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INJUSTIÇA E VIOLAÇÃO

Artigo | Grávida aos 10 anos, em consequência de estupro, mãe de 15 anos é julgada pela mídia

"F. não quis agredir a criança, mas o abusador que lhe deixou o ódio em herança"

19.out.2021 às 11h52
João Pessoa (PB)
Padre Xavier Paolillo

Em carta, movimentos populares afirmam que fala revela a cultura do estupro - Shutterstock

F. foi violentada pelo padrasto. Ficou grávida quando tinha 10 anos. Seu sofrimento só foi descoberto quando chegou ao oitavo mês de gravidez.  Deu à luz um menino. Adquiriu o direito de ficar com ele. Mãe e filho ficaram abrigados em instituições por quase 5 anos com uma breve passagem por uma família.

Alguns dias atrás, num excesso do sofrimento psíquico,  tentou matar o filho. Foi apreendida pela polícia e apresentada à justiça. Recebeu uma medida de internação provisória. Ficará privada de liberdade por 45 dias. Se permanecer a acusação de tentativa de homicídio, poderá ser privada de liberdade por um período de 6 meses a 3 anos.

Nestes dias todos os meios de comunicação estão falando dela. Contam exaustivamente sua história. Nas narrações há um misto de compaixão pelo abuso que sofreu na infância e de recriminação pelo ato infracional que cometeu. F. voltou de novo às  primeiras páginas dos jornais, protagonista, ainda uma vez de histórias escabrosas que têm como vítimas crianças indefesas. Entre uma história e outra se passaram quase 5 anos. Desconheço o que aconteceu com ela. Não sei se teve acesso aos atendimentos especializados necessários para tentar dar a volta por cima da violência que sofreu em casa durante sua infância. Sua vida foi destroçada, institucionalizada e agora encarcerada, pois, apesar do adjetivo "socioeducativo", vai passar boa parte do tempo atrás das grades.

F. está sendo culpada pelo mal que alguém enraizou em seu coração quando violou a inocência de sua infância. Ela, infelizmente, refez exatamente o que um adulto que devia cuidar dela lhe ensinou. Agiu conforme aprendeu em sua carne. É evidente que isso não está certo, mas infelizmente o rosto do menino traz à tona as feições de seu abusador. A cara do pequeno, mesmo sendo inocente inspira amor e sofrimento. F. não quis agredir a criança, mas o abusador que lhe deixou o ódio em herança. Não coloquem F. atrás das grades. F. não é uma delinquente, mas uma menina carente. Não precisa de medida socioeducativa, mas de medida protetiva.

Na unidade, as grades vão lhe lembrar o tempo todo que é culpada, na realidade é uma vítima que precisa ser amada, cuidada e bem tratada. Graças a Deus, o menino está fora de perigo. Espero que no lugar de colocá-lo numa instituição, o confiem a uma família boa. Torço muito para que mãe e filho possam voltar a viver juntos. F. não tem culpa se não consegue "se consertar", talvez a culpa seja de todos nós que não lhe oferecemos o cuidado necessário para se libertar.

 

*Pastoral do Menor da Paraíba

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

Editado por: Heloisa De Sousa
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