de Benê Ricardo não é encontrado facilmente quando se pesquisa por chef de cozinha brasileiro no Google - Google

Proponho um exercício. Vá até o google imagens e procure por “chef de cozinha Brasil”. Em seguida, calcule quanto tempo levará para encontrar Benê Ricardo, se encontrar.

Especialmente neste domingo, Dia da Mulher Negra, proponho pensarmos o quanto a gastronomia brasileira tem servido à bandeirista função de embranquecer as narrativas sobre a construção da nossa sociedade, reforçando a arquitetura da desigualdade que nos consome.

Ser mulher negra no Brasil é experimentar essa condição de asfixia social, nas palavras da filósofa Sueli Carneiro.

A despeito da violência estrutural que se coloca no nosso país, órfã aos 14 anos, obrigada a dormir com os cachorros no fundo da casa da família que a “adotou” — tornando-a responsável por todo o trabalho doméstico — Benê Ricardo foi a primeira mulher a se formar num curso de gastronomia no Brasil, em 1981. Só o fez porque venceu honrosamente um concurso da Editora Abril que lhe garantiu a bolsa de estudos.

Enquanto seus colegas, todos homens, dormiam no alojamento da faculdade, Benê fazia faxina numa pensão em troca de moradia e comida. Foi do quartinho de empregada à responsável pelos jantares do presidente Geisel. Pioneira em quase tudo que fazemos hoje, redesenhou nossa gastronomia: professora universitária, fez mídia impressa, televisão, foi dona de restaurante, escritora, tão premiada quanto invisibilizada.

Não há dúvidas, o resultado da busca no google refletirá nossa sociedade: uma maioria de homens com dólmãs tão alvas quanto suas figuras. Talvez não sejamos os responsáveis pelo status quo das nossas cozinhas, mas sem dúvidas somos os maiores beneficiados. Exatamente por isso, deveríamos usar dessas plataformas — ou privilégios, se preferirem — para garantir que Benês Ricardos, suas descendentes e ancestrais minorizadas nas narrativas brancas, possam contar suas histórias e viver dignamente do seu trabalho.

Deveríamos fazê-lo não só pela fundamental reparação, mas porque não há outro caminho para o desenvolvimento da cozinha brasileira.

Estejamos atentos: há um pouco de Borba Gato em cada um de nós e, não tardará para que sejamos incendiados pelas labaredas dos próprios fogões.

 

Max Jaques é chef-pesquisador no Instituto Brasil a Gosto

***Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Rodrigo Durao Coelho
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