Nesta quinta-feira (01) será realizado no Café da Usina Cultural Energisa, em João Pessoa (PB) a 8ª edição do Sarau Selváticas, organizado pelas poetisas paraibanas Anna Apolinário e Aline Cardoso. O evento conta com música, performances e poesia, com as artistas: Helayne Cristini, Társis Farias, Jeovânia P., Wendy Naely, Anna Raquel Apolinário, Marília Cavalcante, Michaella Araújo, Yluska Gaião, Herlane Cavalcanti, Sipy Kariri Aramurú. Os ingressos estão disponíveis no Sympla, mas poderão ser adquiridos na bilheteria no dia do evento. O Selváticas é o primeiro sarau declaradamente feminista da Paraíba e a cada nova edição recebe apresentações com diversas linguagens artísticas: literatura, exposições de artes visuais, teatro, música, contação de histórias, debates, colagem de lambes, feira de livros e artes produzidas por mulheres. O evento é colaborativo e independente, toda a bilheteria será revertida e rateada entre as portas integrantes da oitava edição.
HISTÓRIA
O Sarau Selváticas foi criado em 2017 para ser um espaço horizontal de resistência e empoderamento que busca fortalecer e celebrar o protagonismo da literatura e da arte feitas por mulheres. O projeto já realizou várias edições, sendo duas edições especiais em homenagem à Marielle Franco durante o Festival Grito em 2018 e 2019.
"A inquietação causada pelos espaços não concedidos às escritoras nos eventos literários na cidade de João Pessoa levou à criação do projeto que é destinado à compartilhar e celebrar a poesia e arte produzida por mulheres. A iniciativa dialoga diretamente com a luta feminista, em insurgência contra o silenciamento e apagamento das vozes artísticas das mulheres, rompendo com os ciclos de privilégios criados e mantidos pela cultura patriarcal no cenário literário local", conta a organizadora, Anna Apolinário
Integrantes do Sarau Selváticas durante uma das edições do evento / Arquivo Pessoal – Anna Apolinário
O Selváticas surge para difusão e celebração da poesia contemporânea brasileira feita por mulheres na Paraíba, o evento traz em seu objetivo ampliar a representatividade e a ocupação dos espaços de produção cultural.
Anna conta ainda que quando o Sarau Selváticas fez a sua primeira apresentação – em 2017 – sentiu que aconteceu uma espécie de estranhamento por parte de alguns escritores homens, brancos, cis, pois, de acordo com a organizadora, o evento "furou uma bolha" em que as mulheres precisavam sempre figurar como coadjuvantes do processo de produção literária.
"O projeto nasce e perdura pelo anseio em ascender potências criativas, abrir vias para reverberar o verso e o vicejar da vida criativa de mulheres artistas. Consideramos muito importante e necessário abrir esse espaço de fala e escuta ativos, percebemos que vários outros saraus começaram a se articular após o Selváticas, o que cria uma rede de novos lugares para que outras escritas plurais venham à luz, o projeto resiste e avança graças às mulheres e suas vozes poderosas que se unem a cada nova edição", afirma Anna.
O projeto nasce para acender potências criativas das mulheres artistas da Paraíba / Divulgação
