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ENTREVISTA

“O que incomoda é a origem da nossa religião”, reflete Makota Celinha

Em 2022, cerca de 500 denúncias de violações de direitos humanos foram motivadas por intolerância religiosa

19.jan.2023 às 15h49
Belo Horizonte (MG)
Amélia Gomes

21 de janeiro é Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa no Brasil, em homenagem à Mãe Gilda - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é marcado em 21 de janeiro. A data foi instituída em 2007 em memória à Mãe Gilda, vítima fatal do racismo religioso no Brasil. Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.519, que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, que será celebrado em 21 de março.

Apesar dos esforços, os casos de violência praticadas por intolerância religiosa ainda são constantes no cotidiano brasileiro. Para falar sobre a data e avaliar o cenário no país, o Brasil de Fato MG entrevistou Makota Celinha Gonçalves, coordenadora do Centro Nacional de Africanidades (Cenarab).

Makota Celinha também é jornalista, empreendedora social e diretora, em Minas Gerais, da Associação Brasileira de ONGs (Abong). Na entrevista, ela avalia os retrocessos sociais que o conservadorismo trouxe ao povo brasileiro e aponta avanços para o próximo período.

 

Confira:

Brasil de Fato MG – Dados apontam que em 2022 foram registradas quase 500 denúncias de violações de direitos humanos cometidas por motivações religiosas. Qual sua avaliação do cenário em que vivemos?

Makota Celinha – O cenário que estamos vivendo nos últimos anos é amedrontador. Nos remete a questões viscerais de convivência coletiva, em sociedade. Quando penso que o 21 de janeiro existe para que nós não nos esqueçamos da morte de Mãe Gilda, fico triste. Mãe Gilda é uma das mártires do racismo religioso que vivemos neste país. E, nos últimos anos, o que temos visto é um Estado cada vez mais fomentador do racismo, do ódio, do preconceito, da discriminação.

Como foi o caso de Mãe Gilda e por que é tão simbólico?

Mãe Gilda, Gildásia dos Santos e Santos, era Ialorixá do terreiro de candomblé Ilê Axé Abassá, em Salvador (BA). Mãe Gildásia, para mim, foi assassinada pelo racismo religioso promovido pela Igreja Universal do Reino de Deus. Ela teve sua foto estampada, de forma grosseira, desrespeitosa e racista no jornal Folha Universal e acabou sofrendo um infarto fulminante.

Tudo isso em função do ódio religioso que permeia nosso país, onde as pessoas banalizam o sagrado do outro, não reconhecem a importância do outro, não valorizam o outro em sua humanidade e optam deliberadamente, em nome de um Deus que acreditam, destruir o outro.

Particularmente, acho que não é nenhum Deus, isso em que essas pessoas acreditam. Porque Deus, para mim, Olorum, Zambi, Javé, Alá, são denominações que expressam um amor profundo, não o ódio, não a necessidade de banalizar e de destruir o outro, o sagrado do outro.

Por que as religiões afro-brasileiras incomodam tanto?

O que incomoda, não é a nossa forma de rezar, é a origem da nossa religião. Até porque, se olharmos para as religiões, vemos que elas são extremamente semelhantes, mas a nossa tem origem em África, tem origem nas negras e negros escravizados pela ganância do colonizador. E é disso que as pessoas não dão conta.

Então, o racismo religioso expressa o ódio e a tentativa de destruição da nossa humanidade. Mas não conseguem destruir, porque nós continuamos belos e belas. Mas, infelizmente, se nós não cuidarmos do nosso país, dessa grave doença chamada racismo religioso, Mãe Gilda não será a única, teremos outros, porque o racismo mata.

E mata na subjetividade, não mata só fisicamente. Quando destroem um terreiro, quando quebram meu sagrado, eles estão destruindo a minha humanidade, o meu direito inalienável à prática religiosa. E é necessário que o Estado brasileiro seja responsabilizado, porque a Constituição diz que nós temos direito da livre manifestação religiosa e é obrigação do Estado proteger todos os seus cidadãos e cidadãs.

Qual a expectativa das lideranças de religiões de matrizes africanas diante do novo governo?

Primeiro, nós sempre lutamos por um Estado laico. Para nós, a laicidade é princípio, porque um Estado laico não é necessariamente ateu, mas é um Estado que convive com a sua diversidade, com a sua pluralidade, que permita aos seus cidadãos e cidadãs seus direitos a suas práticas religiosas, ou não, para aqueles que não têm uma prática religiosa. Para nós, a laicidade parte desse princípio.

E a nossa expectativa é que o terceiro governo Lula seja no sentido de reafirmar a laicidade, como um princípio do Estado brasileiro.

Sabemos que em 2016 o nosso país sofreu um golpe alicerçado nas forças religiosas, nas igrejas, sobretudo cristãs, e também na mídia golpista e na Justiça, que não é justa. Sabemos o que era. E nós não podemos reeditar essa história, por isso, precisamos urgentemente que este novo governo seja voltado para a assegurar a laicidade do Estado.

Não queremos 21 de janeiro para lembrar da morte de ninguém. Queremos muitos outros para celebrar a vida, a democracia, a liberdade e o direito. E a nossa expectativa com o governo Lula é esta: que seja um governo para todos os cidadãos e cidadãs brasileiras, indistintamente, independentemente da forma como essas pessoas rezem ou deixem de rezar.

Queremos que seja um Estado que se alimente apenas do amor, da esperança e da fé em dias melhores.

Serviço

É possível denunciar casos de intolerância religiosa pelo Disque 100, ou pelo WhatsApp da ouvidoria nacional de direitos humanos (61) 99656-5008.

Editado por: Larissa Costa
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