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Impunidade

Artigo | A lama da Samarco e o crime que se renova

Passados 36 meses da maior tragédia socioambiental do país, o Poder Judiciário atua ao lado das empresas criminosas

04.maio.2018 às 14h56
Belo Horizonte (MG)
Thiago Alves
"Todos os acompanhados pelos médicos apresentam os mesmos sintomas que aparecem em milhares de pessoas até a foz do rio Doce"

"Todos os acompanhados pelos médicos apresentam os mesmos sintomas que aparecem em milhares de pessoas até a foz do rio Doce" - José Cruz/Agência Brasil

Os cerca de 60 milhões de metros cúbicos de lixo das minerações da Vale e da Samarco (Vale e BHP Billiton) derramados em mais de 620 km de cursos de águas entre Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana, e Regência, povoado de Linhares, no Espírito Santo, ainda repercutem na vida de cada atingido e provocam preocupações e ainda desconhecidos problemas para o conjunto dos moradores da bacia do rio Doce.

Em Mariana, famílias ainda aguardam os reassentamentos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo que a empresa admite só ficarem prontos em 2020. Nas outras localidades da zona rural de Mariana, ao menos 60 famílias reivindicam reassentamento rural por entenderem que não é mais possível viver na mesma propriedade atingida pela lama. A Fundação Renova, braço político e publicitário das mineradoras, dificulta o avanço da reparação multiplicando reuniões e repetindo vistorias que em nada resultam.

Em toda a bacia, o processo de indenização avança baseado no Programa de Indenização Mediado – PIM, a forma com que as mineradoras encontraram de negar direitos impondo regras fraudulentas como morar, no máximo, a mil metros do rio Doce para ser reconhecido e valores como R$16 mil de dano moral para comerciante, R$1.200 de dano material para pescador ou mesmo R$880 para quem ficou sem água nos dias seguintes ao rompimento. O PIM tem cláusulas ilegais de exigência de confidencialidade e que obrigam o atingido a abrir mão de cobrar por danos futuros assinando um termo de quitação total.

Há milhares de famílias que tiveram seu trabalho e sua renda atingidos pela lama, mas sequer são reconhecidos nos processos de cadastramento conduzidos de forma autoritária e sem partição real dos atingidos. As próprias empresas reconhecem que são mais de 13 mil pescadores na bacia e a maioria deles estão sem acesso ao cartão subsistência, que não é suficiente para resolver nem os problemas de quem já recebe.

Passados 36 meses do crime os problemas com acesso água também é uma questão estruturante. Grandes e pequenas cidades como Naque, Periquito, Cachoeira Escura, (distrito de Belo Oriente), Governador Valadares, Colatina e Linhares enfrentam problemas diários com o abastecimento da água tratada do rio Doce. A população não confia na qualidade dos tratamentos e os casos de problemas de saúde se multiplicam diante da imobilidade e da negligência do poder público e da negação da Samarco que tenta invisibilizar o tema. Nenhum dos 30 módulos temáticos do cadastramento dos atingidos trata do tema.

Após seguidas denúncias dos atingidos organizados, exames feitos por grupos independentes começam a apontar que a lama é responsável por adoecimentos e contaminações. Em Barra Longa, exames feitos pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade em 11 pessoas apontaram contaminações por níquel em 100% das amostras, além de queda no zinco e alterações significativas no arsênio. 

Todos os acompanhados pelos médicos apresentam os mesmos sintomas que aparecem em milhares de pessoas até a foz do rio Doce o que exige estudos aprofundados de longo prazo e ação permanente do Estado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) para cobrar das empresas que, para além das contaminações, são causadoras de alterações bruscas e profundas na vida destas famílias e, portanto, responsáveis pelo adoecimento físico e psicológico facilmente percebido em toda a bacia.

Enquanto os atingidos enfrentam este difícil cenário, a Samarco, a Vale e a BHP Billiton encontram facilidades no Poder Judiciário com a sua Ação Penal praticamente paralisada na Vara Federal em Ponte Nova, fechando acordos amistosos com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, incluindo a contratação de estagiários pagos pela Renova e a entrega de estruturas para o tribunal, ao mesmo tempo que cancela milhares de ações judiciais legitimando o PIM e impedindo o acesso à Justiça.

Do mesmo modo devem assinar um acordo com o Ministério Público Federal e Estadual de MG no âmbito das ações na 12ª Vara Federal em Belo Horizonte que definirá a forma de “governança” da reparação. Pelo modelo discutido até agora, significará um retrocesso na autonomia conquistada e a entrega completa para domínio das empresas na forma de decisão retirando a real possibilidade de participação popular.

Por estes e outros direitos violados não é possível dizer que estamos no pós-rompimento ou pós-tragédia. O crime da Samarco é atualizado todos os dias e seus efeitos são multiplicados enquanto novos problemas são criados pela Fundação Renova, criada unicamente para violar direitos, destruir a autonomia e tornar o direito mercadoria. Contra este projeto, resta somente a força popular organizada e animada pela solidariedade, a esperança e a luta.

*Thiago Alves é jornalista e militante do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB MG.

Editado por: Joana Tavares
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