Pelos menos 56 cidades gaúchas já confirmaram manifestações neste sábado (24), que será mais um dia de luta por "Fora Bolsonaro, Comida no Prato e Vacina no Braço" em todo o Brasil. Estas três palavras de ordem têm orientado as mobilizações da esquerda neste último período de lutas, em que os atos foram intensificados após denúncias dos irmãos Miranda na CPI da Covid.
As denúncias que acusam o presidente Jair Bolsonaro de estar envolvido em um enredo corrupto da compra de vacinas foram o empurrão que levou o conjunto das organizações de esquerda no país (alinhadas pela campanha nacional "Fora Bolsonaro") a, inclusive, apresentar um superpedido de impeachment, em Brasília, no dia 30 de junho.
No RS, a campanha Fora Bolsonaro confirma atos e manifestações em, pelo menos, 55 cidades. É possível conferir as cidades e locais aqui neste link (atualizado em tempo real). Informa também que, em Porto Alegre, a expectativa é reunir 100 mil pessoas, para uma caminhada que partirá, novamente, do Largo Glênio Peres, às 15h.
:: Brasil já tem cerca de 300 cidades com atos confirmados ::
Durante a semana, as centrais sindicais e movimentos sociais do estado se empenharam em diversas atividades de mobilização e divulgação. Na Capital, Amarildo Cenci, presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), destaca as atividades realizadas em unidade pelo conjunto das organizações sindicais e populares.
"Por falta de divulgação não vai faltar gente no ato. Todo mundo fez a sua parte, independente de qual frente ou movimento. Fomos à rua e distribuímos um panfleto unitário, com a assinatura de todas as frentes. Estamos em um processo de construção, nas ruas e redes, pelo "Fora Bolsonaro" que agrega uma compreensão daquilo que precisamos botar no lugar dele. Isso é uma grande vantagem, comparado com tudo que já fizemos", relata o dirigente sindical.
:: Confira as fotos das mobilizações que ocorreram em Porto Alegre pelo "Fora Bolsonaro" ::
Além das atividades de panfletagem durante a semana, foi intensificada a campanha pela internet e também houve colagem de cartazes. A agitação para o ato encerra nesta sexta-feira (23) com uma banca instalada na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre, para dialogar com a população. Sobre este contato com as pessoas, Amarildo ressalta ainda a boa receptividade das pessoas, que recebiam os panfletos e demonstravam apoio à causa.
Cartazes foram colados em muros da cidade, divulgando o 24 de julho como um dia de luta / Reprodução
Artistas se preparam para estar novamente na rua
Desde que começou este mais recente ciclo de manifestações na Capital, foi possível visualizar diversas manifestações artísticas e intervenções teatrais e dramatizadas, seja de grupos de artistas organizados ou de forma individual. Neste sábado (24), não será diferente.
Nesse sentido, a atriz, encenadora, figurinista, cenógrafa, pesquisadora, professora e produtora teatral Tânia Farias relatou à reportagem que passou a semana trabalhando em cima de uma performance que será exibida no ato, pela Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, à qual ela faz parte.
Foto da preparação da bandeira nacional que será utilizada em intervenção teatral no ato em Porto Alegre / Reprodução
Tânia aponta que os artistas estão nas ruas desde o início das mobilizações, tendendo a ganhar cada vez mais corpo. "A gente produz bens simbólicos, na nossa vida fazemos arte e cultura. Entendemos que precisamos colocar isso à serviço da derrubada do fascismo no país. Temos levado diversas performances para a rua, e isso não acontece só em Porto Alegre, acontece no Brasil inteiro", afirma.
Ela relata ainda que existem diversos grupos no estado que estão fazendo essas intervenções, como o "Artistas pelo Impeachment" e o "Artistas na Rua pelo Fora Bolsonaro". Entende também que qualquer artista que vai pra rua se manifestar política e poeticamente no espaço público também faz parte do mesmo movimento, não estando presos a um determinado grupo ou cidade específica.
Sobre os motivos que levam os artistas estarem se manifestando nesse momento, relata alguns motivos.
"Existem várias formas que [o governo] afeta a cultura e as artes. Primeiro, quando atenta à liberdade de expressão e cerceia o que vamos fazer e dizer. Esse governo claramente instaurou de volta a censura no Brasil. Além disso, há um desmanche total das políticas públicas conquistadas até aqui e não é diferente em relação à cultura. Esse governo não se preocupa com os trabalhadores da cultura", completa.
Tânia costurou na máquina partes da bandeira que será utilizada na internvenção neste sábado (24) / Reprodução
Cobertura do 24J ao vivo
Rede de transmissão na cobertura dos atos no RS / Divulgação
O Brasil de Fato RS vai fazer a cobertura ao vivo do dia de manifestações no estado e no país, com transmissões ao vivo na página no Facebook durante a manhã e a tarde de sábado. A iniciativa, novamente, é fruto de uma rede de comunicação composta por veículos de comunicação alternativos e entidades em todo o RS.
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