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Descaso

Após dias sem água e 12 casos de intoxicação, indígenas do Paraná recebem nova bomba para poço

Por medo do desabastecimento, indígenas chegaram a lançar vaquinha para arrecadar recursos

13.jan.2022 às 12h12
Pato Branco (PR)
Isadora Stentzler

Aldeia indígena Tekohá Guarani, em Guaíra, ficou 13 dias sem água - Foto: Arquivo pessoal

Foi entre o Natal e a virada do ano de 2021 para 2022 que a aldeia indígena Tekohá Guarani, no interior da cidade de Guaíra, Oeste do Paraná, se viu sem água. A única bomba que funcionava junto ao poço artesiano da comunidade quebrou, impossibilitando que as cerca de 160 pessoas que vivem ali tivessem acesso à água.

Sem conseguirem renda por meio de empregos ou venda de artesanato na região, a alternativa foi buscar água em um rio que corta a aldeia a quase três quilômetros, expondo mulheres e crianças a uma rotina que só encerrou na segunda-feira, dia 10, com a troca da bomba.

Horas antes, o cacique Valmir Lopes havia desabafado sobre o medo de intoxicação, que já havia feito três jovens e um adulto irem para o pronto atendimento do município.

“Fazer o que, a gente tem que beber porque está sem água”, disse. “A gente vai de a pé mesmo. As crianças, as mulheres estão descendo para pegar água. E tem muita gente que está pegando diarreia e dor de barriga. Mas sem água também é difícil. Então temos medo”, contou.

Em um vídeo divulgado pelo cacique, era possível ver as crianças indígenas, acompanhadas de adultos, empurrando um carrinho de mão por uma estrada de chão. Dentro do carrinho, galões e garrafas d’água, que seriam preenchidos com a água do rio, balançavam vazias.


Crianças e mulheres caminhavam quilômetros para buscar água em rio / Foto: Reprodução

A rotina de caminhada em busca de água só encerrou após a troca feita pela Sanepar, companhia de abastecimento de água do Estado do Paraná, após o Ministério Público Federal (MPF) solicitar ao Juízo da 2ª Vara Federal de Umuarama que a companhia ampliasse o abastecimento de água, com envio de caminhões pipa, e que solucionasse o problema.

O MPF também notificou a Fundação Nacional do Índio (Funai) sobre o problema do abastecimento. Isso porque o fornecimento de água e de saneamento básico à aldeia já é alvo de uma Ação Civil Pública (ACP) do MPF.

No dia 3 de janeiro, a companhia enviou um caminhão com água para a Tekohá. Segundo o cacique, as garrafas e galões preenchidos foram suficientes apenas para um dia.

Com a demora na troca, a comunidade assistiu ao agravamento da saúde dos indígenas, que passaram a sofrer de diarreia e fortes dores de barriga.

“São as crianças que mais sofrem”

O agente de saúde da Tekoha Guarani, Ronaldo Martinez Esquivel, disse que além das pessoas que precisaram ir ao pronto atendimento, outras oito crianças também apresentaram o sintoma de intoxicação pelo consumo de água imprópria.

“São as crianças que mais sofrem por causa da má qualidade da água, imprópria para consumo.”, pontuou. “De lá pra cá [desde o dia 28 de dezembro], as crianças vêm sentindo febre, tosse, dor de cabeça, resfriado e infecção na pele por causa das bactérias. Porque as crianças tomam banho no rio contaminado pelo agrotóxico usado na plantação de soja, principalmente depois de dias de chuva”, relatou.

O cacique disse que tinha receio em esperar muito tempo até que o problema fosse sanado pela Funai e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), responsáveis por garantir direitos básicos às comunidades. De acordo com ele, em outras situações, a implicação de burocracias, as quais não queriam enfrentar neste momento devido a urgência da situação, postergou a garantia de direitos. Além disso, o fim de ano e os feriados, segundo Valmir, atrapalhavam o contato com as entidades responsáveis.

Para resolver o problema do desabastecimento, a comunidade iniciou uma campanha de arrecadação para custear uma nova bomba, via doações por PIX.

O cacique disse que a falta de emprego e a pouca oportunidade dada aos indígenas na cidade é um gargalo que lhes impede de obter renda, sem a qual não conseguiriam adquirir a bomba necessária.

Em orçamento enviado à reportagem, o valor da nova bomba ficaria em R$ 1.369. Até a segunda-feira, apenas um terço do valor havia sido arrecadado. Com a troca, a arrecadação foi encerrada e o valor obtido por doações ficará guardado para manutenção da bomba, em caso de urgência.

De acordo com o MPF, com a troca pela feita companhia, não houve custo algum aos indígenas. Também participaram dela a Funai e Sesai.

Sanepar diz que não é responsável

Em nota, a Sanepar disse que “não é responsável pela operação do sistema de água na Comunidade Guarani, em Guaíra”. E que os caminhões pipa foram enviados a pedido do cacique.

Ainda segundo a assessoria da Sanepar, “a implantação do abastecimento de água na localidade foi feita dentro do Programa Saneamento Rural”, do qual a Sanepar é parceira de Governo do Estado, prefeitura e outros órgãos.

“A parte que compete à Companhia são os projetos hidráulicos, a implantação da rede de distribuição e treinamento sobre tratamento de água. Todas estas fases são anteriores à operação e manutenção do sistema de água”, diz trecho da nota.

Procurada, a Funai e a Sesai não responderam à reportagem até esta quinta-feira, 13 de janeiro.

Editado por: Lia Bianchini
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