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VIDA DAS MULHERES

Artigo | Dia da Mulher Negra Afro Latino-Americana e Afro Caribenhas

No Dia de Tereza de Benguela, reafirmamos que o racismo e o machismo matam

25.jul.2023 às 14h59
Atualizado em 28.maio.2025 às 16h05
Porto Alegre
Gabriela Leite

Pesquisa inédita Mulheres negras no mercado de trabalho, realizada por meio da rede social Linkedin, contou com a participação de 155 mulheres na faixa etária de 19 e 55 anos, - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

No dia 25 de julho de 1992, aconteceu em San Domingos, República Dominicana, o I Encontro de Mulheres Afro Latino-americanas e Afro Caribenhas, que se tornou um marco na luta das Mulheres Negras. Desde então, Mulheres Negras da América Latina e do Caribe têm tornado cada vez mais visível essa data como momento importante para as reivindicações e mobilização sobre a opressão de gênero e raça. 

“Nós Mulheres Negras marcadas pela luta contra o jugo colonial, a escravidão e o racismo agravadas pela iniquidade de gênero e exploração de classe social celebramos 25 de julho, Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe, como símbolo de (re) união e de (re) conhecimento mundial de nossas histórias de vida guerreira, combativa e imprescindível à construção de um mundo solidário, multiétnico e pluricultural”. Este dia é mais do que uma data comemorativa, representa a luta pelo empoderamento das Mulheres Negras. Representa o enfrentamento de múltiplos desafios colocados na trajetória política das Mulheres Negras, alguns novos, mas a maioria deles já são conhecidos e veem sendo enfrentados ao longo de muitos anos. É possível afirmar, então que, estes desafios não têm sido suficientes para impedir a luta e a mobilização. “Nós Mulheres Negras acreditamos que, além de buscar conhecer profundamente cada detalhe de cada ação, de cada projeto, de cada programa, de cada política, de cada governo é fundamental ter ao nosso alcance ferramentas para análise crítica, para o debate e proposição de alternativas que desenhe horizontes de justiça.”

No Brasil, o dia 25 de julho, tem como nome Tereza de Benguela, símbolo de luta e resistência – Tereza de Benguela foi uma Quilombola que viveu no século XIX. Após a morte de companheiro, tornou-se líder do Quilombo do Piolho e durante duas décadas liderou mais de cem negros e indígenas. 

No Dia de Tereza de Benguela, reafirmamos que o racismo e o machismo matam. Matam quando violenta sexual, física e psicologicamente os seus corpos. Segundo o 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 61,1% das mulheres vítimas de feminicídio no Brasil são negras bem como segundo dados do Dossiê de Assassinatos e Violência contra Pessoas Trans de 2022 da Antra o 79% das vítimas de transfeminicídio são travestis e mulheres trans negras.  

Matam quando silenciam mulheres, quando reduzem políticas públicas de proteção social, quando ameaçam e destroem o clima, quando colocam em risco suas vidas e dos seus filhos. Matam quando rompe direitos conquistados, desqualifica as ações executadas por mulheres em qualquer campo de atuação, quando impõem condições salariais baseadas em gênero e raça, quando ataca direitos sociais, trabalhistas, de educação, de saúde, de segurança, dentre outros. 

Mata quando ignora nossas demandas, nossas vozes e denúncias. Matam quando nos invisibilizam na construção das políticas públicas e nos reduzem a números e dados estatísticos. As mulheres são 51% da população, sendo 27% mulheres negras. Ainda assim, são minoria nos espaços de decisão e são vítimas constantes de violência política. 

O racismo estrutural e institucional mata e aprofunda as desigualdades sociais e iniquidades. As mulheres negras são as mais afetadas pelo desemprego, pela pobreza e pela fome! Sã as mulheres, sobretudo as mulheres não brancas, que ocupam os postos de trabalho mais precarizados e são responsabilizadas pelo cuidado não remunerado. Ainda, a fome tem gênero no Brasil, fenômeno que economistas têm denominado como feminização da fome, 60% das mulheres estão em situação de insegurança alimentar, sendo a maioria negras. 
 
Por certo, não há dúvidas de que as mulheres pretas têm dificultado o acesso à saúde, têm suas dores minimizadas pelos profissionais de saúde, recebem menos atenção ao buscarem tratamento médico, são negligenciadas em suas queixas e são vítimas potenciais de violência obstétrica. 

Assim como não é uma novidade que as políticas públicas para o enfrentamento ao HIV e Aids têm negligenciado de forma importante as questões relacionadas às desigualdades de gênero e seus impactos no cenário da epidemia. Ao longo dos anos, estamos assistindo o recrudescimento das pautas fundamentalistas e conservadoras que impactam de forma contundente às garantias dos direitos humanos e em especial, os direitos humanos das mulheres e o enfrentamento aos contextos de violências imbricados pelo racismo, machismo e a misoginia.  

O advento da pandemia de Covid-19, evidenciou a importância de compreendermos o impacto das desigualdades de gênero, de raça, cor, econômicas e sociais no processo de adoecimento, risco e morte dos sujeitos. A Aids e a tuberculose há muito já nos apontavam o quanto as epidemias não são democráticas e atingem, de forma singular, grupos historicamente excluídos e minorias, entre elas, as mulheres, especialmente as mulheres negras. 

A similaridade de alguns indicadores e dados epidemiológicos de HIV e Aids e Covid-19 evidenciam este cenário. Segundo estudo de 2020, o Brasil ostentava 77% dos óbitos de gestantes por Covid-19, do mundo, sendo a taxa de mortalidade entre mulheres negras o dobro da taxa das mulheres brancas. Quando comparamos este cenário com o retratado pelo Boletim Epidemiológico de HIV e Aids 2022, percebemos similaridades importante. Segundo o Boletim há um predomínio de casos de infecção pelo HIV entre gestantes não brancas, sendo que 51,8% se autodeclaram pardas e 13,7% pretas.

Ainda, apesar das infecções entre mulheres terem demonstrado um decréscimo nos últimos anos, desde 2009, os casos de Aids são mais prevalentes em mulheres negras e a percentual de óbitos entre mulheres negras foi de 59,4%. Os dados do boletim epidemiológico de Sifilis de 2022 corroboram este cenário, entre as mulheres gestantes diagnosticadas com sífilis 11,9% eram negras e 53,3% pardas. Além disto, travestis e mulheres trans negras são discriminadas e tem menos acesso à serviços de saúde e estratégias de prevenção ao HIV e outras ISTs e, consequentemente, menor expectativa de vida. 

A convergência destes cenários tangibilizam o quanto os contextos de vulnerabilidade imbricados pelo machismo, racismo e o cissexismo são determinantes no processo de adoecimento e morte das mulheres. 

O machismo e o racismo matam todo dia. e matam também de Aids!  

A compreensão da interseccionalidade entre gênero, classe e raça e sua relação com uma maior vulnerabilidade ao HIV e Aids, Sífilis, hepatites Virais e tuberculose indica a urgência de uma agenda articulada com os outros movimentos sociais, buscando construir feminismos cada vez mais fortes. 

Neste sentido, o Coletivo Feminista de Luta Contra a Aids Gabriela Leite busca a ampliação deste debate junto ao movimento social de luta contra o HIV e Aids e os demais atores sociais, e reafirmar o seu compromisso de incidir de forma propositiva na construção de políticas públicas emancipatórias que confrontem o machismo, do racismo, da LGBTQIANP+fobia e as desigualdades de classe. 

“Quando as Mulheres Negras se movem, o mundo inteiro se move conosco.” Essa importante afirmação da filósofa e ativista Angela Davis está se tornando cada vez mais real e objetiva para as Mulheres Negras no mundo todo. 

Neste momento de retomada e reconstrução de política públicas ancoradas nos direitos humanos e no enfrentamento das iniquidades sociais, é inadmissível continuarmos aceitando este cenário marcado por desigualdades! 

Um futuro mais igualitário para todas, todes e todos passa inexoravelmente pela construção de políticas públicas que priorizem as mulheres negras! 

* Cleide Jane Figueiró de Araújo – Duque de Caxias – RJ
Maria Noelci Homero – Porto Alegre/RS
Sueli Maria do Nascimento – Belo Horizonte/MG
Carla Almeida – Porto Alegre/RS
Marcia Leão – Porto Alegre/RS

** Este é um artigo de opinião. A visão das autoras não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.


Editado por: Katia Marko
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