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Espingarda no ombro

Secom gera revolta com foto de homem armado divulgada no Dia do Agricultor; CNDH oficia governo

Planalto publicou e depois apagou postagem em tom belicoso, de homem com arma representando trabalhador do campo

28.jul.2021 às 20h03
Fortaleza (CE)
Cristiane Sampaio

Imagem utilizada pelo governo federal em publicação mostra silhueta de caçador em meio à mata e com rifle no ombro - Reprodução/Secom

Uma postagem publicada nas redes sociais pelo governo Bolsonaro nesta quarta-feira (28) em referência ao Dia do Agricultor gerou uma série de protestos entre associações do campo, membros de entidades da luta agrária e internautas nas redes sociais. A mensagem escolhida pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da gestão traz a foto da silhueta de um suposto agricultor com uma espingarda no ombro em meio a uma plantação.

Organizações como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) reagiram à iniciativa. A secretária de Política Agrícola da entidade, Vânia Marques Pinto, classifica a mensagem como “absurda” e observa que a peça publicitária dialoga diretamente com os conflitos no meio rural, tema em que o Brasil tem destaque negativo histórico.

“Nós não esperávamos, mas não é algo que surpreende, pelo tipo de governo que temos. Mas não deixa de ser algo absurdo associar um agricultor à imagem de um jagunço, de uma pessoa armada, incitando a violência no campo”.

Em nota publicada logo após a postagem da gestão, a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) repudiou a iniciativa e chamou-a de “belicista e desrespeitosa”.

“Ao utilizar a imagem de um caçador portando uma espingarda em savana africana, adquirida em um banco de imagens pagas, o governo demonstra, mais uma vez, seu desconhecimento da realidade da agricultura familiar no Brasil, marcada pela solidariedade, generosidade e dedicação para prover alimentos de verdade para as famílias brasileiras”, diz o texto, ao rechaçar o símbolo.

A foto escolhida pela Secom para ilustrar o post foi batida na África do Sul e retirada de um banco internacional de imagens.  A professora e pesquisadora Helena Martins, do curso de publicidade da Universidade Federal do Ceará (UFC), ressalta que a confecção de um material de comunicação dessa natureza passa, em geral, por um amplo processo de análise, por se tratar de um conteúdo de comunicação institucional.

“Uma peça como essa é pensada, é pautada, é avaliada, discutida e finalmente é aprovada, passando, portanto, por uma complexa cadeia hierárquica de definições que acabam levando à sua publicação”, explica a professora, que analisou o material a pedido do Brasil de Fato.   

“É preciso se ter em vista que, em comunicação, tudo significa. As cores, os textos, as imagens são escolhidos para gerar um determinado significado que o produtor da mensagem busca atingir”, explana Helena.  

“A meu ver, o sentido que o governo quis produzir com essa peça está muito claro: é a ideia de, de fato, armar as pessoas, algo que ele está fazendo, inclusive, por meio de uma série de políticas. Além disso, reforça a ideia de que [o campo] é um espaço de conflito, e ele sustenta, naturaliza e legitima esse conflito”.

Violência

O Brasil vive, durante o governo Bolsonaro, um cenário de escalada da violência na zona rural. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que monitora o problema desde 1985, o número de conflitos no campo registrados no país subiu de 1.547 em 2018 para 1.903 em 2019, primeiro ano da gestão do ex-capitão do Exército.

No intervalo entre 2019 e 2020, a comissão verificou um novo aumento, com 2.054 ocorrências notificadas. Além disso, houve pelo menos 50 assassinatos no meio rural durante o primeiro biênio do governo Bolsonaro, que também ampliou o acesso a armas de fogo no país, com regras que facilitam a aquisição e a posse desse tipo de produto.


Armas apreendidas durante operação policial no Pará, em 2019 / Thiago Gomes/Agência Pará

O tema, inclusive, também foi lembrado na postagem feita pela Secom nesta quarta, que destaca que o presidente da República “estendeu a posse de arma do proprietário rural a toda a sua propriedade”.

Para Alexandre Conceição, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), a postagem é um espelho da gestão Bolsonaro, geralmente associada aos discursos de criminalização da luta agrária e das organizações do campo. O presidente da República é um conhecido opositor do MST, por exemplo, já tendo feito diferentes acenos públicos nesse sentido.

“O 28 de julho é Dia do Agricultor, e não do atirador ou do miliciano. Então, é lamentável, mas, ao mesmo tempo, é compreensível, porque o governo que está aí é um governo miliciano, atirador e que investe em armas enquanto o país passa pela fome. Com essa imagem, ele representa o que pensa da agricultura brasileira, que é uma agricultura voltada à grilagem de terras, ao atirador, ao matador, à violência”, critica o líder do MST.   

CNDH

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) também reagiu à postagem da Secom. O órgão oficiou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quarta para manifestar preocupação e solicitar informações a respeito da propaganda. O CNDH pediu explicações sobre o porquê da utilização de uma foto com arma de fogo para representar os agricultores e estipulou cinco dias como prazo de retorno para o governo.

Após a repercussão negativa, a Secom apagou a publicação, que havia sido veiculada pela manhã nos perfis institucionais do governo no Twitter, no Facebook e no Instagram.

Na sequência, o órgão postou outro conteúdo, desta vez uma imagem com estatísticas relacionadas ao setor de agricultura. A postagem destaca concessões de títulos de terra, números do Plano Safra e também o que a gestão chamou de “invasões de terra”, conceito que a ala mais conservadora disputa com o campo progressista, onde tais práticas são tratadas como “ocupações”.

Em geral, movimentos do campo organizam ocupações como ações de cunho político-ideológico que chamam a atenção para propriedades de terra improdutivas e que geralmente estão situadas em áreas originalmente da União.

Esse tipo de prática, historicamente reconhecida como parte da cartilha de entidades populares agrárias, faz frente ao agronegócio e tem o objetivo de exercer pressão para que áreas dominadas por especuladores sejam encaminhadas para a reforma agrária, que beneficia camponeses e pequenos agricultores. A política é administrada pelo Estado por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

“É por causa disso que, olhando pra uma postagem como essa que o governo soltou hoje, a gente entende que é preciso manter a nossa orientação política. Ela inclui cuidar da vida, da alimentação, distribuir alimentos saudáveis como forma de solidariedade com aqueles que necessitam e seguir com a nossa luta contra o latifúndio e contra o governo Bolsonaro”, diz Alexandre Conceição.

Editado por: Vinícius Segalla
Tags: armasviolência no campo
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