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Início Política

ENTREVISTA

“Precisamos fazer uma transformação profunda na nossa forma de fazer política”, afirma deputado

De volta ao Congresso em 2023, Luiz Couto (PT) fala sobre as eleições na PB e os desafios da esquerda nos próximos anos

11.nov.2022 às 19h27
João Pessoa - PB
Filipe Cabral

Para Luiz Couto (PT), representantes do chamado "campo progressista" precisam se unificar em torno de um projeto comum de transformação do país - Reprodução: Facebook

A partir de 2023, a bancada paraibana na Câmara dos Deputados voltará a contar com a presença de um antigo conhecido e histórico parlamentar do campo progressista. Eleito com 54.851 votos, Luiz Couto (PT) retorna ao Congresso Nacional no próximo para exercer o quinto mandato como deputado federal.

Natural de Soledade, na região do Curimataú, e filho de trabalhadores rurais sem-terra, o sacerdote católico e professor universitário ingressou na política institucional paraibana ainda em 1995, quando foi eleito pela primeira vez ao cargo de deputado estadual. De lá para cá, o parlamentar já foi presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da câmara federal, relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grupos de Extermínio no Nordeste e atuou também como secretário da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido da Paraíba.

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato Paraíba, o petista conversou sobre os resultados das Eleições 2022 na Paraíba e o atual cenário político no estado, os desafios que se apresentam para o campo progressista nos próximos anos, as prioridades de seu quinto mandato como deputado federal e analisou a maneira como a relação entre fé e política tem se apresentado nos últimos anos no Brasil.

Confira a entrevista a seguir:

BdF PB: Que avaliação você faz das Eleições 2022 na Paraíba?  

Luiz Couto: Sobre essa questão, é preciso lembrar que Paraíba foi historicamente dominada por coronéis. E ainda continua. Os coronéis mudaram o discurso, mas a prática continua a mesma coisa. É a política do “toma lá, dá cá.” A política do “eu mando, então eu posso”. E aí “eu posso”, inclusive, usar de todos os instrumentos para destruir o adversário.

É o fundamentalismo tomando conta do espaço político. Não apenas o fundamentalismo religioso, mas o fundamentalismo político representado pelo crescimento de organizações criminosas relacionadas ao neonazismo e o fascismo. Nós vemos a extrema-direita hoje se organizando e não é para construir, é para destruir mesmo. Além da questão das fake news, em João Pessoa, por exemplo, tem áreas que a gente não pode entrar, porque a área é dominada por organizações criminosas que só permitem entrar ali os aliados deles.

Nós tivemos ainda o elemento do orçamento secreto. Uma imoralidade que deu força a candidatos e, de certa forma, eliminou outras lideranças mais do meio popular. Como se diz na linguagem bíblica, a gente está como ovelha no meio dos lobos.

A gente está vendo ultimamente, nos nossos legislativos, uma extensão de quem está no poder [Executivo]. Ou seja, essa coisa do “toma lá, dá cá” infelizmente ainda está muito presente na política da Paraíba. Mudou de nome, mas os coronéis continuam mandando em nosso estado.

Outra coisa que chama atenção é que, muitas vezes, dentro das próprias organizações populares e progressistas, nós temos militantes que, na maioria, é só gente que está inscrita, mas não é militância. A militância deveria ser algo permanente.

Nesse aspecto eu considero que nós precisamos fazer uma transformação profunda da nossa forma de fazer política. Porque a atual maneira e estrutura política não leva à possibilidade de que a gente possa ter segmentos como a juventude, as mulheres, os negros e os indígenas lá no debate e na discussão do processo eleitoral como elemento importante para mudar a sociedade.

Nesse contexto, o que você destacaria como os principais desafios para o campo progressista da Paraíba nos pŕoximos anos?

O PT tem a origem de pessoas que eram ligadas às lutas na universidade, nos sindicatos, nas comunidades, nas comunidades eclesiais de base. Ou seja, havia um movimento de participação, de debate e de formação política que a gente esqueceu. Além do mais, a gente viu que na estrutura organizativa nós temos aqueles que são militantes, outros que são simpatizantes, mas temos também os oportunistas, que entraram agora e acham que tem que tomar conta do espaço. E na hora que eles acham que não tem oportunidade aqui, dão um chute e vão pra lá.

Isso mostra que não há um projeto um projeto social que possa juntar forças. Hoje, os chamados partidos do campo progressista trabalham, cada um, isoladamente. Se não houver uma unificação desses segmentos para que a gente possa trabalhar um projeto de país – um projeto que possa, de fato, mudar a face desse país – nós vamos continuar tendo algumas vitórias, mas que ficam no superficial e não atingem o que é realmente essencial.

Por exemplo, a questão da governabilidade. Com a atual representação do Congresso Nacional, o que o presidente Lula, agora que foi eleito, precisa fazer? Precisa negociar, precisa conversar.
A gente precisa trabalhar para que, de fato, nós tenhamos uma governabilidade que seja do interesse da população que mais sofre, que está desempregada, que está sem casa para morar, sem comida.

Nesse sentido, é fundamental que a gente não perca a relação com os segmentos populares, com as lutas sociais e os movimentos sociais, com a questão da organização e da mobilização, que são duas coisas muito importantes e que a gente esqueceu.

Quais devem ser as prioridades do seu mandato na Câmara dos Deputados a partir de 2023?

Nós temos hoje, no Brasil, um número enorme de pessoas que passam fome, que estão desabrigadas. A condição de vida das pessoas pobres tem piorado cada vez mais nos últimos anos. Porque tem os pobres que tem alguma coisa, mas tem a extrema pobreza, que é quem não tem nada. Nesse sentido, uma das questões que a gente coloca como importante é aquilo que o Papa Francisco fala dos três “T”s: Terra, Teto e Trabalho.

Quando a gente fala terra, a gente fala, por exemplo, do alimento que a gente está produzindo, que é o alimento, na maioria, do agrotóxico. Eu fui no hospital e, na seção onde ficavam as crianças e adolescentes, eu perguntei para a doutora qual o tipo de de câncer eles tinham na maioria. Ela respondeu: “leucemia”. Eu perguntei qual era a causa e ela disse: “veneno”.

Por isso que, na questão da Terra, a gente tem que fazer uma política que permita recuperar os nossos riachos e rios, que permita reflorestar aquilo que o próprio ser humano destruiu. Uma política que possa dar estrutura e assistência técnica ao homem do campo, da agricultura familiar – em especial a agroecológica – para que ele possa produzir e comercializar alimentos saudáveis e de qualidade.

E quando digo “teto”, não é só casa. É estrutura para que a população tenha quadra de esporte, Unidade Básica de Saúde, espaço para reuniões, etc.

O trabalho, por sua vez, anda junto com a questão que Lula tem apontado de eliminar de vez a fome no nosso país. Não dá para as pessoas ficarem na dependência de cesta básica. Tem que haver emprego, e emprego de qualidade. Por isso é importante investir em escolas técnicas, nos Institutos Federais de Educação Tecnológica e aumentar as representações das universidades em cada estado.

A defesa dos Direitos Humanos sempre foi uma das marcas da sua atuação parlamentar. Como você pretende abordar essa pauta no seu retorno à Câmara?  

Falar sobre direitos humanos é falar sobre o enfrentamento de todas as formas de violência que nós temos em nosso país. A violência contra crianças e adolescentes, contra as mulheres, contra os negros e negras, contra as pessoas LGBT, contra os idosos, contra as pessoas com deficiência.

A gente tem que criar mecanismos para que, de fato, enfrentemos isso. Porque, veja, nós temos, por exemplo, a Lei Maria da Penha, Mas a lei por si só não resolve. A gente vê aí o número de mulheres que são assassinadas – os feminicídios – todos os anos. Nós temos o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas o número de crianças que são violentadas continua alto. O mesmo acontece com a questão dos idosos que são desrespeitados.

Sem direitos econômicos, sem direitos sociais, sem direitos da cultura, da educação, da saúde e da ecologia não se pode falar em direitos humanos. As pessoas ainda tem uma visão distorcida de que os defensores dos direitos humanos defendem bandido. Mas a gente defende a vida! E a vida como disse Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. Ou seja, a vida plena.

Como padre e deputado federal, como você analisa a relação que tem se criado entre fé e política ao longo dos últimos anos no Brasil?

A religião deve ser entendida como uma opção. A nossa luta, hoje, é de enfrentar o fundamentalismo religioso colocado pelo fascismo que, como diz Frei Betto, é “o ovo da serpente” que dá origem a essa ideia de que “um manda e os outros obedecem”.

Religião não é pra isso, não! Religião é para unir, para lutar. E lutar, inclusive, em defesa da liberdade religiosa. Mas infelizmente não é isso que nós temos visto no nosso país. O atual presidente diz que, no Brasil, é “Deus acima de tudo”. Mas ele se esquece que Deus está no meio de nós.

Nós temos uma uma situação difícil em nosso país porque a religião, que deveria ser um encontro das pessoas, muitas vezes serve à briga. Nesse sentido é preciso a gente lembrar a necessidade de respeito pela religião do outro. Não é somente “tolerância”. O projeto de combate à intolerância tem que ser um projeto em que as pessoas percebam que elas precisam cumprir aquilo que é o elemento fundamental da religião, que é amar a Deus e amar o próximo. A expressão maior da fé é o amor. É isso o que Jesus coloca como elemento essencial.

Dom Helder [Câmara] dizia que o ser humano precisa ter quatro coisas importantes na vida.  A primeira é a alegria. A segunda é a ironia, porque não adianta você tentar dialogar com um cara de má-fé. Só a ironia vai fazer com que ele se estabeleça e veja a própria insignificância. A terceira é a mística, mas não necessariamente a religiosa. Por exemplo, a pessoa que é da esquerda, que luta pela revolução, tem aquela mística que vai dando força pra que ela possa continuar.  Finalmente, Dom Helder diz que o ser humano precisa ter ousadia e esperança. A esperança é importante, mas é preciso ousar para se chegar a algum lugar.

É importante também lembrar o que o mestre [Mahatma] Gandhi falava sobre harmonia. Ele diz que a harmonia é a coerência entre o pensar, o falar e o agir. Quando a gente tiver isso, com certeza o mundo será diferente, a política será diferente e a sociedade será diferente.

Gandhi não apenas fez isso, como viveu e deu a vida pela causa da liberdade. São Paulo, na epístola aos Gálatas, diz que é para a liberdade que o Cristo nos resgatou. Mas infelizmente aquilo que era o sinal da liberdade, hoje foi transformado em opressão, esmagamento e imposição. É por isso que Paulo reagia tanto à lei. Ele dizia que a liberdade está acima da lei.

 

 

Editado por: Maria Franco
Tags: entrevista
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