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Solidariedade

Mutirão ergue barracões para catadoras de materiais recicláveis de Curitiba

Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, marcou a inauguração da obra com partilha de alimentos saudáveis

19.out.2021 às 15h38
Curitiba (PR)
Leonardo Henrique

“O trabalho dos carrinheiros importa”, gritam famílias associadas. Ao fundo, um dos novos barracões - Foto: Juliana Barbosa/MST

“O espaço do pátio melhorou muito, assim como nossa autoestima. Os barracões são de toras de eucalipto e telha, mas o que solidificou ainda mais essa obra foi a fraternidade e a solidariedade". Essas palavras, lidas por uma catadora da associação Novo Amanhecer, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), relatam como a união da classe trabalhadora transforma a realidade.

No sábado (16), Dia Mundial da Alimentação, foram inaugurados os três barracões para que 40 famílias de carrinheiras e carrinheiros associadas separem materiais recicláveis protegidas do sol forte, chuva, vento, calor e frio, das variáveis do “tempo”.

A construção partiu de funcionários do Novo Amanhecer em conjunto com a União Solidária, um coletivo composto pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), sindicatos, organizações sociais e religiosas. Desde junho de 2020, a iniciativa partilha alimentos da Reforma Agrária e cargas de gás em pontos de vulnerabilidade social de Curitiba e Região Metropolitana.

O evento contou com a tradicional mística – presente nas atividades do MST, é uma celebração política espiritual e de agradecimento pelo trabalho coletivo. O Padre Valdecir Badzinski, secretário executivo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no Paraná, abençoou o espaço e os alimentos distribuídos. O grito de ordem das famílias de carrinheiros, que levaram as crianças (algumas de colo), era “O trabalho dos catadores importa, pelo novo amanhecer”.


Inauguração dos barracões aconteceu no sábado (16) / Foto: Juliana Barbosa/MST

A campanha de financiamento coletivo chamada “Por Um Novo Amanhecer” superou a meta inicial de arrecadação, orçada em R$ 40 mil. Ao todo, foram R$ 56,142 investidos em locação de equipamentos, compra de telhas, madeira, fio elétrico, caçambas para entulho e transporte de voluntários.

A associação já tinha garantido R$ 12 mil, fruto de economias ao longo dos anos, e mais uma doação de 40 botijões de gás pelo Sindicato dos Petroleiros de Paraná e Santa Catarina (Sindipetro). Contribuições diárias de pessoas físicas e entidades e uma transmissão cultural pela internet com bandas e artistas populares intensificou a mobilização.

Sonho antigo

No sábado pela manhã, logo ao passar pelo portão do Novo Amanhecer, podia-se ver carrinhos, garrafas pet, sacos e todo tipo de material reciclável guardado embaixo dos barracões, separados por divisórias de cada família. O dia nublado e poças d’água eram resquícios da forte chuva que havia caído na sexta-feira. Perto de meio-dia, o sol forte apareceu para mostrar como o tempo pode mudar rapidamente e evidenciar a importância de um abrigo para trabalhadores.

Sérios problemas de saúde e a perda de qualidade do produto podem ser causados pela falta de cobertura. A coleta de materiais recicláveis é uma fonte de renda para as famílias, que merecem dignidade. Afinal, como está no grafite em uma parede interna da associação, “um coletor faz mais que o ministro do meio ambiente”.


Construção de barracões era sonho antigo dos trabalhadores do local / Foto: Juliana Barbosa/MST

“Vai fazer 15 anos que estamos nessa área, aqui em Curitiba, e melhorou muito a situação dos carrinheiros”, conta Juliana da Silva Santos, vice-presidente do Novo Amanhecer. “Construímos alguns barracos, mas começaram a cair. A Copel (Companhia Paranaense de Energia) forneceu muitos materiais que nos ajudaram. Hoje em dia, o Brasil está em crise, então se trabalha bastante para comer”, diz.

Segundo dados da Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT), são quase 1 milhão de catadores em todo o país, com cerca de 70% do gênero feminino. Em 278 cooperativas analisadas, a renda média é de R$ 932,19.

Há muitas bandeiras do Brasil espalhadas pela associação e nos carrinhos. Bairros de Curitiba como CIC, Fazendinha e Caiuá – na periferia da capital – são abrangidos pelos carrinheiros que caminham pelas ruas da cidade para conseguir o sustento. É o sonho de um mundo novo, com direitos humanos respeitados, como saúde, alimentação, moradia e emprego.


Na inauguração dos barracões, bandeiras do Brasil e do MST / Foto: Juliana Barbosa/MST

Fome é um problema político 

O Dia Mundial da Alimentação, em 16 de outubro, não poderia passar despercebida, principalmente quando o país voltou ao mapa da fome. Como parte da campanha de solidariedade nacional popular do MST, a Rede Produtos da Terra partilhou uma Cesta Esperança para cada família associada, com alimentos da Reforma Agrária: café, pão, fubá, trigo, leite, achocolatado, legumes e verduras.

Outros kits foram entregues para serem servidos na cozinha comunitária do Novo Amanhecer. Os carrinheiros também receberam cargas de gás doadas pelo Sindicato dos Petroleiros de Paraná e Santa Catarina (Sindipetro).


Evento também teve partilha de alimentos / Foto: Juliana Barbosa/MST

Roberto Baggio, da direção nacional do MST, apontou a importância da união. “Nós, trabalhadores do campo, seguimos em aliança e comunhão com a população urbana, os povos dos seus países em aliança com os povos do mundo, para construir um novo tipo de agricultura no futuro que preserva, cuida, produz alimentos e reparte a terra. Garantir que a natureza, o conjunto dos recursos naturais, seja um bem comum a serviço da propriedade e não algo para ser comercializado”.

Para Luciano Zanetti, do Sindipetro, “Não é uma obra da caridade, é uma conquista coletiva de trabalhadores. É para ajudar a viverem do fruto, do suor de seu trabalho”.

A arte popular se fez presente no mutirão solidário de construção e revitalização do espaço. A fachada foi pintada com novas artes para identificar a associação, cujo nome “Novo Amanhecer” inspira a existência de dias melhores. Também são destacadas frases de luta como “Num país como o Brasil, manter a esperança é em si um ato revolucionário”.


"Num país como o Brasil, manter a esperança é em si um ato revolucionário", diz arte no espaço da Associação / Foto: Juliana Barbosa/MST

Barracões solidários fortalecem famílias

Jéssica de Lima Rodrigues, de 30 anos, atua há 8 na reciclagem. Ela tem três filhos e conta que começa o trabalho cedo, junto à irmã. “Levo meus filhos para a escola e chego aqui por volta de 08h30. Tomo café e vamos para a rua. Voltamos para o almoço, descansamos, descarrego o carrinho, verifico o que vou reciclar. Lá por 14h, buscamos material na rua novamente e terminamos às 18h. Vamos na segunda, quarta e sexta; terça e quinta, a gente recicla. É uma caminhada longa”, conta.

A carrinheira comentou que, quando chovia, os carrinheiros amarravam uma lona, mas que era arriscado. Jéssica agradeceu e elogiou o MST pela obra. “Nem acredito que a gente vai trabalhar debaixo de um teto”, diz.


Trabalhadoras e trabalhadores da reciclagem comemoraram conquista dos barracões / Foto: Juliana Barbosa/MST

Mãos do campo e da cidade pela emancipação da classe trabalhadora

Muitas pessoas de diversas origens estiveram envolvidas na construção dos barracões. Por duas semanas, alguns dias de forte sol, outros de muita chuva, o processo contou com diversas etapas – do descarregamento da madeira, doadas por famílias Sem Terra do Assentamento Contestado (Lapa/PR), à “martelada” do último prego que criou uma divisória para o carrinheiro separar o próprio material.

Diretamente do acampamento Maila Sabrina, do MST Paraná (em Ortigueira), oito mestres de obra trouxeram as experiências da Reforma Agrária e compartilharam com funcionários da associação.


Construção dos barracões foi trabalho coletivo / Foto: Ednubia Ghisi

Adolfo Fehlauer Koralewiski mora há um ano na comunidade e afirma que o Novo Amanhecer move os companheiros. “Ajudamos os carrinheiros a construir desde as 6 da manhã, cavocando, no barreiro. Eles estão em uma situação precária, as pessoas se uniram e foi uma experiência nova”, diz.

Mais de 400 famílias estão acampadas no Maila Sabrina, plantando verduras e legumes. “Muitas pessoas estão em colheita e plantio, então foi feita uma seleção para vir. A gente planta, deu o dia certo, vamos colher. Tudo move em diárias e vai correndo o mês. Aqui é todo dia. Tem gente que cata papelão e latinha, trabalha de sol a sol para pagar aluguel, tratar as crianças”, analisa Adolfo.

Também se somaram à atividade pessoas voluntárias do coletivo Marmitas da Terra, que distribui refeições saudáveis em praças e ocupações da capital paranaense, o Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) e o mandato de Renato Freitas, vereador de Curitiba pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

Os barracões não são a primeira obra da União Solidária. Em julho deste ano, na Vila União, no bairro Tatuquara, a União Solidária construiu o Centro Comunitário Olga Vive, que também vai abranger uma cozinha. O nome é em homenagem a uma lutadora popular que faleceu por Covid-19.

Editado por: Lia Bianchini
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