Apresentado em 17 de julho de 2019, o programa “Future-se” do Governo Federal, apelidado de “Privatize-se”, já entrou em discussão na Câmara dos Deputados. Ainda em fase de ajustes no projeto, ele é tema, nesta terça (29), na Comissão Especial sobre as Despesas de Instituições Federais de Ensino (PEC 24/19). Também na Câmara dos Deputados, ocorre, nesta terça e quarta (30), um seminário que debate o papel da universidade pública no desenvolvimento da ciência. Esse evento é organizado pelas comissões de Educação e de Ciência e Tecnologia. Já em Curitiba, o programa será debatido na Casa da Resistência, nesta quarta-feira (30), a partir das 19 horas.
De acordo com o governo federal, “as universidades que aderirem ao Future-se poderão utilizar seus recursos próprios vindos de aluguéis, por exemplo. Hoje, esse dinheiro soma R$ 1 bilhão e fica para o Tesouro Nacional para não aumentar o déficit público”.
Para a deputada Margarida Salomão (PT-MG), que propôs o debate nas comissões de educação e ciência, “os cortes de recursos das Universidades Federais, as ameaças de fechamento de algumas Ifes, as grandes mobilizações sociais em defesa da educação pública e a proposta do Governo Federal através do Programa Future-se exigem um intenso diálogo por parte do parlamento, da sociedade civil e do governo federal”.
Na Casa da Resistência, o debate foca na “situação das universidade federais diante dos ataques do governo Bolsonaro e as estratégias de resistência”. A discussão conta com a participação do presidente da APUFPR, Paulo Vieira, e a diretora de Assistência Estudantil da UNE, Raissa Barbosa. O evento, marcado para às 19 horas do dia 30, é gratuito e é possível confirmar presença clicando aqui.
Rejeição ao programa
As discussões em relação ao programa tem acontecido em todo país. Logo após ser lançado, o Conselho Universitário da UFPR declarou ser contra o Future-se. Para a universidade, a proposta, como está apresentada, opõe-se aos princípios de autonomia universitária e ensino superior público e de qualidade.
