Nesta quarta-feira (1), foram organizados quatro atos simbólicos de apoio às mobilizações do povo peruano, com divulgação do abaixo-assinado de mais de 260 organizações, personalidades, professores, líderes religiosos, parlamentares, partidos, sindicatos, em apoio às bandeiras que estão nas ruas daquele país: Saída de Dina Boluarte, convocatória de novas eleições e de uma Constituinte, além do fim das prisões políticas e perseguições que ocorrem neste momento.
As ações diante dos consulados aconteceram no Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo e Brasília, envolvendo militantes de várias organizações locais e nacionais, entre as quais Consulta Popular, MAB, MST, PCB, Juntos, MES/Psol, Levante Popular da Juventude, MTST, entre outras.
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Os movimentos foram recebidos pelo diplomata Alejandro Paredes, encarregado de assuntos políticos / Divulgação
Na Embaixada do Peru em Brasília, de acordo com Soniamara Maranho, dirigente nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), na ausência do embaixador, os movimentos foram recebidos pelo diplomata Alejandro Paredes, encarregado de assuntos políticos, que se comprometeu a transmitir a demanda dos movimentos para a embaixada brasileira em Lima.
A ação coincidiu justamente com o momento em que a proposta de novas eleições é apresentada para apreciação do congresso peruano. As forças de esquerda no país não querem apenas o chamado de novas eleições para o final de 2023, como apresenta Dina Boluarte, mas a necessidade de uma Constituinte que altere o sistema político do país – herança do governo autoritário e neoliberal de Alberto Fujimori.
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Nesse sentido, na quarta-feira (1), o Congresso peruano rechaçou o projeto para antecipar as eleições gerais no país, com 45 votos favoráveis e 65 contrários. Com isso, segue o impasse entre a proposta apresentada pela presidência e a demanda das ruas e da esquerda peruana por eleções, com dissolução do congresso e proposta de Constituinte.
Solidariedade latino-americana
Em São Paulo, as organizações também conseguiram o protocolo junto ao cônsul Jianpier Pletickosich López. Nas demais praças, não foi possível o agendamento junto ao consulado, mas as organizações mantiveram as ações simbólicas nos locais. O apontamento das organizações é seguir com o abaixo-assinado e com a solidariedade à luta do povo peruano.
“Seguimos lutando contra o fascismo e contra o golpismo na América Latina, seguimos na luta. Conseguimos protocolar e carimbar o abaixo-assinado, mostrando nossa preocupação e fazendo um debate bastante democrático sobre a nossa perspectiva na América Latina”, afirma Kyo Kobayashi, da secretaria nacional da Consulta Popular.
Em São Paulo, as organizações também conseguiram o protocolo junto ao cônsul Jianpier Pletickosich López / Divulgação
Na avaliação de Ana Júlia Guedes, da Alba Movimentos – Capítulo Brasil, articulação internacional que abrange movimentos populares de vários países, é importante contrapor a narrativa da mídia que naturaliza o golpe e, neste momento, encobre a violência contra as organizações populares.
"Todas as expressões de solidariedade ao povo peruano são importantes nesse momento para que não se consolide, na comunidade internacional, a narrativa de que o que está acontecendo no Peru é uma problemática interna. Demonstrações de repúdio à tentativa de golpe ocorrida no Brasil, em janeiro desse ano, foram fundamentais para que o bolsonarismo perdesse ainda mais espaço. O povo peruano não está sozinho! A liberdade de Pedro Castillo, o respeito aos direitos de manifestação e organização e a saída de Dina Boluarte e convocação de novas eleições no Peru são fundamentais para a consolidação de uma era de democracia e autonomia para a América Latina!", afirma.
Segue o abaixo-assinado
O abaixo-assinado surgiu da iniciativa de organizações como o MAB, Consulta Popular, Alba Movimentos, Movimento Brasil Popular e MST. Para coletar mais assinaturas, basta acessar o link
Ação envolveu MAB, MST, PCB, Juntos, MES/Psol, PCB, Levante Popular da Juventude, MTST, Consulta Popular / Divulgação
