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Início Opinião

dia das mães

O que a mãe de Moïse Kabagambe tem a nos ensinar

Para expressar a dor de ter perdido o filho tão barbaramente ela não precisa de palavras

14.maio.2023 às 13h54
Rio de Janeiro (RJ)
Dani Monteiro

Dani Monteiro e Lotsove Lolo Lavy Ivone, mãe de Moïse Kabagambe - Thiago Lima

Faz um pouco mais de um ano que o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe foi espancado até a morte na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Parece que foi ontem, diz Lotsove Lolo Lavy Ivone, a mãe que juntou os filhos e buscou refúgio no Brasil para escapar de uma guerra civil que tantas violações de direitos humanos causou em seu país de origem, a República Democrática do Congo. 

O Brasil era a esperança de dias melhores. Desde a morte de Moïse, muita coisa mudou na vida da família. Na última sexta-feira, 12, os familiares fizeram questão de participar de audiência pública realizada pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, que reuniu representantes de organizações civis e das três esferas de governo para discutir a questão do acesso ao trabalho para refugiados, migrantes e apátridas no estado do Rio. Dona Ivone estava lá, em busca de garantir os sonhos dos outros filhos, de quem ela hoje não desgruda nem tira a vista. Ela não deve, mas teme a maldade que já lhe vitimou.


Família de Moïse compareceu a audiência pública sobre trabalho para pessoas refugiadas / Thiago Lima

Dona Ivone é uma mulher de quarenta e três anos, pequena e tímida, mas notável. Pelos seus cachos trançados, pelas roupas coloridas, como o macacão vermelho e branco e preto – o que ela vestia na antevéspera do dia das mães, o segundo que ela terá sem o filho Moïse por perto. Diz ela que só quem perde um filho conhece o tamanho da ferida que se abre e não cicatriza. O coração não sossega, ela segue, com uma serenidade que impressiona. E ensina.

A mãe de Moïse fala um português ainda arrastado, mas para expressar a dor de ter perdido o filho tão barbaramente ela não precisa de palavras. Quem a vê sente o quanto poderíamos ser mais solidários com quem procura abrigo nesse nosso solo gigante e agraciado com um céu azul-anil.

Moïse Kabagambe foi espancado até a morte, aos 25 anos, em janeiro de 2022, em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde trabalhava como atendente. O caso fez com que a Assembleia Legislativa aprovasse – e o governador sancionasse com pressa, pela repercussão do caso -, três leis voltadas para os refugiados. São elas a lei 9.668, que autoriza as universidades estaduais a reservarem suas vagas ociosas para essa população; a lei 9.776, que garante isenção de taxas e emolumentos de tradução juramentada de documentos; e a lei 9.597, que determina a produção de um dossiê anual com dados de refugiados, política que será replicada em esfera nacional.

Hoje, especialmente, eu abraço a Dona Ivone, com quem eu tenho convivido desde a tragédia do ano passado, como abraço a minha mãe. A coragem de uma me faz lembrar da outra. A admiração pela mãe de Moïse me faz admirar ainda mais a minha mãe, essa que me pariu e me criou não sem muito esforço. Afinal, sair pelo mundo em busca de lugar seguro para que os seus filhos tivessem uma história diferente é coisa de mãe. Por sorte, conhecemos muitas delas, as capazes de gestos cujo afeto não se mede. A todas, eu digo obrigada, e sigam. Não é sem esforço que se faz um mundo justo. Que oxalá nos acompanhe. A nós, filhos e mães.

* Dani Monteiro é deputada estadual (PSOL) e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Rodrigo Durao Coelho
Tags: dia das mães
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