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OPINIÃO

Artigo | A mãe da crueldade

"Os que festejam hoje o ódio atacam as diferenças, são racistas, se excitam com líderes armados idealizados"

30.ago.2021 às 17h04
Terapia política
Abrao Slavutzky

"O país está dominado hoje por um ódio de guerra que ampara os que confiam nos armados e nos pastores contra o humanismo democrático" - Ilustração: Mihai Cauli

A crueldade é humana mesmo que os atos bárbaros sejam definidos como desumanos. “A mãe da crueldade é a covardia”, escreveu Montaigne em seus “Ensaios”. Antes dele, Sêneca concluiu que a crueldade resulta da fraqueza. Um exemplo do que é a covardia se expressa no torturador, que faz o torturado sofrer sem poder de reação. O torturador é um covarde, pois ataca friamente uma pessoa sem chance de defesa, e quem elogia o torturador é também covarde, um gozo sádico. Aliás, a sociedade brasileira tem uma herança de violências contra os índios e, especialmente, os negros. Nós, brancos, ainda estamos aprendendo diante da crueldade do racismo estrutural.

O país está dominado hoje por um ódio de guerra que ampara os que confiam nos armados e nos pastores contra o humanismo democrático. A verdade é que o ódio sempre uniu as pessoas, e nos últimos anos há “a máquina do ódio” – título do livro da jornalista Patrícia Campos Mello. Seu livro é sobre as “fake news” e a violência digital que segue dominando o País, com robôs disparando mensagens que estimulam a guerra com mentiras.

De onde vem tanto ódio e tanta crueldade aqui e no mundo em geral? O prazer de agredir e destruir se expressa em inumeráveis agressões na História, expressão da pulsão de destruição. Foi o que escreveu Freud em setembro de 1932 em resposta a uma carta de Albert Einstein. O célebre físico, a pedido da Liga das Nações, perguntou sobre o enigma do apetite de ódio do homem. A Liga buscava diminuir as chances de uma nova guerra mundial, que terminaria ocorrendo em 1939. Outra questão é como Freud se envergonhou de seu pai, que foi humilhado por antissemitas. Já ele se revelou corajoso ao enfrentar ataques por ser judeu.

A covardia dos cruéis tem a ver não só com uma dimensão da pulsão de morte, mas também com um Supereu sádico. Os que festejam hoje o ódio atacam as diferenças, são racistas, se excitam com líderes armados idealizados. Há uma velha tática autoritária, muito usada nas ditaduras, que é a vitimização, na qual os que atacam se dizem perseguidos, injustiçados. Se fazem de coitadinhos, é a sofrência da velha Casa Grande, que se queixava dos negros como fujões, preguiçosos e rebeldes. Torturavam, humilhavam e ainda eram eles as vítimas.

Em quase um ano e meio de pandemia, o País está com pouco mais de 570 mil mortos. Como pode um presidente não ser solidário com as famílias dos mortos e ironizar a falta de ar dos doentes ou dos que podem morrer dizendo ironicamente: “Estou com Covid?”. Essa frieza, essa indiferença, envolve hoje os armados, cúmplices dos crimes de um país com pouca memória.

Um povo precisa ter memória, mas muito se diz que o Brasil é um país sem memória, portanto sem imaginação. Se é assim, há uma ameaça ao amanhã, ao imperar a impunidade dos herdeiros arrogantes do poder absoluto. Impunidade dos que tentam assegurar que são perfeitos, e assim se transformam não nas forças do povo, mas só de parte dele. Combater a crueldade requer humor, poesia, ciência, construir a solidariedade, ir às ruas e apostar sempre no humanismo. Para imaginar o amanhã é preciso coragem, dignidade, sem esquecer que a covardia é a mãe da crueldade.

* Psicanalista, autor de vários livros, entre eles: "Psicanálise e cultura", "Para início de conversa", com Cyro Martins, "Quem pensas tu que eu sou", "Humor é coisa séria", entre outros.

** Publicado originalmente no Facebook do autor, em 20/08/2021

*** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Terapia Política
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