A Brigada Militar (BM) do Rio Grande do Sul utilizou bombas de gás e spray de pimenta contra trabalhadores do transporte público que paralisaram suas atividades na manhã desta sexta-feira (11).
Os motoristas e cobradores aderiram ao Dia Nacional de Greve e Paralisação contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, promovido por sindicatos e movimentos populares. O projeto, um dos principais do governo não eleito de Michel Temer (PMDB), estabelece limites para o investimento público para as próximas duas décadas, afetando áreas como a saúde e a educação públicas.
Integrantes da Tropa de Choque da BM reprimiram condutores em frente as garagens de ônibus. Trabalhadores de empresas como Carris, Nortran e Trevo foram alvo das ações policiais.
“Enquanto quase não se vê brigadianos nas ruas e nos bairros para prevenir assaltos e proteger a população, vimos hoje dezenas de policiais nas garagens de ônibus, atirando bombas de gás e dispersando trabalhadores e impedindo que os rodoviários também pudessem se manifestar contra os retrocessos para evitar a perda de direitos”, afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores do RS, Claudir Nespolo.
Pagamentos
O Estado do Rio Grande do Sul vive uma crise relacionada ao funcionalismo público. O governador José Sartori (PMDB) tem atrasado salários e parcelado o pagamento, inclusive de policiais. A situação dos serviços públicos tem gerado apreensão e insegurança entre os gaúchos e gaúchas.
“Os policiais, que estão sofrendo com o novo parcelamento de salários, deveriam estar do lado dos demais servidores públicos e da classe trabalhadora, ao invés de proteger os interesses do governo Sartori e Temer e dos empresários”, complementou Nespolo.
Também ocorrem protestos no interior do estado e os ônibus não circulam em várias cidades, como Pelotas, Rio Grande e Caxias do Sul. Devem ocorrer manifestações em Bento Gonçalves, Cruz Alta, Ijuí, Novo Hamburgo, Passo Fundo, São Leopoldo, Venâncio Aires e Santa Rosa, dentre outras cidades.
Outras categorias em campanha salarial também interrompem suas atividades nesta sexta-feira, bem como paralisações de professores estaduais e do ensino privado.
Resposta
A reportagem do Brasil de Fato tentou contato com a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, mas não teve sucesso.
Edição: José Eduardo Bernardes