Em um dia decisivo para a votação da reforma tributária no Congresso, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) declarou nesta quinta (6) apoio ao projeto. Na mesma data, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo que projeta o possível impacto econômico da aprovação da medida.
Segundo a Fiesp, a Reforma garantirá "mais investimentos, mais inovação e menos burocracia". A entidade afirma que as mudanças poderiam promover um crescimento de 12% a 20% em um período de 15 anos. Em números absolutos, isso significaria "R$ 1,2 trilhão a mais circulando na economia" ao final do intervalo.
"O tempo e os recursos desperdiçados com a burocracia dos impostos poderão ser investidos de maneira mais produtiva", afirma a nota pública da Fiesp. Na visão da Federação, a proposta em discussão pode equiparar o país a outras nações, tornando o sistema tributário "racional, o que há muito anos deixou de existir".
Projeção
Pelos cálculos do estudo divulgado pelo Ipea, a aprovação da reforma garantiria um crescimento de 2,39% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) em comparação ao cenário de manutenção das regras atuais. A projeção foi estimada até o ano de 2032.
O estudo, entitulado Propostas de reforma tributária e seus impactos: uma avaliação comparativa, do pesquisador do João Maria de Oliveira, se baseia em dados de 68 setores de atividade econômica, para as 27 unidades federativas e os compara com dez países com os quais temos relações comerciais.
“As propostas de reforma promovem mudança estrutural em favor de setores com cadeia produtiva mais longa, com maior efeito multiplicador e, consequentemente, com maior produtividade. Assim, além de promover crescimento econômico, a reforma alinha a economia brasileira para crescer ainda mais”, disse o pesquisador, em nota.
Os efeitos da reforma sobre o mercado de trabalho não seriam intensos, mas positivos, de acordo com a projeção. "Há aumento de emprego mais qualificado e de maior rendimento. Mas, com a mudança nos tributos, há ganhos reais na produtividade do trabalho, o que se configura como mais uma evidência de que a reforma tributária trará ganhos de alocação produtiva, pois estimula o aumento da oferta de emprego", afirma o texto.
O documento aponta, ainda, que o cenário para a aprovação da reforma tributária é favorável em comparação com outros momentos políticos, dado o grau de coesão gerado em torno da proposta, tanto entre economista de diversas orientações bem como entre lideranças políticas.
