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Negro, pobre e sem-terra: quem são os brasileiros que estudam medicina na Venezuela

Criada em 2007 pelo então presidente Chávez, Escola Latino-americana de Medicina abre portas a pobres de outros países

19.maio.2016 às 18h35
Updated On 01.fev.2020 às 18h35
Do Saúde Popular, enviado especial à Venezuela
Luiz Felipe Albuquerque
Após os dois primeiros anos de faculdade, os estudantes se descentralizam entre os estados venezuelanos e se incorporam aos centros hospitalares e ambulatórios, onde ficam do terceiro ao sexto ano do curso até se tornarem efetivamente médicos profissionais.

Após os dois primeiros anos de faculdade, os estudantes se descentralizam entre os estados venezuelanos e se incorporam aos centros hospitalares e ambulatórios, onde ficam do terceiro ao sexto ano do curso até se tornarem efetivamente médicos profissionais. - Após os dois primeiros anos de faculdade, os estudantes se descentralizam entre os estados venezuelanos e se incorporam aos centros hospitalares e ambulatórios, onde ficam do terceiro ao sexto ano do curso até se tornarem efetivamente médicos profissionais.

Aos 21 anos, Jéssica Rodrigues Trindade não pensava que um dia poderia cursar uma faculdade de Medicina. O Brasil mantém um perfil elitizado na formação médica, com apenas 2,6% de negros entre os formados na área, em um território onde a maioria da população se declara como negra ou parda (53%), segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep). Mas não foi em uma escola brasileira que a assentada da reforma agrária e filha de camponeses pobres do estado do Pará quebrou esse paradigma.

Jéssica faz parte de um grupo de cerca de 250 jovens de 32 países de diversas partes do mundo que estudam na Escola Latino-americana de Medicina (Elam), na Venezuela. “Eu que sou negra, pobre, filha de pobre, vejo agora toda minha família vibrando pelo fato de eu estar aqui. As gerações da minha família não tiveram acesso à educação e entrar em Medicina é ainda mais complicado”, conta Jéssica, assentada no Palmares II, na cidade de Parauapebas (PA).

Criada em 2007 pelo então presidente venezuelano, Hugo Chávez, em parceira com Cuba, a Elam busca formar médicos de diversos países que tem carência na área. “Esse é um objetivo primordial da escola: formar médicos – que não teriam a possibilidade de estudar em seus países – não só na ciência, mas também em consciência, porque são médicos que voltarão aos seus países para dar um retorno aos seus povos, cuidando das doenças e dos problemas que seus países enfrentam”, explica o cubano Arturo Pulga, médico e coordenador acadêmico da Elam na Venezuela.

É dessa maneira que o conceito metodológico e pedagógico pensado pela escola se diferencia do que é compreendido pela medicina convencional. “Se você vai atender o povo tem que ser uma medicina comunitária, por isso formamos médicos integrais comunitários, que vão à comunidade atender aos problemas dela. Um aspecto social fundamental é que essa medicina não é apenas para curar doenças, mas para preveni-las”, destaca Pulga.

Logo quando chegam à Elam, todos os estudantes participam de um curso introdutório de cerca de seis meses para nivelar o conhecimento sobre diversas áreas, como matemática, biologia, química e também sobre o pensamento latino-americano. Depois desse processo, eles ingressam na formação da carreira médica pelos dois anos seguintes, coordenado por um corpo docente de venezuelanos e cubanos.

Nesse período, os estudantes já começam a trabalhar nos Centros de Diagnósticos Integrais (CDIs) das comunidades, o equivalente às unidades básicas de saúde no Brasil, onde entram em contato com os moradores nos bairros carentes e praticam o conteúdo teórico que aprendem na sala de aula.

“Esse é um elemento importante dessa medicina, pois desde o primeiro ano os estudantes se vinculam com os pacientes nas comunidades. É uma diferença fundamental do modelo tradicional. Desde o primeiro dia que eles entram aqui, já têm vinculação com a prática, nos lugares onde estão as comunidades, os mais pobres, os mais necessitados”, relata Pulga.

Experiência

Uma das coisas que mais chamaram a atenção de Jéssica ao chegar na Venezuela foi o fato de a maior parte da população daquele país ter acesso à saúde básica por meio dos CDIs. “Em um simples bairro, você tem médicos para todas as áreas. A pessoa chega e já faz o atendimento”, conta.

Quanto às aulas práticas nos CDIs, a sem-terra destaca a importância desses momentos, pois eles permitem a troca de experiências. “Conversamos com os médicos cubanos sobre o trabalho deles. É muito boa essa troca, porque você vê uma medicina diferente, você vê que eles realmente estão preocupados com as pessoas”, avalia.

Esse, por sinal, é um dos fatores que mais instiga Jéssica a se dedicar à profissão. Segundo ela, são poucos os médicos no Brasil que se preocupam de fato com o paciente. “Às vezes o paciente não necessita de remédio, só precisa que se converse, sabe? Quando se tem a compreensão que o outro também passa necessidade, isso ajuda muito. Por isso essa medicina é diferente, é importante se preocupar com o outro e contribuir a partir do que você sabe. Isso é gratificante”, declarou.

Formação

Após os dois primeiros anos de faculdade, os estudantes se descentralizam entre os estados venezuelanos e se incorporam aos centros hospitalares e ambulatórios, onde ficam do terceiro ao sexto ano do curso até se tornarem efetivamente médicos profissionais.

Segundo Pulga, está cientificamente provado que 80% das doenças podem ser diagnosticadas a partir da atenção primária de saúde, de um questionário adequado que se leve em conta as pessoas e o meio social delas, considerando o local onde estudam, trabalham, etc.

“Por isso [esta formação] tem paradigmas diferentes da medicina tradicional. É uma medicina muito contemporânea em relação ao atual momento e as dificuldades dos nossos países, sobretudo, os latino-americanos, que tem dificuldades econômicas e uma população muito grande que necessita da atenção médica”, defende o coordenador.

Perspectivas

Quando os estudantes são questionados sobre o que pretendem fazer depois de passar por esse processo formativo, as respostas são praticamente as mesmas: o retorno para a terra de origem para cuidar “do povo”.

Vinda de Tabocas, uma cidade de 11 mil habitantes no oeste da Bahia, Soraya de Souza Santana, 21 anos, do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) pretende rearticular um conhecimento popular que foi se perdendo com o tempo na sua região.

“No tempo em que eu nasci, as mulheres que ajudavam uma as outras, faziam os partos, visitavam, buscavam alimentos para as crianças, davam multi-mistura para ajudá-las na nutrição. Eu tenho a perspectiva de resgatar algumas dessas coisas que foram se perdendo com o tempo”, aponta.

Apesar de recém-chegada à Venezuela, Jéssica não vê a hora de poder voltar e ajudar a população com o que aprenderá nos próximos seis anos. “Quero contribuir com quem fez que eu estivesse aqui: a luta do povo. Algumas pessoas que não compreendem isso, falam que eu estou aqui por mérito. Não, o mérito não é meu, o mérito é do meu povo. Foi ele que lutou para eu estar aqui. Tem toda uma América Latina em luta, isso aqui não é uma escola qualquer”, destacou.

Editado por: Redação
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